Eliane levou para casa o gramofone pela categoria “Melhor Álbum de Jazz Latino do Ano”, pelo álbum “Mirror Mirror”, feito em parceria com Chick Corea e Chucho Valdés.
A premiação do Grammy é geralmente marcada pela forte presença de artistas da língua inglesa, tanto que existe uma cerimônia à parte somente para premiar os grandes nomes da música da américa latina, o Grammy Latino, onde é mais comum vermos pessoas fora do espectro anglo-saxônico.
No entanto, a premiação do Grammy de 2022 contou com uma feliz surpresa para o Brasil. A paulistana Eliane Elias saiu campeã na categoria “Melhor Álbum de Jazz Latino do Ano”, graças ao seu álbum “Mirror Mirror”, feito em parceria com o pianista cubano Chucho Valdés e o tecladista estadunidense Chick Corea, que faleceu em 2021.
Em suas redes sociais, Eliane agradeceu o prêmio e disse o quanto estava emocionada com a vitória da noite. A pianista falou da importância que os duetos com Valdés e Corea tem para ela e como aquele momento era especial para ela, podendo compartilhar tal honra com eles.
A emoção da vitória foi grande, mesmo que esta não fosse a primeira vez que Eliane ganhava o prêmio; ela venceu a mesma categoria em 2016, com o álbum “Made In Brazil”. A pianista já foi reconhecida diversas vezes na premiação do gramofone, como em 2016 quando foi também indicada a categoria “Melhor Engenharia de Gravação”, em 1996 quando foi indicada a “Melhor Solo de Jazz Instrumental” e em 2017, quando no Grammy Latino, foi a campeã na categoria “Melhor Álbum de Jazz Latino”.
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Eliane tem uma carreira bem estabelecida no exterior há décadas, fruto de seu esforço desde a infância na música. De acordo com informações apuradas pelo jornal O Povo, a influência para a música veio de sua mãe, Lucy, que era pianista clássica também. Na sua adolescência, Eliane foi educada no Centro Livre de Aprendizagem Musical. Aos 17 anos, ela começou a se apresentar com composições autorais, embora não tivesse disponibilizado suas canções em CDs na época. Em 1981, Eliane decidiu morar em Nova York, após sair em turnê com o baixista porto-riquenho Eddie Gomez. Ela chegou a participar de uma banda também, com quem gravou seu primeiro álbum.
Eliane já trabalhou com o trompetista Randy Brecker, com quem posteriormente se casou e teve a filha Amanda Bercker, uma artista que se tornou um grande nome do canto e composição. O casamento de Elias e Brecker, no entanto, terminou nos anos 90.
Até o momento, Eliane tem mais de 30 álbuns gravados em sua discografia, sendo alguns grandes destaques em sua carreira e disponíveis nas plataformas de streaming, como: “Amanda” (1986), “So Far Close” (1988), “A Long Story” (1991), “On The Classical Side” (1993), “The Three Times Americas” (1996), “Kissed By Nature” (2002), “Bossa Nova Stories” (2008), “Swept Away” (2012), “Made in Brazil” (2015), “Dance of Time” (2017) e “Love Stories” (2019).
Um de seus projetos mais recentes foi o álbum “Mirror Mirror”, que lhe garantiu o prêmio em 2022. Dentre as músicas neste trabalho, ganham destaque: “Armando’s Rhumba”, “Esta Tarde Vi Llover”, “Blue Bossa”, “Corazón Partío”, “Mirror Mirror”, “Sabor A Mi” e “There Will Never Be Another You”.
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O lançamento do disco aconteceu meses depois da morte de Chick Corea, que faleceu em fevereiro de 2021, em decorrência de um câncer. Na época, ela fez uma homenagem ao artista em suas redes sociais, dizendo que adorava a forma como Corea escrevia e tocava suas músicas, dizendo ter sido uma grande admiradora de seu trabalho desde a adolescência.
Corea e Elias se conheceram em São Paulo no fim da década de 70, após um show de Gary Burton. Após a apresentação, foram a um restaurante e passaram a noite tocando piano. Quando Eliane se mudou para os Estados Unidos, Chick escreveu cartas a imigração americana que ajudaram no processo de permanência dela no país; ela é muito grata a atitude dele, pois ficar em Nova York mudou sua vida.