Mario Sergio Cortella compartilhou trechos de uma palestra em que fala sobre humildade e como identificar gente arrogante.
O filósofo, professor, palestrante e escritor Mario Sergio Cortella compartilhou deu dicas preciosas sobre como identificar as pessoas arrogantes ao nosso redor em seu canal no YouTube.
Os arrogantes são algumas das pessoas que mais nos tiram do sério e testam nossos limites na vida em sociedade. Pessoas arrogantes encaram o mundo com soberba, enxergam os outros como inferiores e estão a todo momento tentando impor às suas vontades e desejos, como se os seus sentimentos fossem os únicos válidos.
No entanto, nem sempre é fácil identifica-las logo de cara, os arrogantes podem esconder a sua verdadeira personalidade durante um tempo, até estabelecerem uma relação de confiança conosco, e conseguirem nos manipular com mais facilidade.
Ter pessoas assim ao nosso lado pode ser cansativo e desestimulante, e por isso precisamos ser capazes de reconhecê-las o quanto antes.
Cortella postou alguns trechos de uma palestra em que fala sobre humildade e mecanismos para reconhecer as pessoas arrogantes.
Em seu discurso, ela começa dizendo que na vida precisamos de coragem, mas mais ainda de humildade, para reconhecermos que não somos perfeitos, não detemos conhecimento sobre tudo e que precisamos fazer mudanças em nossas atitudes e pensamentos.
Ainda desenvolvendo o seu raciocínio, Cortella falou sobre o filósofo Sócrates, comentando que ele é tão importante que filosofia antiga é dividida em pré-socrática, socrática e pós-socrática.
No entanto, apesar de ter conquistado um reconhecimento eterno, Sócrates foi um exemplo de humildade durante toda a sua vida. Mesmo com o passar da idade, ele manteve os mesmos pensamentos, e assim conseguiu contribuir para a sociedade muito depois de sua partida.
Segundo Mario Sergio Cortella, Socrates é o total oposto das pessoas arrogantes, que possuem a forte crença de que sabem tudo e não há mais nada para aprenderem na vida.
Para o filósofo, essas pessoas carregam um pensamento como mantra: “Tem dois modos de fazer as coisas, o meu e o errado.”
O professor comentou que, no primeiro dia de aula, questiona aos seus alunos se alguém já leu o livro do Sócrates, mesmo sabendo que ele não escreveu nada, e todos os seus ensinamentos foram registrados nos livros de Platão. Ele faz isso para identificar quais dos seus alunos são arrogantes.
Quando algum aluno lhe responde que sim, Cortella poderia aproveitar o momento para humilhar o estudante, mas defende que essa é uma atitude antipedagógica e tolo, já que a humilhação não é uma maneira inteligente de formar pessoas. Então, ao invés disso, ele apenas diz algo nesse sentido para o aluno: “Talvez você tenha ouvido mal. Eu falei ‘Sócrates’ e talvez você tenha entendido ‘Sófocles’, porque não tem nenhum livro do Sócrates.”
Ao dizer isso, o aluno concorda que entendeu de forma errada a sua pergunta. No entanto, sabendo que isso nem sempre é verdade, no final da aula Cortella o procura e diz: “Não faça isso. Fingir que sabe é uma tolice imensa num mundo de mudanças. Fingir que sabe o deixa despreparado.”
“Eu poderia ofender o aluno em público: nos tempos ultrapassados, isso seria chamado de estímulo. Os professores dessa época remota distribuíam as provas falando as notas dos alunos em voz alta. Para quê? Há uma regra básica: corrija no privado e elogie em público”, diz Mario Sergio Cortella.
Ele ainda acrescenta que, aqueles que querem formar outras pessoas precisam saber corrigir sem ofender e orientar sem humilhar. Para o filósofo, é ultrapassado machucar as pessoas acreditando que isso é um estímulo.
Cortella usa o ramo empresarial como exemplo: “É como nas empresas: até um tempo atrás, aquilo que hoje é chamado, com razão, de assédio moral, era chamado de estímulo. Exemplo: “Se prepare, estou de olho em você, vai almoçar e depois a gente conversa”, dizia o chefe ao funcionário, que entrava em pânico. Isso era usual e agora não é mais permitido. Por quê? Porque fazer alguém sofrer, ser humilhado e ficar aterrorizado são coisas desnecessárias.”
Confira o vídeo onde Mario Sergio Cortella compartilha o ensinamento: