Com o tempo a gente aprende a ter consciência sobre quem somos, sobre nossos gostos, nossas preferências, nossa maneira de ser e estar no mundo. Com o tempo a gente também aprende que algumas opiniões nos afetam mais que outras, que algumas pessoas vão nos ferir e magoar mais, que precisamos da aprovação alheia para sermos quem somos.
Porém, com mais vivência ainda, descobrimos que somos nós que damos ao outro o poder de nos direcionar, de nos ferir, de nos magoar. E que não há como mudar o que o outro pensa ou faz. A única coisa que podemos fazer é mudar a forma como reagimos a tudo isso.
Ainda muito jovens, nos submetemos à opinião da turma de amigos (tão perdidos quanto nós) e vamos moldando nossa personalidade a partir do olhar de quem nos aceita ou não.
Porém, é preciso aprender a se proteger. A fortalecer o nosso espírito a ponto de não estar vulnerável ao que pensam ou deixam de pensar a nosso respeito.
Um coisa é pedir uma opinião a alguém e trocar de roupa, mudar o cabelo ou alterar a foto de perfil do WhatsApp em função desta opinião. Outra coisa bem diferente é ficar inseguro, triste, enfurecido ou deprimido diante da opinião do outro.
Se ele tira a sua paz, é porque você permite. Se ele tem o poder de te irritar ou entristecer, é porque você autoriza. Se ele te magoa ou diminui, é porque você deu esse poder a ele. Se ele te faz se sentir humilhada, é porque você não estabeleceu limites.
As pessoas só nos atingem quando damos esse poder a elas. Quando lhes oferecemos as chaves de nossa auto estima e sabotamos a confiança que temos em nós mesmos e em nossas escolhas, condicionados ao olhar de aprovação ou desaprovação do outro.
A culpa não é do outro de você se sentir diminuído. Não é o outro que tem o poder de estragar o seu dia ou te colocar para baixo. Fique longe de frases do tipo: “tem pessoas que têm o poder de nos diminuir…” Não! Quem deu esse poder a ele foi você. E quem se sente diminuído diante da opinião ruim _ ou como dizem por aí: da asneira_ do outro, também é você.
Vamos nos tornando mais sábios à medida que organizamos nosso pensamento para não aceitar qualquer julgamento que nos desmereça ou diminua.
Vamos enriquecendo nossas vidas a partir do momento que consideramos nossas escolhas com certeza e confiança, e não vacilamos diante da primeira critica descabida.
Vamos amadurecendo quando descobrimos nosso valor independente do que nos fizeram acreditar, e não nos desmerecemos ou invalidamos nossos dons diante das desaprovações alheias.
Que possamos ser como poeira, que dança ao sabor do vento mas não permite ser moldada por ele. E deixemos de ser barro, que pode ser modelado e remodelado por outras mãos, nem sempre certeiras e amorosas.
Que a gente aprenda a ter ouvidos para as críticas e opiniões, mas não se sinta diminuído frente ao primeiro olhar de desaprovação.
Que a gente saiba discernir o que é dito para nosso bem e o que é colocado para nos ferir. E que possamos dar ouvidos somente ao que acrescenta e melhora.
E, finalmente, é necessário estabelecer limites. Não permitir que pisem em seu tapete branco felpudo com solas sujas de barro. Entender que a culpa do seu tapete ficar encardido não é só do outro, mas também sua, que não teve a capacidade de pedir para tirarem os sapatos.
Afaste-se de quem não faz bem e cuide de seu território com carinho. Proteja sua vida, sua alma, seus canteiros. Se proteja não dando ouvidos a qualquer crítica; se proteja dando limites; se proteja não aceitando como fato qualquer opinião.
Se recuse a afundar e ame-se em primeiro lugar. Essas são as únicas coisas que você realmente pode fazer. Acredite, você consegue!