Para muitas mulheres, o corrimento vaginal é considerado ainda como um grande tabu, mas é importante entender que o corpo da mulher produz várias secreções que são naturais e não devem ser motivo de preocupação.
No entanto, é necessário saber diferenciar os tipos de corrimento, já que alguns podem apresentar características anômalas e merecem o devido cuidado. Ainda assim, no caso de ser uma infecção, a maioria é tratada facilmente e sem maiores problemas.
Ainda que seja algo natural do corpo da mulher, é necessário ficar atenta a alguns aspectos, como cor do corrimento, odor e até mesmo volume. Uma alteração significativa pode indicar algum tipo de infecção.
“A gente tem que mudar a cultura que envolve a secreção vaginal. A maioria das mulheres tem a expectativa de chegar ao final do dia com a calcinha limpa, mas isso não é uma realidade. O corrimento é fisiológico, desde que não tenha cheiro forte”, explica a ginecologista e obstetra Débora Tonetti, entrevistada pelo site Drauzio Varella.
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Geralmente, o corrimento vaginal tem a aparência semelhante à de uma clara de ovo, mas sua cor e consistência podem variar de acordo com a época do ciclo menstrual, assim como sua quantidade.
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Muitas mulheres terminam se sentindo incomodadas com essa secreção e acabam usando protetores diários. A médica ginecologista Débora Tonetti ainda explica que esses protetores íntimos não são aconselhados, já que eles terminam impedindo a ventilação da região íntima da mulher.
O que é o corrimento vaginal?
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Todas mulheres soltam secreções em maior ou menor quantidade e isso é até esperado de um corpo saudável. O corrimento é lido como algo negativo, onde os fluidos vaginais possuem odores desagradáveis.
A presença do corrimento pode indicar algum tipo de infecção vaginal, mas é necessário saber identificar quando sua aparência é anormal. O corrimento vaginal é uma secreção de fluidos que ocorre naturalmente na vagina.
Como mencionamos anteriormente, esse corrimento pode ser considerado normal ou indicar a presença de uma doença ginecológica. Ele é composto por uma combinação de fluidos e células mortas da vagina e, em condições saudáveis, costuma variar de esbranquiçado a transparente, podendo ser pegajoso ou mais líquido, acompanhado de um odor característico.
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É importante saber que toda mulher apresenta esse tipo de secreção, e nem sempre ela indica uma doença. No entanto, é necessário estar atenta a possíveis alterações na cor, no odor e na quantidade do corrimento. Essas mudanças podem requerer atenção especial, especialmente quando ocorrem fora do padrão usual.
De maneira geral, conforme explica o site da Bayer, a vagina possui glândulas que terminam produzindo esse fluido para conseguir manter o pH e deixar esse órgão livre de qualquer tipo de ameaça externa, fazendo a proteção contra bactérias prejudiciais.
O corrimento vaginal pode variar de uma mulher para outra, dependendo das diferentes fases da vida e do ciclo menstrual. É comum notar variações durante a menopausa e o período fértil, por exemplo.
Tipos de corrimento vaginal
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O corrimento esperado é o claro, ralo ou esbranquiçado. Ainda que ele possa variar de acordo com cada corpo feminino, a maioria tem esse mesmo aspecto, podendo mudar somente durante o período menstrual, onde ele passa a ter uma coloração que pode variar entre o rosado e o tom de marrom. Em outros casos, ele é espesso e pegajoso, o que indica que a mulher está próxima ao período de ovulação.
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Secreções vaginais normais e cores do corrimento
As secreções vaginais são ocorrências naturais em nosso corpo durante o período fértil e variam ao longo do ciclo menstrual. Embora possam ser consideradas incômodas, por deixarem a calcinha molhada, é importante entender que elas são um sinal de que tudo está funcionando corretamente e não estão associadas a infecções (quando não apresentam alterações).
