Atualmente, o preconceito com a idade tem acometido muitas mulheres, tanto anônimas quanto famosas. É o caso de Fafá de Belém, Andréa Beltrão, Cláudia Raia e muitas outras.
O público feminino é constantemente julgado na vida real e nas redes sociais. No entanto, hoje em dia aquelas que fazem parte da geração +40 já são consideradas velhas demais para a sociedade. Acabam sofrendo com a falta de oportunidade de emprego, enxurrada de críticas e descrédito.
Há quem acredite que mulheres com mais de 50 anos, por exemplo, como no caso da atriz Cláudia Raia, não possam ter a chance de engravidar. Vale ressaltar que ela é mãe de Luca, de apenas um mês, e também de Enzo Celulari (25) e Sophia Raia (20).
Fruto de sua atual união com o bailarino Jarbas Homem de Mello, a artista engravidou aos 55 e causou a maior repercussão entre os internautas. Inicialmente alguns duvidaram que ela realmente estivesse gerando uma vida nessa faixa etária.
Já outros a detonaram justamente pela escolha de ser mãe pela terceira vez nessa idade, alegando que ela poderia estar fazendo outras coisas ao invés de estar se preocupando com isso.
Contudo, Cláudia é a prova viva de que os sonhos podem se tornar realidade, não importa o tempo. Se uma pessoa quer muito concretizar algo, é capaz de conseguir. De acordo com o G1, ela chegou a fazer fertilização in vitro na tentativa da terceira gestação.
Ao se dar conta de que os embriões não teriam se formado, entendeu que talvez não fosse mesmo para ser. Jarbas, seu marido, é pai de primeira viagem e sempre desejou ter um filho. Este acabou se tornando seu desejo também.
Com o passar do tempo, Cláudia Raia passou por uma bateria de exames e percebeu que estava ovulando. Com isso, resolveu fazer um teste de gravidez e se assustou bastante com o resultado positivo. Acabou descobrindo que estava em sua décima terceira semana!
A novidade foi recebida com muita surpresa e gratidão por toda a família. Já quando se trata dos usuários das redes sociais, isso já não é uma verdade tão absoluta assim, tendo em vista os críticos de plantão.
Nesta quinta-feira (30), a esposa de Jarbas Homem de Mello, publicou uma linda selfie com o filho recém-nascido. Internautas logo reagiram: “Nossa, não está se cuidando. Cara de 60”, “Carregando o neto. Que maravilha” e “Você está ficando careca ou é cabelo branco?”, questionaram.
O que é o etarismo?
O termo configura uma espécie de preconceito com pessoas mais velhas, as quais passam a ser classificadas como sem valor e inúteis. De acordo com o portal Terra, um relatório de 2021 divulgado pelo Departamento das Nações Unidas para Assuntos Econômicos e Sociais (UN DESA), Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (OHCHR) e Organização Mundial da Saúde (OMS), retratam informações importantes e alarmantes.
Especialista no tema e autora da obra “A arte de gozar”, a antropóloga Mirian Goldenberg afirma que muitos estão começando a mudar a ótica da velhofobia, que vê apenas decadência, doença e feiura na maturidade, para contemplar prazer, tesão, beleza e alegria na velhice.
A discriminação com idosos pode culminar na piora da saúde mental dos mesmos. O estudo aponta que uma em cada duas pessoas têm comportamentos discriminatórios e humilhantes contra a terceira idade.
Para a escritora, as palavras usadas para denunciar o preconceito contra pessoas mais velhas, seja velhofobia, idadismo, ageísmo ou etarismo, não são tão relevantes assim. No entanto, desde 2017 ela percebe que a primeira possui um maior impacto naqueles que desejam combater com todas as suas forças o abuso e violência contra os mais velhos.
Fafá de Belém
No Instagram, a cantora que por muito tempo deixou de assumir os fios grisalhos e agora usa-os sem medo de ser feliz, revelou que após os 50 anos, escuta direta e indiretamente que seu tempo acabou, e que está velha para inventar moda.
Ao se deparar com esse tipo de comentário, ela diz que é difícil não ser atingida, porque toda pessoa tem fragilidades e frases como essa acarretam inúmeras consequências. Em recente entrevista à revista Quem, ela avalia que o Brasil é um país que despreza pessoas a partir dos 50, e que envelhecer, possui o mesmo significado de ser jogado fora.
Ingrid Guimarães
Com um registro da britânica Vivienne Westwood, famosa por expressar arte por meio de roupas, acessórios e intervenções repletas de ousadia, Ingrid Guimarães indagou os seguidores sobre quem estipulou que o game acabou, referindo-se à trajetória humana.
“Se vc for pensar, que somos sobreviventes de uma pandemia, que ainda estamos aqui. Depois de tantas mortes trágicas não deveríamos estar recebendo os parabéns? Há pouco tempo conheci a palavra “velhofobia”. E junto a ela, um monte de regras sobre o que não se pode mais. Luto contra ela todos os dias”., finalizou.
Andréa Beltrão
A atriz e comediante Andréa Beltrão publicou um vídeo fazendo uma reflexão a respeito de ofensas que vêm disfarçadas de elogios e debateu sobre o etarismo, que se manifesta de forma sutil na maioria das vezes.
Há quem a questione sobre o fato de ter 58 anos e ainda estar ótima. Ela relata que por melhor que sejam as intenções, quando um elogio vem acompanhado de um ‘mas’ deixa de ser elogio. “Eu tenho 58 anos e estou ótima; eu tenho 58 anos e estou cheia de energia; eu tenho 58 anos e me sinto maravilhosa. Sem nenhum ‘mas’.”, apontou.