A melhor coisa é descobrir o seu verdadeiro valor; quando esse momento de percepção ocorre, mais nada nos faz voltar atrás.
Amor-próprio é um sentimento que precisamos cultivar sempre. Não conseguimos nascer com a confiança de que somos os melhores em tudo, e isso nem é saudável. Mas reconhecer o nosso valor também faz parte do processo de autoaceitação, de evolução pessoal e de aprender os segredos da vida.
Ao longo dos anos, passamos a encarar a realidade de maneira diferente. Na infância, temos como verdadeiros ídolos nossos pais e/ou cuidadores, e espelhamos neles toda forma de perfeição existente. Conforme crescemos, passamos a compreender que eles não são perfeitos, e essa ruptura faz com que busquemos novas formas de interação social.
Na adolescência, fazemos de tudo para nos encaixar em grupos, chegando até a mudar a forma como nos vestimos, falamos e até nossas preferências culturais. Tudo isso faz parte do processo de evolução e crescimento do ser humano, que passa a buscar seus pares, a reconhecer no outro suas próprias falhas e fortalezas.
De fato, fazer parte de um grupo e saber que existem pessoas com quem podemos contar nos levam a crer que somos partes essenciais de uma máquina, como se sem nossa presença a engrenagem principal parasse de girar. Nascemos para interagir socialmente, e não existe nada de errado em querer partilhar com o outro nossas vitórias e sonhos, principalmente se somos vistos e respeitados.
Mas, infelizmente, nem sempre é assim que a banda toca. Em muitas ocasiões, fazemos parte de grupos e aglomerados de pessoas que nem sequer sentem vontade de nos conhecer mais a fundo, e isso vale para relacionamentos amorosos também. Quantas vezes você não sentiu que, mesmo por instantes, sua presença não era desejável naquele meio?
Se esse tipo de pensamento passa pela sua cabeça, existem duas formas de lidar com ele: tentando compreender se não é apenas uma manifestação de insegurança ou se de fato está num ambiente onde as pessoas não valorizam sua presença. Ninguém melhor do que você para tentar compreender o que está acontecendo, mas em algumas ocasiões contar com a ajuda de um terapeuta ou familiar pode acelerar esse processo.
Se você acredita que está sendo tratado de uma maneira que não é a ideal, saiba que a melhor coisa a fazer é priorizar sua saúde, seja ela física ou mental. Não se force para caber em relações que nada têm a acrescentar, busque sempre os espaços onde as pessoas esperam sua chegada, ligam para você com frequência e lhe demonstram amor e carinho.
Até nas interações familiares pode acontecer de formas tóxicas de relação se manifestarem, então lembre-se que, mesmo com o mesmo sangue, não somos obrigados a sofrer nenhum tipo de assédio, muito menos a ver pessoas que não queremos. Você tem o direito de se sentir bem e feliz em todos os momentos, por isso, não se esforce para lidar com críticas e ofensas apenas porque dizem que você deve agir assim.
Respeite seu momento e sua história. Não somos obrigados a lidar com nenhuma forma de agressão ou mau comportamento. Se sentir que sua presença em algum lugar é dispensável, não se demore ali. Precisamos parar de perder tempo com interações medianas; a vida é curta demais para que passemos dias e noites fingindo estar felizes.
O mundo é gigantesco, existem milhares de pessoas com quem podemos ter belíssimas relações, e a amplitude do amor só depende de nós mesmos. Não acredite que você merece menos do que realmente merece, tente alimentar seu amor-próprio, busque em si a resposta que espera no outro.
Afastar-se nem sempre é fuga ou medo, é um sinal claro de que nos amamos a tal ponto de não aceitar migalhas de afeto ou implorar amor a quem não nos ama. Nunca se esforce para caber onde claramente sua criatividade e seu afeto não podem ser plenos.