Bia Haddad Maia está fazendo história no tênis brasileiro e sul-americano.
A tenista de 27 anos se tornou a primeira brasileira a alcançar as quartas de final de Roland Garros desde 1968, um feito que não era conquistado há 55 anos. A última brasileira a chegar tão longe no Grand Slam foi a lendária Maria Esther Bueno, que chegou à final em 1964, mas foi derrotada.
Além disso, entre os homens, a última vez que o Brasil chegou às quartas de final em Roland Garros foi em 2004, com o famoso Gustavo Kuerten, o Guga.
A trajetória ascendente de Bia Haddad representa um marco significativo no cenário do tênis. Atualmente, ela ocupa o terceiro lugar no ranking de jogadoras sul-americanas, sendo uma das melhores da história da região.
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Caso conquiste a vitória contra a tunisiana Ons Jabeur, no dia 7 de junho, e avance para sua primeira semifinal em um Grand Slam, Bia pode chegar à décima posição do ranking mundial. Isso a colocaria ao lado das renomadas argentinas Paola Suárez e Gabriela Sabatini na lista restrita de atletas do continente que alcançaram o top 10.
O desempenho impressionante de Bia Haddad em Roland Garros e seu potencial de alcançar novos patamares no ranking mundial refletem seu comprometimento e talento no esporte. Com cada conquista, ela deixa sua marca na história do tênis brasileiro e inspira gerações futuras de atletas. Portanto, vamos conhecer mais sobre ela.
A infância
Desde muito jovem, Bia Haddad Maia já demonstrava uma afinidade especial com o tênis. Com apenas 4 anos de idade, ela deu os primeiros passos nas quadras, impulsionada pela influência de sua mãe, que era arquiteta e professora de tênis na época. A mãe de Bia viu o potencial da filha e a introduziu no mundo do esporte que viria a se tornar sua paixão e profissão.
Foi no prestigiado Esporte Clube Sírio, localizado na cidade de São Paulo, que Bia deu seus primeiros passos no mundo do tênis. O clube, conhecido por sua tradição e excelência esportiva, proporcionou a ela um ambiente propício para desenvolver suas habilidades e nutrir sua paixão pelo esporte. Foi lá que ela começou a aprender os fundamentos do jogo, aprimorar sua técnica e a se familiarizar com a atmosfera competitiva das quadras.
Desde o início de sua jornada no Esporte Clube Sírio, Bia Haddad mostrou um comprometimento notável com o tênis. Sua dedicação aos treinamentos e sua determinação em progredir foram evidentes desde cedo. Aos poucos, ela foi se destacando entre os demais jogadores do clube e conquistando reconhecimento por seu talento promissor.
Essa fase inicial de sua carreira, que teve início nos corredores do Esporte Clube Sírio, marcou o começo de uma jornada repleta de desafios e conquistas para Bia Haddad Maia. Os alicerces sólidos construídos nessa época, juntamente com a influência inspiradora de sua mãe, desempenharam um papel fundamental na formação da tenista de destaque que ela se tornou ao longo dos anos.
Começo no esporte
Desde o início de sua jornada no tênis, Bia Haddad Maia demonstrou um talento excepcional no esporte. Sua paixão e dedicação a levaram a conquistar feitos impressionantes desde muito jovem. Aos 10 anos de idade, ela já se destacava tanto que era capaz de competir em categorias acima da sua faixa etária, jogando ao lado de tenistas de 12 anos.
Esse salto precoce nas categorias de base continuou a ser uma característica marcante em sua carreira. Com apenas 11 anos, Bia deu mais um passo audacioso ao participar de seu primeiro torneio internacional, competindo em um evento sul-americano designado para meninas de 14 anos. Sua coragem e habilidades foram evidentes, pois ela não apenas se adaptou ao nível de competição, mas também se destacou entre as jogadoras mais velhas.
Esses primeiros desafios enfrentados por Bia Haddad Maia em tenra idade moldaram sua mentalidade competitiva e sua determinação em buscar a excelência no esporte. Sua capacidade de competir em um nível acima de sua faixa etária serviu como um trampolim para sua carreira posterior, preparando-a para enfrentar adversidades e desenvolver seu jogo para o próximo nível.
