Será que você já viu algum cachorrinho do mato onde você mora? Apesar de sua aparência bastante assustadora, esse inseto é visto frequentemente em locais onde há muitas plantações, mas termina chamando a atenção tanto de biólogos, quanto das pessoas.
O mais curioso, é que esse inseto acaba tendo inúmeros nomes. Em algumas regiões, ele é conhecido por paquinha, paquinha-de-jardim, grilo-toupeira, cachorrinho-da-terra, cachorro-d’água, piloto, ralo, frade, bicho-terra, cachorrinho-d’água, cachorrinho-do-mato, cava-terra, grilo-talpa, grilo-da-terra, grilo-toupeira europeu, etc., mas seu nome científico é Gryllotalpa hexadactyla.
Esses pequenos insetos pertencem à família Gryllotalpidae, e vivem embaixo da terra. Sua morfologia, segundo a Wikipédia, é marcada por patas dianteiras fortes e escavadoras, olhos pequenos e subdesenvolvidos, e corpos compactos que facilitam a movimentação no solo.
Essas características são essenciais para sua habilidade de cavar túneis complexos e eficientes no subsolo. A coloração geralmente escura do cachorrinho do mato serve como camuflagem no ambiente subterrâneo, protegendo-os de predadores.
Normalmente, esses insetos estão distribuídos em várias zonas tropicais e até mesmo em zonas temperadas, sendo considerados como pragas de gramíneas, plantações e até mesmo de campos de golfe, já que tendem a se alimentarem das raízes das plantas.
No Brasil, esse inseto é frequentemente encontrado na Amazônia, mas com as mudanças ambientais e climáticas, eles têm cada vez migrado para as áreas urbanas em busca de alimentação. Por possuírem asas, não é difícil vê-los nas copas das árvores.
Com o corpo alongado, medindo entre 3 a 5 cm de comprimento, esse inseto é bastante robusto e tem uma cor característica marrom, podendo ser às vezes um pouco acinzentada, além de ter alguns pelos castanhos.
Hábitos alimentares e comportamento do cachorrinho do mato
O cachorrinho do mato é um inseto carnívoro, com hábitos alimentares que foram adaptados à vida subterrânea. Eles se alimentam principalmente de larvas de insetos, minhocas e outros pequenos organismos que habitam o solo.
Seus sentidos de tato e audição, altamente desenvolvidos, ajudam a detectar a vibração de presas próximas, permitindo que localizem suas presas mesmo sem visão eficiente. Seu comportamento é focado na escavação e na caça, passando a maior parte de suas vidas sob a terra.
Esses insetos são encontrados em uma variedade de ambientes, desde florestas até áreas agrícolas e jardins. No entanto, sua distribuição geográfica pode variar dependendo das condições do solo, disponibilidade de alimentos e outros fatores.
Apesar de serem considerados como pragas, em determinados ambientes, eles desempenham um papel vital na aeração do solo, ajudando a melhorar a qualidade do solo, o que promove o crescimento de plantas. O cachorrinho do mato também contribui para a reciclagem de matéria orgânica no solo, o que é de grande importância para a saúde do ecossistema.
Sendo assim, o cachorrinho do mato tem uma influência bastante significativa na ecologia, especialmente através da aeração do solo que promove. No entanto, em áreas agrícolas, seu comportamento escavador pode causar danos às plantações, tornando-se uma preocupação para os agricultores.
Com hábitos geralmente noturnos, o cachorrinho do mato, segundo o site da Cobasi, aproveita esses momentos para sair de suas tocas e conseguirem se alimentar com certa tranquilidade, prevenindo ataques de predadores.
Relação com os seres humanos
A relação entre o cachorrinho do mato e os seres humanos é complexa. Na cultura popular, esses insetos frequentemente são associados a mitos e histórias. Em algumas áreas urbanas e jardins, elas podem causar danos, levando a esforços de controle.
Para muitas pessoas, a invasão desses insetos é motivo de grande preocupação. No entanto, caso você queira mantê-los afastados de seu jardim ou até horta, é necessário que você reduza as regas ou passe a considerar um sistema de drenagem de água apropriado e que esteja de acordo com as características do espaço.
Essa medida evita que as fêmeas desses insetos não busquem abrigo, já que elas preferem locais mais úmidos para fazerem a desova, o que prejudica o jardim ou a horta. Em caso de grandes infestações, é aconselhado buscar apoio com algum profissional, como um agrônomo, para indicar a melhor medida preventiva.
Também são usadas medidas menos agressivas para lidar com danos potenciais às plantações e áreas urbanas, desde estratégias de controle como barreiras subterrâneas, até métodos de controle biológico, como a introdução de predadores naturais do cachorrinho do mato. Ainda assim, é importante ressaltar que inseticidas não são eficazes contra esses insetos.
No entanto, em muitos ecossistemas naturais, o cachorrinho do mato é considerado como parte integral do ciclo do solo e desempenham um papel importante, já que consomem matéria orgânica do solo.
