Há no imaginário coletivo o mito que todas as mães são boas, ou seja, constituem-se em seres “sagrados” ou “angélicas”, que protegem seus filhos dos traumas da vida, bem como os socorrem das decepções, que a sociedade impõe.
Mas isso não é uma verdade, pois existem mães narcisistas e perversas. É muito difícil aceitar e reconhecer que existem mães nefastas, desprovidas de empatia e humanidade. Mães que acreditam que os maridos, os filhos, os enteados, os netos, os genros ou noras não são importantes o suficiente para discordar de suas necessidades egóicas.
Na psicanálise, os perversos, inclusive as mães, possuem um funcionamento psíquico baseado numa estrutura maligna e narcísica. Essas mulheres não aceitam ser submetidas às normas morais, legais e sociais. O cinema é revelador das maldades maternas, refletindo a vida real dessas mães, que se envolvem direta ou indiretamente no abandono ou na morte dos filhos.
Podemos citar como exemplo, o caso recente do menino Henry Borel, um garoto de apenas 4 anos, que foi encontrado morto no apartamento onde morava a mãe dele. O vereador carioca Dr. Jairinho e a namorada dele, a mãe de Henry, Monique Medeiros, foram presos sob suspeita de atrapalhar as investigações sobre a morte do menino. O casal disse à polícia que Henry teria sofrido um acidente doméstico.
No entanto, o laudo do Instituto Médico-Legal apontou que o garoto sofreu lesões graves em diversas partes do corpo. A perícia também comprovou que a causa da morte foi uma hemorragia interna e uma laceração no fígado causada por uma ação contundente, e para tanto teria sido usada tortura por emprego de recursos que causaram impossibilidade de defesa da vítima. Segundo o delegado responsável pela investigação, hoje o casal é investigado por homicídio duplamente qualificado.
As mães perversas recorrem às mentiras, ao choro, às supostas doenças e sofrimentos, à dependência financeira etc, a fim de influenciar de maneira dominante no relacionamento com os ex-maridos, familiares e com os filhos, como um modo de se livrar da culpa e nos casos graves trabalham para ocultar seus crimes. Assim, elas criam essas situações com frequência para satisfazer suas necessidades egocêntricas, colocando-se como vítimas, com a intenção de criar mal-estar na família e conflitos na vida dos filhos.
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Portanto, os filhos/as que sobreviveram às mães perversas podem sofrer a vida inteira do ponto vista emocional e psicológico, com cicatrizes que se manifestam na alma e no corpo. Além disso, podem ter muitas dificuldades – de dizer não – aos relacionamentos abusivos ou autoritários, que lembram a figura materna.