Ao longo dos anos, Bia continuou a progredir e se aprimorar, alcançando patamares cada vez mais altos em sua carreira profissional. Seu talento precoce e sua experiência adquirida desde a infância foram fundamentais para moldar a tenista excepcional que ela se tornou, conquistando títulos e representando o Brasil com honra nos cenários nacionais e internacionais do tênis.
Começo de carreira
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ITF – 2010
Com apenas 14 anos, Bia Haddad Maia começou a desafiar a si mesma em torneios oficiais organizados pela ITF, na categoria juvenil. Demonstrando um talento excepcional, ela avançou rapidamente na competição, disputando torneios da categoria de 18 anos. Surpreendendo a todos, Bia conquistou seus primeiros títulos tanto em torneios de simples como nas duplas.
Troféis – 2009 a 2012
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Em um marco significativo em sua carreira juvenil, Bia Haddad alcançou sua primeira final de Grand Slam. Competindo na categoria juvenil de duplas no prestigioso torneio de Roland-Garros, ao lado da paraguaia Montserrat Gonzalez, Bia chegou à final, porém, foi derrotada na disputa pelo título. Apesar disso, seu desempenho notável durante o torneio impulsionou sua ascensão no ranking juvenil, alcançando a 15ª posição na lista da Federação Internacional de Tênis (ITF).
Roland-Garros – 2013
A determinação e a busca por grandes conquistas continuaram a impulsionar Bia Haddad Maia. Em 2013, ela voltou a disputar a final de Roland-Garros na categoria juvenil de duplas, desta vez ao lado da equatoriana Domenica Gonzalez. Embora não tenha conseguido conquistar o título, sua consistência e habilidades foram mais uma vez reconhecidas.
WTA – 2014
Com a chegada de seus 18 anos, Bia Haddad Maia deu um importante passo em sua carreira, dedicando-se integralmente aos torneios profissionais tanto da ITF quanto da WTA. Esse foi o momento de transição em que ela começou a competir contra jogadoras mais experientes, buscando consolidar seu lugar no circuito profissional e perseguindo seus sonhos no mundo do tênis.
Campeonatos americanos – 2015
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Em 2015, Bia Haddad Maia competiu em diversos campeonatos pela América, como o Rio Open e o Family Circle Cup. Foi nesse ano que ela conquistou seu primeiro título nas duplas ao lado da compatriota Paula Cristina Gonçalves na Copa Colsanitas, em Bogotá. No entanto, três meses depois, uma lesão a prejudicou e ela foi eliminada na primeira rodada dos Jogos Pan-Americanos de Toronto. A temporada chegou ao fim após uma cirurgia no ombro, e Bia encerrou o ano na 198ª posição do ranking mundial.
2016 – ITFs
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No ano de 2016, Bia retornou às quadras no ITF de Guarujá. Em janeiro, ela conquistou o título de duplas ao lado de Paula Gonçalves. Participou de vários torneios ao longo do ano, incluindo o qualifying de Roland Garros, até que conquistou o ITF de Scottsdale e, na semana seguinte, o ITF de Waco. Ao final da temporada, ela estava classificada como a número 170 do mundo. Infelizmente, perto do Natal, Bia sofreu um acidente doméstico, o que interrompeu temporariamente sua trajetória.
Grand Slams – 2017
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No ano seguinte, em 2017, Bia Haddad teve um excelente desempenho. Ela conquistou quatro títulos importantes: o ITF de Clare nas duplas e no simples, o WTA de Bogotá nas duplas e o ITF de Cagnes-sur-Mer no simples. Além disso, ela teve a oportunidade de entrar pela primeira vez na chave principal de Grand Slams, competindo no US Open, em Wimbledon e em Roland Garros. Seus resultados impressionantes a levaram à 58ª posição do ranking mundial.
Australia Open – 2018
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Em 2018, Bia participou do Australian Open, mas foi derrotada na segunda rodada de simples por Karolína Plíšková, além de também ter sido eliminada nas duplas. Esse ano representou mais uma etapa de sua carreira, com a busca por novas oportunidades de crescimento e desenvolvimento no cenário do tênis.
