Entenda como foi feita a descoberta dos cientistas.
De acordo com informações do INCA (Instituto Nacional do Câncer), o câncer de mama é o tipo que mais acomete mulheres em todo o mundo, levando em consideração tanto países em desenvolvimento quanto em países desenvolvidos.
Em 2020, segundo o órgão, aproximadamente 2,3 milhões de novos casos foram estimados em mulheres de todo o mundo, o que representa cerca de 24,5% de todos os tipos de neoplasias diagnosticadas nas mulheres.
A incidência varia entre as diferentes regiões do planeta, com as maiores taxas nos países desenvolvidos.
O alto número de casos torna necessário cada vez mais pesquisas para descobrir a cura para a doença. Recentemente, pesquisadores chineses fizeram uma descoberta animadora, que traz esperança para pessoas que sofrem da doença no mundo inteiro.
Cientistas da Universidade de Fudan, em Xangai, desenvolveram uma bateria “de água salgada autocarregável” que, quando combinada a uma nova classe de medicamento denominada pró-fármacos ativados por hipóxia, foi capaz de eliminar o câncer de mama ou diminuir em 90% o tamanho do tumor em duas semanas.
- Bem-Estar e Saúde: Ora-pro-nóbis: quantas folhas consumir por dia, benefícios e receitas
A nova classe de medicamento ainda está passando por testes. O estudo foi publicado na revista científica Science Advances.
Segundo informado pelos pesquisadores, os fármacos convencionais usados para combater a doença não são direcionados especificamente para o tumor do paciente, e isso acaba por aumentar tanto os efeitos colaterais quanto a toxicidade nos pacientes.
Essa situação foi o que motivou os cientistas a criarem a bateria, que é composta de um eletrodo de poli-imida biocompatível e outro de zinco, posicionado no tecido tumoral agindo no local onde o tumor cresce.
Conforme informações do portal R7, no processo de descarga e autocarga da bateria, ela consome o oxigênio desse ambiente, suprimindo o crescimento do tumor e criando um nível de hipóxia (quando não chega oxigênio suficiente às células), perfeito para potencializar a ação dos HAPs, mais especificamente a tirapazamina.
Para comprovar os resultados de seus estudos, os pesquisadores chineses aplicaram a sua terapia em cinco camundongos com carcinoma mamário murino 4T1.
- Bem-Estar e Saúde: Sexólogos revelam 9 benefícios do sexo matinal para a saúde
Logo de cara, os cientistas mediram a eficácia da solução salina, cujo objetivo é reduzir o tamanho do tumor e da bateria de forma individual na diminuição de oxigênio (O₂), em outros camundongos.
Os resultados mostraram que a bateria foi capaz de reduzir o nível de O₂ para 1,9% em duas semanas. A solução, por sua vez, reduziu o nível de O₂ para 14,1% após 14 dias.
Os cientistas puderam notar a maior efetividade do dispositivo na diminuição do oxigênio quando a bateria foi combinada à tirapazamina (HAP). Nessa combinação, o tumor desapareceu em 80% dos camundongos, ou seja, em 4 dos 5.
No camundongo que permaneceu com o tumor, o seu volume médio teve uma redução de 90%, um número realmente impressionante.
O estudo ainda mostrou que o tratamento é eficaz combinado em laboratório (fora dos animais) com tumores fatiados e o uso de corantes. De acordo com os pesquisadores, as células tumorais foram eliminadas pela terapia em várias profundidades.
- Bem-Estar e Saúde: Endocrinologista lista 7 suplementos para longevidade que serão tendência em 2024
As descobertas mostram que usar a bateria antes de iniciar um tratamento com os HAPs pode tornar o medicamento mais eficiente a longo prazo. A bateria também diminui os efeitos colaterais do tratamento, e um dos pontos positivos é que os pesquisadores não notaram mudanças de peso os nos órgãos dos camundongos.
Xia Yongyao, autor do estudo e professor da Universidade de Fudan, deu uma entrevista animadora à agência de notícias estatal chinesa Xinhua. Ele explicou que o estudo cruzado entre a tecnologia de baterias e a bioterapia não apenas oferece um novo método de tratamento para terapia antitumoral, “mas também cria um precedente para baterias em aplicações biomédicas”.