Para fãs de Bruna Biancardi, o turismo com animais silvestres é considerado como inadequado. Associações que atuam em defesa explicam o que há por trás da prática.
Para Bruna Biancardi, que é influencer, o post era só mais um “#tbt”. O acrônimo em inglês, Throwback Thursday, significa algo como “Quinta-feira das lembranças”. É uma hashtag muito utilizada nas redes sociais que relembram fatos marcantes para quem publica. A lembrança do passeio quase se tornou um verdadeiro pesadelo para a influenciadora.
Bruna Biancardi quis compartilhar a lembrança de uma de suas viagens que fez ao lado de seu amado, o jogador Neymar, a Dubai, em maio deste ano (2022). Neymar, à época, estaria de férias após o fim do campeonato francês e ambos foram curtir os dias nos Emirados Árabes.
A influenciadora fez vários stories em seu perfil do Instagram, para mostrar para seus fãs, o hotel onde eles estavam hospedados. Nos vídeos gravados pelo amado, Bruna Biancardi aparece feliz brincando com os animais em um aquário imenso que é bastante famoso em Dubai.
As diárias do hotel onde o casal passou as férias do jogador podem chegar a R$ 52 mil reais, segundo informações da Revista Caras. A suíte, que hospedou o casal apaixonado, abriga até três adultos e uma criança. O serviço do hotel também inclui na diária um mordomo, que fica à disposição dos turistas.
À época, Bruna Biancardi, teria feito um post ainda estando no hotel, onde mostrou seu look para encontrar amigos na cidade, conforme informado pela Revista Caras. Ela escolheu um corset branco, que voltou à moda e uma calça de cintura baixa, estilo alfaiataria. Neymar comentou o post usando um emoji de rostinho apaixonado, reagindo à foto de sua atual namorada.
Por que a influencer foi criticada?
De acordo com o portal HitSite, a influencer teria recebido uma enxurrada de comentários criticando sua postura de nadar com golfinhos. Entre os comentários, alguns fãs disseram: “Que horror. Nadar com golfinhos presos e escravizados. Péssimo exemplo. Imagem horrível”, teria escrito um seguidor visivelmente incomodado com a imagem.
Para várias associações de proteção animal, como a Alianima, o turismo com animais deve ser responsável e consciente. Em seu blog, a associação esclarece que o turismo animal configura no ato de destinar animais para práticas de lazer. A intenção pode até ser positiva, já que de alguma maneira fomenta o comércio e é fonte de renda de famílias, mas pode causar sofrimento, porque os animais devem ser adestrados anteriormente e a maneira em como são adestrados é sempre escondida dos turistas.
“O turismo de observação é realizado dentro do habitat natural dos animais, sem prejudicar sua integridade e liberdade”, esclarecem em uma das notas informativas a associação.
Já para a World Animal Protection (WAP), uma associação internacional que também atua no Brasil, existem cerca de “três mil golfinhos que vivem em cativeiro [no mundo inteiro] para entreter turistas”. A associação afirma que os adestradores usam de práticas cruéis, como retirar comida, privar as fêmeas de terem contato com seus filhotes e de abusarem do volume das músicas, o que terminaria irritando os ouvidos dos animais, que são mais sensíveis que os ouvidos dos seres humanos.
- Pessoas inspiradoras: Garoto de 11 anos aprovado na universidade compartilha sua jornada de aprendizado do inglês
Números alarmantes também no Brasil
Ainda segundo a WAP, a maior parte do turismo animal acontece na Amazônia e na região Nordeste do país. Em 2017, a WAP descobriu que “94% das 18 agências de turismo de Manaus ofereciam passeios oferecendo aos turistas a oportunidade de tocar os animais. Entre eles estavam a preguiça de três dedos e o macaco de cheiro”.
Entre os animais que correm risco de extinção, o macaco de cheiro se encontra em perigo eminente. Os problemas ocasionados com as mudanças climáticas, que afetam o habitat do animal, poderiam dar fim ao pequeno primata, quem certificam essa trágica notícia são os pesquisadores Rafael Rabelo, do Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas (INPA) e a Fernanda Paim, que é a líder do Grupo de Pesquisa em Biologia e Conservação de Primatas do Instituto Mamirauá, organização criada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).