O animal chamado Bento, da raça shih tzu, foi levado ao estabelecimento, mas o funcionário o tratou com muita violência, deixando-o sufocar-se na coleira propositalmente.
Os maus-tratos contra animais são perpetuados em nossa sociedade de maneira cruel e vil, e muitas vezes os agressores nem sequer são punidos. Acostumados a se sentir no topo da cadeia alimentar, tratar as demais espécies como inferiores, descontando nelas todas as frustrações da vida, até bem pouco tempo atrás nem sequer era crime.
Com a disseminação dos grupos que lutam pelas causas animais e com a constante insatisfação das pessoas com a tortura e os maus-tratos, as comunidades começaram a se organizar para barrar certos tipos de comportamento. Hoje em dia, já não é mais permitido tratar animais de estimação de qualquer maneira, é preciso sim oferecer dignidade, alimentação e o mínimo de cuidados básicos para que eles não sofram.
O mercado voltado para as demandas animais também aumentou, principalmente porque agora os cuidadores e tutores querem oferecer o melhor para seus companheiros. A produção destinada aos pets se intensificou e também cresceu a variedade, inclusive é comum encontrar clínicas veterinárias e petshops em vários bairros do país.
Mesmo com a elevação de estabelecimentos desse nicho, a qualidade não deixa de ser um ponto importante, principalmente porque a maioria dos clientes levam em consideração o bem-estar dos animais. Quando frequentam um petshop, fazem-no porque confiam nos funcionários e em como seus pequenos peludos serão tratados.
Maria Eduarda Cavalcanti pensava justamente nisso quando levava Bento, seu shih tzu, à clínica “É o Bicho”, que fica em Maceió (AL). Confiando no estabelecimento, ela nem sequer imaginou que um dia poderia simplesmente não encontrar mais seu cãozinho com vida. De acordo com reportagem do G1, o funcionário da clínica prendeu o animal na parede por uma coleira, e ele acabou se sufocando até a morte.
Câmeras de segurança do estabelecimento mostram o momento em que Davi Silva dos Santos, de 24 anos, trata Bento com violência, maltratando-o, até chegar a prendê-lo numa coleira, mas deixando-o suspenso no ar até se sufocar. A frieza com que trata o animal surpreendeu a tutora, que afirmou que Bento nunca foi agressivo com nenhuma pessoa.
Quando Davi percebeu que o animal tinha sido sufocado, saiu e disse para os outros funcionários que o animal tinha desmaiado. A direção da clínica, desconfiando do acontecido, chamou a Polícia Militar, que colheu o depoimento do rapaz na mesma hora. O delegado Leonam Pinheiro, que está à frente do caso, informou no dia seguinte que a justiça tinha decretado prisão preventiva de Davi.
Segundo os funcionários da clínica, o homem estava trabalhando no local havia cerca de três meses, ainda em período de experiência, e ninguém compactua com suas ações, prezando pela saúde e bem-estar animal, como defenderam em uma nota à comunidade. Davi confessou ter apertado a coleira do animal porque estava “estressado”, também disse responder a outros crimes, como receptação e homicídio.
Enquanto aguarda o andamento do processo, ficará preso, e caso seja condenado, pode pegar de dois a cinco anos de cárcere. Quando os maus-tratos contra um animal resultam em morte, a pena é aumentada de um sexto a um terço, de acordo com a legislação vigente no Brasil.
As imagens que a Polícia Civil liberou das câmeras de segurança são fortes, mostram toda a ação de Davi, que prende Bento com violência em uma coleira. Assim que ajusta o equipamento na parede, o cachorro começa a se sufocar e ele sai da sala. Quando retorna, checa para ver se o animal morreu.
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Em nota, a administração da clínica reforçou que não compactua com o comportamento de Davi e que lamenta profundamente o ato criminoso, mas que reconhece que nada do que fizer trará a vítima de volta. A empresa ainda afirma que não tem pretensão de fugir das responsabilidades e que vai reestruturar o processo de recrutamento e contratação da equipe.