Mulherada, senta aqui. Vamos conversar.
Ouvi essa semana uma amiga minha dizer que “sem roupa não tava bom”. Eu elogiei o corpo dela e ela deu aquele sorrisinho de quem ficava encabulada e agradeceu, mas emendou com essa frase. Eu perguntei o que o último rolo falava pra ela e veio a resposta de que ele a chamava de gostosa, que curtia o corpo dela e que a química entre os dois era incrível.
– Você ficava com vergonha ou algo assim de estar nua na frente dele?
– Não, me sentia super bem porque ele me elogiava.
– E ao se olhar no espelho sozinha?
– Eu achava que estava ruim.
Entendo perfeitamente o posicionamento dela. Acho que é algo pessoal e que ela tem todo o direito de achar isso, sem importar com o que os outros dizem a ela. E, aliás, não foi a primeira vez que ouvi isso. Já estive em situações em que tive de enumerar todos os quesitos que achava bonito no corpo de alguém e que me deixavam atraído para tentar amenizar o caos do sentimento de “tô gorda, tô feia e ninguém me quer”; caos nesse caso específico.
Sei que, agora, você deve estar se perguntando onde eu quero chegar com isso tudo. Simples: primeiro eu desejo de verdade que você pare de se achar gorda porque alguém é mais magro que você. Sempre terá alguém que parecerá mais magro. Outra coisa: não fique apenas reclamando, sabe. Se você não está satisfeita, vá em busca do que você acha ideal. Descruze os braços, arrume um tempo e cuide de você. Mas faça isso porque você se ama, não porque você se odeia.
E ouça quem está ao seu lado.
O primeiro lugar em que podemos procurar um apoio ou uma crítica construtiva sincera é no parceiro. Se você julgar que ter um corpo mais em forma é bom pra você, tenho plena certeza de que quem estiver contigo te ajudará. É do companheirismo do casal esse apoio mútuo nos objetivos que cada um julga necessário. Objetivos esses que apenas a própria pessoa pode discernir se são válidos. Não cabe a mais ninguém te desmotivar ou tentar tirar a ideia da sua cabeça.
E para quem está sozinha, quero apenas dizer que não se deve buscar um padrão de beleza de revistas. Primeiro porque você não depende disso. Segundo porque a vida real não tem photoshop embutido. Todos temos nossas imperfeições. Melhore o que quiser melhorar, mas não faça isso para se adequar. Faça para se sentir verdadeiramente melhor e ter mais qualidade no viver, como o ganho de autoestima. Pra mim, a vaidade de atingir uma perfeição torna vazia toda mudança.
Por fim, só queria deixar claro que essa é uma opinião pessoal. Eu sempre dei força para quem me dizia que estava querendo mudar, praticar mais exercícios e se sentir melhor com o próprio corpo. Essa é uma escolha individual, assim como a impressão de estar bom ou ruim pelado. E por mais que eu tenha meu julgamento para cada caso, realmente nunca me caberá cobrar uma mudança. Apenas um apoio.
E se continuarem achando que “sem roupa não tá bom”, façam algo por vocês. Não porque detestam o jeito que estão, mas, insisto, porque se amam e querem ser alguém melhor.
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Por: Gustavo Lacombe – Publicado Originalmente em: Superela