A cantora e atriz Zezé Motta, 78, abriu o jogo sobre a vida sexual na velhice.
Em entrevista para a Revista Caras, a artista, que atualmente vive um relacionamento, negou que o envelhecimento provoca falta de libido e afirmou que as mulheres podem ter uma vida sexual “muito saudável e ativa”, sem importar a idade.
“Existe esse mito de que, com a menopausa e a chegada da idade, a mulher perde totalmente a libido. Não é nada disso. Estando com saúde, física e mental, nós podemos ter uma vida sexual saudável e muito ativa”, disse ela.
Zezé está atualmente namorando um homem de 63 anos. “Tinha muito medo da solidão na velhice. Tenho quatro filhos — Luciana, Carla, Cíntia e Robson —, que sempre dizem que não vão me abandonar… Mas pensava também no lado afetivo. Por fim, cheguei aos 78 namorando um homem de 63. Acho que não terei esse problema.”, contou ela.
Sem dar mais detalhes sobre quem seria o parceiro, Zezé se conteve em dizer apenas que ele era “mais reservado”.
“Estamos felizes. Hoje sei que não vou ficar sozinha, embora ele more em São Paulo e, eu, no Rio”, disse ela.
O envelhecimento para ela, por sua vez, apresentou um desafio mais complicado: o da autossabotagem.
“Muitas pessoas falam que quando eu era mais nova tinha um corpão e, embora eu saiba que não é por maldade, vez ou outra acabo me olhando no espelho, me cobrando por aquele corpo. Ao mesmo tempo, sei que não é disso que preciso para ser feliz. Aprendi que a beleza é uma coisa relativa e não está só no meu exterior.”
Celebrando a própria carreira, que completa 55 anos, Zezé foi categórica ao falar sobre o avanço das lutas antirracistas no país nos últimos anos e a contribuição que teve para o meio artístico.
“Eu me alegro pela coragem de nunca me calar, mesmo sabendo que meu posicionamento poderia fechar algumas portas. Saber que sou inspiração, não só artística, mas para diversos jovens negros, me emociona. Sinto que minha luta valeu a pena.”
Apesar de reconhecer o progresso dos debates, a artista afirma que a luta tem que continuar “todos os dias”.
“Não só por mim, mas por todos aqueles que, de alguma forma, têm seus talentos desperdiçados por falta de oportunidades e discriminação”, finalizou ela.