A conservação do cachorrinho do mato é relevante para manter o equilíbrio ecológico em áreas naturais. Preservar seus habitats e entender seu papel no ecossistema subterrâneo é importante para a saúde dos solos e a biodiversidade no geral.
Apesar de sua característica física não tão amigável, o cachorrinho do mato não pica, exceto em condições em que se considera ameaçado. Também não são venenosos para seres humanos, somente para insetos e animais de pequeno porte. Sua picada pode causar apenas uma leve dormência ou inchaço na região.
Muitas vezes ao pegar um cachorrinho do mato nas mãos, a reação desse inseto é de fugir. É possível que ele tente “cavar” entre os dedos ou até dar alguns beliscões, para conseguir escapar.
Características detalhadas do cachorrinho do mato
A pesquisa científica continua desvendando detalhes da biologia e do comportamento do cachorrinho do mato. Estudos sobre sua genética, interações com outros organismos e impacto ambiental são áreas promissoras para a pesquisa.
Com tamanho que varia entre 25 mm a 35 mm de comprimento, o cachorrinho do mato (Gryllotalpidae) ganha destaque por sua coloração marrom-escura na parte dorsal e mais clara na ventral.
O corpo, coberto por uma finíssima membrana, apresenta uma textura aveludada, incluindo suas pernas. Entre os gêneros mais prevalentes no país, Scapteriscus e Neocortilla emergem como os protagonistas, mas não são bem-vistos. Apesar da aparência inofensiva, esses insetos têm se tornado verdadeiras pragas em inúmeras plantações, como relata o estudo de Ferreira & Barrigossi (2006).
Preferindo solos úmidos, o cachorrinho do mato investe na escavação de galerias subterrâneas onde se alimenta de raízes e de pequenos invertebrados, segundo os pesquisadores. Além disso, eles têm um cardápio variado, incluindo minhocas e matéria orgânica morta do solo.
No ciclo de reprodução, as fêmeas depositam de 20 a 60 ovos em ninhos subterrâneos. O período de incubação dura de 14 a 21 dias, sendo seguido por uma fase de ninfa que se estende por cerca de 250 dias. A fase adulta do cachorrinho do mato persiste por um período entre 240 a 300 dias.
Infelizmente, o cachorrinho do mato tem conquistado grande antipatia por serem considerados como pragas agrícolas, surgindo como uma ameaça real em plantações diversas. Por terem comportamento noturno, eles vão à superfície, e lá atacam plantas, como o arroz, ainda estando embaixo do solo.
Em algumas situações, seu ataque pode resultar na morte de uma considerável quantidade de plantas nas linhas de cultivo. Plantios de arroz em solo úmido também sofrem, uma vez que o cachorrinho do mato o poder de comprometer o fluxo do cultivo, gerando danos consideráveis a nível financeiro.
Devido a essas circunstâncias causadas por esses insetos, inúmeros estudos têm se debruçado sobre os impactos do cachorrinho do mato e sobre os cenários onde suas atividades são mais problemáticas. Entre as análises realizadas, destaca-se a presença desse inseto no feijoeiro (Phaseolus vulgaris), especialmente na região nordeste do país.
O desafio está no controle essas pragas, algo que minimizaria os danos, já que o cachorrinho do mato ameaça de maneira direta as colheitas e a saúde das plantações, o que torna complexa a interação entre os insetos escavadores e a agricultura.
Comparação com outros insetos escavadores
Comparar toupeiras com outros insetos que também vivem no subsolo, como escaravelhos e formigas cortadeiras, permite explorar as diferentes estratégias de vida subterrânea e as adaptações únicas de cada espécie para esse ambiente desafiador.
O Gryllotalpa hexadactyla, comumente conhecido como cachorrinho do mato, se destaca entre outros insetos escavadores devido à sua morfologia e hábitos únicos. Ao contrário de muitos outros insetos escavadores que pertencem a diferentes grupos, como os escaravelhos e as formigas cortadeiras, esse inseto é um grilo que se adaptou à vida subterrânea.
Sua aparência se assemelha a uma toupeira, com patas dianteiras fortes e adaptadas para escavação eficiente de túneis. Esses grilos-toupeira são especializados em ambientes subterrâneos e têm uma dieta carnívora, alimentando-se principalmente de larvas de insetos e minhocas encontradas no solo.
Comparando com outros insetos escavadores, como os escaravelhos que frequentemente usam suas mandíbulas para cavar e mexer em material orgânico, e as formigas cortadeiras que escavam túneis para cultivar fungos, o cachorrinho do mato é um inseto bastante notável por sua grande e única adaptação à vida subterrânea entre os grilos.
A combinação de características morfológicas e hábitos alimentares distingue o cachorrinho do mato como um membro melhor adaptado entre os insetos escavadores, que contribui para a diversidade e complexidade da vida subterrânea no mundo dos insetos.
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