A seguir, vamos explicar os diferentes tipos de corrimento vaginal e secreções mais comuns:
1. Após a menstruação: Nesse período, o fluido reduzido é normalmente transparente. Às vezes, pode adquirir uma tonalidade amarela ou marrom, devido à presença de um pouco de sangue remanescente.
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2. No período fértil: Durante o período de ovulação, o corrimento é mais ralo e claro, assemelhando-se à clara de ovo. Esse tipo de secreção tem a função de facilitar a locomoção dos espermatozoides do parceiro, favorecendo a fertilização, caso ocorra relação sexual.
3. Após o período fértil: Após o período de ovulação, o fluido tende a ser mais espesso e brando, podendo apresentar uma tonalidade levemente amarelada. Essa mudança ocorre porque suas células de defesa estão fazendo uma “limpeza”, removendo resíduos e protegendo o sistema reprodutor.
4. Durante a relação sexual: Quando estimulada, a mulher produz uma lubrificação natural que tem o objetivo de facilitar a penetração durante o ato sexual. Essa lubrificação costuma ser transparente e é uma resposta fisiológica natural do corpo.
É importante lembrar que cada mulher é única, e a quantidade e características das secreções podem variar de uma pessoa para outra. Por isso, é fundamental conhecer o próprio corpo e ficar atenta a mudanças significativas, como odor forte, coceira, ardência ou alterações na cor e consistência do corrimento.
Caso perceba algum desses sinais, é recomendado procurar um profissional de saúde para avaliação e diagnóstico adequado. Em geral, um corrimento vaginal saudável é aquele que não causa desconforto e está em harmonia com o ciclo menstrual e as características pessoais de cada mulher.
Tipos de corrimento vaginal e suas cores: entenda o que é normal e o que pode indicar infecções
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O corrimento vaginal é uma ocorrência natural do nosso corpo, especialmente durante o período fértil, e suas características podem variar ao longo do ciclo menstrual. Para garantir a saúde íntima, é essencial conhecer os diferentes tipos de corrimento e saber quando eles podem indicar algum problema.
Corrimento branco
Se o corrimento é fino, não possui odor forte e apresenta uma cor clara ou branca leitosa, não há motivo para preocupação. Essas características são sinais positivos de que tudo está saudável e normal. Durante o ciclo, o corrimento vaginal pode ficar um pouco mais espesso, e isso também é considerado normal.
Corrimento cinza/Corrimento branco-acinzentado
O corrimento cinza esbranquiçado, às vezes com uma tonalidade amarelada, e com consistência pastosa ou granulosa, pode ser um sintoma de uma infecção comum e tratável chamada Vaginose Bacteriana.
Geralmente, é acompanhado por um cheiro desagradável, semelhante a peixe, que tende a piorar após o sexo, especialmente sem o uso de preservativo. É importante buscar tratamento adequado para a Vaginose Bacteriana.
Corrimento verde ou amarelo esverdeado
O corrimento espumoso, de cor amarelo-esverdeada e com aparência semelhante a “pus”, pode ser um sinal de infecção causada por Trichomonas vaginalis, chamada tricomoníase ou clamídia. Nesses casos, o corrimento pode ter um odor desagradável, semelhante a peixe, e pode estar presente em grande quantidade.
Também é possível sentir coceira na região genital e sensação de queimação ao urinar. Se esses sintomas são familiares, é importante consultar um médico para diagnóstico e tratamento adequado.
Corrimento marrom, vermelho ou corrimento rosa
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O corrimento marrom pode ser comum em alguns casos, como após o término da menstruação ou após a atividade sexual. Essa cor pode ser resultado de coágulos remanescentes no período pré-menstrual ou devido a algum atrito durante o contato íntimo, o que pode causar irritação.
No entanto, é importante ficar atenta, pois o corrimento marrom também pode ser um sinal de infecções ou problemas de saúde mais sérios, como infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) ou até mesmo câncer de colo do útero. Caso haja desconforto ou corrimento persistente, é recomendável procurar um especialista para avaliação.
