“A Pequena Sereia” tem dividido opiniões entre o público. Entenda a polêmica.
A Pequena Sereia é uma das obras clássicas da Disney, junto “Cinderela”, “Bela Adormecida”, “Branca de Neve”, entre muitos outros. A história que começa embaixo do mar fez parte da infância de milhões de pessoas ao redor do mundo, mas mesmo com essa memória afetiva, a versão live-action do filme tem desagradado a muita gente.
Segundo informações do Terra, o novo trailer do filme, que foi divulgado em setembro, já soma mais de de 1,5 milhão de “não gostei” (dislikes) na plataforma YouTube. O site de vídeos não mostra mais a contagem, mas alguns internautas foram capaz de burlar o sistema e exibir o real número de pessoas que classificaram negativamente o filme.
Como resultado, o YouTube desabilitou o botão de “não gostei” do vídeo.
As principais razões citadas pelos usuários para terem dado deslike no trailer se relaciona aos efeitos visuais do longa. Na opinião de muita gente, não parece que os personagens estão realmente embaixo d’água.
No entanto, outro fator que tem gerado diversas críticas à produção desde o seu anúncio está na escolha da atriz quer interpretará Ariel, a protagonista na história. Na animação da Disney, Ariel é branca, de olhos claros e cabelos vermelhos. Já no live-action, ela será regra, vivida pela atriz Halle Bailey.
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A escalação de uma atriz com traços físicos tão diferentes ao da personagem da animação incomoda a muita gente, e levantou comentários acerca da “militância estar indo longe demais”.
Para muitos dos críticos, que vêm se manifestando contra a mudança desde 2019, quando Bailey foi escalada, o longa precisa ter mais “realismo” e “fidelidade” à obra original.
Alguns internautas falam abertamente sobre a questão da raça e chegaram a espalhar a hashtag #NotmyAriel (Não é minha Ariel). Essas pessoas ainda defendem que a Disney que causar uma “lacração” ao escalar a atriz negra para protagonizar a história, acrescentando que isso é um desperdício de dinheiro.
A polêmica causou uma grande discussão nas redes sociais, entre aqueles que apoiam uma maior liberdade de cor e gênero no cinema, e quem acredita que o melhor caminho é manter as tradições.
Assista ao trailer abaixo:
Os comentários negativos chegaram até Bailey, que em entrevista à People falou sobre como tem lidado com esse momento delicado. Mostrando maturidade, a atriz relatou que tem procurado se concentrar mais no significado do sue trabalho enquanto intérprete do que
Em resposta às críticas, Bailey disse à revista People que ela tem se concentrado no significado de interpretar Ariel, e não no ódio.
Bailey disse que para ela é muito especial que a Ariel seja vivida por uma mulher de cor, com a qual pode se identificar. Por isso, ela se sente muito grata por ter recebido o papel, pensando na diferença que essa mudança fará para as crianças de cor.
A intérprete da “Pequena Sereia” também comentou que passou toda a sua infância sem sentir representada nas telas, afirmando que se tivesse tido mais referências parecidas com ela mesma, sua perspectiva teria sido diferente.
Sobre os ataques racistas, a atriz falou que buscou o apoio dos avós para lidar com a situação, e segundo ela o efeito foi positivo. A atriz de apenas 22 anos contou que foi lindo ouvir as palavras de encorajamento que eles compartilharam, a motivando e dizendo que esse trabalho é para toda a comunidade de pessoas negras e pardas.
Nem tudo são más notícias. Especialmente entre a comunidade negra, a escalação de Halle Bailey tem sido uma conquista a ser celebrada, e uma chama de esperança para diversas crianças que agora se sentirão representadas ao assistirem ao filme.