Muitos casais estão preferindo trocar os filhos por pets. Entenda melhor!
Nos últimos anos, a maneira como os casais enxergam a decisão de ter filhos tem se transformado radicalmente. No passado, era essencial as famílias terem um número razoável de herdeiros, tanto homens, para o trabalho duro, quanto mulheres, para cuidar de casa e dos filhos.
Hoje em dia, a realidade é outra. Cada vez mais temos visto casais dizendo que ter filhos não é prioridade, que preferem curtir a vida a dois a ter de lidar com todas as responsabilidades de ter uma criança.
Esse estilo de vida é tão recorrente, que até chamou a atenção do papa Francisco. No último dia 5 de janeiro, conforme matéria do portal G1, o líder da Igreja Católica lamentou que os animais de estimação tomem o lugar dos filhos em muitas famílias.
No discurso, que aconteceu durante a audiência geral, o pontífice considerou “uma forma de egoísmo” a decisão de cães e gatos ocuparem o lugar de filhos. O papa também fez um apelo para que as instituições facilitem os processos de adoção, colaborando para que muitas crianças que sonham em ter uma família de verdade possam ser recebidas por homens e mulheres que estejam prontos para dar esse passo tão importante.
Defendendo seu ponto de vista, Francisco acrescentou que “a negação da paternidade e da maternidade nos diminui, tira nossa humanidade” e que “arriscado é negar a paternidade, negar a maternidade, seja ela real ou espiritual”.
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No entanto, o discurso do pontífice dificilmente mudará a mente do grande número de brasileiros que parecem ter decidido que os seus únicos “filhos” serão os animais de estimação.
O que revelam os números
Diversas pesquisas apontam o crescimento da preferência dos casais por pets. Ainda conforme o G1, a pesquisa anual da Comissão de Animais de Companhia (Comac), do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Saúde Animal (Sindan), por meio de análises de lares brasileiros de todas as classes, em 2021, mostrou que, naqueles em que há cachorros, 21% são de casais sem filhos. Das casas em que os gatos foram os pets escolhidos, 25% são de casais sem filhos.
Leonardo Brandão, coordenador da Comac, comentou o resultado da análise, dizendo que é possível perceber um aumento no grupo de casais sem filhos.
Em 2019, 20% dos lares com cães eram de casais sem filhos e 22% dos que tinham gatos pertenciam a casais sem herdeiros.
A mesma pesquisa ainda apurou que os donos dos animais de estimação costumam enxergar seus pets como amigos, companheiros, apenas animais de estimação, e como membros da família.
De 2019 para 2020, a porcentagem de donos que veem seus animais como filhos e membros da família aumentou.
A pesquisa ainda trouxe um dado interessante sobre o período de pandemia. Conforme apurado, em 2021, a maioria das casas (60%) que adquiriram um gato eram compostas por casais sem filhos, já para os cães, o maior número de aquisições foi de pessoas solteiras.
Você com certeza conhece ou até mesmo é uma das pessoas que preferem uma família composta por animais a pessoas. Essa preferência já tem até nomenclatura definida dentro das ciências humanas: “famílias multiespécies”.
Para aqueles que concordam com a opinião do papa, pode ser um erro colocar os animais acima dos filhos, mas essas pessoas têm conquistado cada vez mais o seu espaço. Os animais já estão sendo vistos como parte da família até pela justiça, por meio de contratos e litígios sobre a guarda dos animais em caso de divórcio, por exemplo.
Além disso, os animais podem ter certidões de nascimento lavradas em cartórios físicos ou por meios virtuais.
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