Corrimento rosa pode ser um sinal natural do corpo, desde que não esteja acompanhado por outros sintomas incômodos, como irritação ou odor forte. Em alguns casos, pode estar associado ao uso da pílula anticoncepcional, à menstruação ou ao processo de nidação que ocorre no início da gravidez.
É essencial lembrar que, se houver alguma mudança significativa no corrimento vaginal, é fundamental não ignorar e procurar orientação médica para identificar possíveis infecções ou problemas de saúde. Ao cuidar da saúde íntima e conhecer melhor o próprio corpo, você estará zelando pelo seu bem-estar e qualidade de vida.
Quando o corrimento pode indicar uma doença
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O corrimento vaginal é uma ocorrência natural, mas é essencial ficar atenta a certos sinais que podem indicar a presença de doenças. Conforme o explicado no site do médico Drauzio Varella, se a secreção apresentar as seguintes características, é importante procurar um profissional de saúde:
- Coloração diferente da esbranquiçada ou transparente, como amarela, verde, cinza ou com sangue.
- Odor forte ou mau cheiro.
- Consistência mais densa.
- Quantidade mais abundante que o habitual.
- Presença de grumos, semelhantes a leite coalhado.
- Presença de pus.
- Sensação de coceira, ardência ou dor.
Doenças frequentes que podem causar secreções anormais
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1. Candidíase: Caracterizada pela infecção da vulva e da vagina por várias espécies de Cândida, um tipo de fungo que vive em nosso organismo. Causa corrimento de aspecto esbranquiçado, similar à coalhada, mas sem cheiro. A região da vulva costuma ficar bastante irritada devido à coceira.
2. Vaginose bacteriana: Desencadeada por um desequilíbrio na flora vaginal, resultando na diminuição acentuada da quantidade de lactobacilos presentes na vagina. Com isso, há a proliferação de bactérias nocivas, como a Gardnerella vaginalis. O corrimento tem coloração acinzentada, que pode variar até um tom verde claro, e o cheiro costuma ser muito forte, parecido com o de peixe.
3. Tricomoníase vaginal: Infecção da vagina causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis. Causa corrimento purulento, de cor amarela esverdeada, com odor desagradável em 70% dos casos.
Como fazer a higiene íntima da vulva e da vagina
A higiene íntima é importante para manter a saúde da região genital. No entanto, é fundamental tomar alguns cuidados específicos:
1. O canal vaginal é autolimpante e abriga uma flora composta por lactobacilos, que mantém o pH da região ácido, eliminando bactérias e fungos indesejados. Por isso, evite duchas íntimas, mesmo que sejam feitas com sabonetes especiais, pois esse hábito pode desequilibrar o pH e favorecer a proliferação de micro-organismos prejudiciais.
2. Na parte externa, conhecida como vulva, é importante lavar bem com água e sabão com pH neutro para remover resíduos de suor, gordura e sangue menstrual. Evite o uso de produtos perfumados, pois podem causar irritação na região.
3. Faça a higiene íntima com delicadeza, evitando esfregar ou usar buchas muito abrasivas, para não causar irritação na pele sensível da região genital.
O que fazer para não ter corrimento vaginal
Uma das melhores maneiras de evitar o corrimento vaginal nocivo é mantendo uma higiene íntima adequada. Você pode lavar suavemente a região de uma a duas vezes por dia. Seque com uma toalha macia e use calcinhas limpas.
Outros cuidados também são indicados, como, usar calcinhas de algodão e evitar as de poliéster ou outro material sintético, já que impedem a ventilação. Evitar usar com muita frequência protetores diários, como mini absorventes íntimos. Tente não usar lenços umedecidos na região vaginal, especialmente se eles forem perfumados.
Lembre-se que sempre que você notar alguma alteração na cor, cheiro ou volume do corrimento vaginal, busque sempre um médico ginecologista para obter um diagnóstico preciso sobre o caso.
*Nota: As informações e sugestões contidas neste artigo têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e acompanhamentos de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.