Da polêmica ao retorno
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Após cumprir sua suspensão, Bia Haddad enfrentou um desafio significativo ao cair para a última posição do ranking, ocupando o 1342º lugar. Mesmo liberada para voltar às competições em maio de 2020, ela não pôde participar do prestigiado Grand Slam de Roland Garros, tendo que recomeçar sua trajetória em torneios de menor porte para reconquistar posições melhores no ranking.
A pandemia da COVID-19 trouxe uma pausa forçada nas atividades esportivas em todo o mundo, e Bia só retornou às quadras em setembro de 2020, quando disputou o ITF de Montemor-O-Novo, em Portugal, e sagrou-se campeã. Ela continuou sua jornada vitoriosa ao vencer outros três torneios no país. No entanto, sua temporada foi interrompida novamente devido ao diagnóstico de um tumor benigno na mão, que exigiu uma cirurgia e encerrou sua participação nos eventos.
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No ano de 2021, Bia Haddad conseguiu um feito significativo ao retornar ao top-100 do ranking mundial, impulsionada por uma excelente campanha no Indian Wells, onde alcançou a quarta rodada do torneio.
Em 2023, a tenista brasileira alcançou o melhor desempenho de sua carreira no ranking de simples, atingindo a 14ª colocação em janeiro. Antes mesmo de chegar à final de Roland Garros, Bia já havia feito história. Ela se tornou a primeira brasileira em décadas a avançar tão longe no torneio, rompendo barreiras e demonstrando todo o seu potencial no cenário internacional do tênis.
2023 – O auge
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Em 2023, Bia atingiu o auge em sua trajetória no tênis profissional. Ela alcançou sua melhor posição no ranking de simples da WTA, ocupando o 12º lugar. Além disso, também alcançou seu melhor ranking de duplas, conquistando a 10ª posição. Essas conquistas destacam sua evolução contínua e consistente no cenário do tênis mundial.
Quanto às participações em Grand Slams, Bia Haddad obteve excelentes resultados nas disputas de duplas. Em 2022, no Australian Open, ela chegou à final, conquistando o vice-campeonato ao lado de Anna Danilina, do Cazaquistão. Essa performance destacada em um dos torneios mais prestigiados do circuito reforça sua habilidade e capacidade de competir no mais alto nível.
No que diz respeito às disputas de simples em Grand Slams, Bia Haddad alcançou sua melhor campanha até o momento em Roland-Garros de 2023, chegando às oitavas de final. Além disso, ela avançou para a segunda rodada em sete oportunidades diferentes, competindo em Wimbledon em 2017 e 2019, no Australian Open em 2018, 2019 e 2022, no US Open em 2022, e novamente em Roland-Garros em 2022. Essas participações sólidas em Grand Slams destacam sua habilidade de competir em torneios de alto nível e seu potencial de alcançar resultados ainda mais expressivos no futuro.
Representatividade no tênis
O tênis feminino brasileiro vive uma grande fase com a presença de Bia Haddad, Luisa Stefani, Laura Pigossi e Carol Meligeni nos torneios ao redor do mundo. Elas passam quase 9 meses fora de casa e se orgulham em levar o país para os pódios, tanto pelas conquistas individuais quanto em duplas. Em entrevista à Gazeta Esportiva, Bia Haddad contou como é para ela ser uma influência para as meninas que sonham em ser tenistas profissionais:
“Eu acho que tudo isso é algo muito positivo para a gente ver cada vez mais meninas acreditando e olhando para a gente, se inspirando. Acho que esse é o ponto principal, quando uma começa a puxar a outra, fazer a outra acreditar também.” – Bia Haddad
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Para além do feito de conquistar uma colocação mais alta que Maria Esther Bueno, ela busca se aproximar ainda mais das novas gerações, deixando o ambiente mais natural. Mesmo longe de casa, ela gosta de poder comer, treinar e dividir experiências com jovens atletas, para que elas se sintam mais confortáveis e confiantes para enfrentar atletas de peso. Beatriz tem um papel fundamental na modalidade e deseja criar mais visibilidade para as novas atletas para a modalidade.