A tia de Richarlison revelou que nunca duvidou da capacidade do atual artilheiro da Seleção Brasileira.
Para quem não sabe, o apelido de Richarlison para os mais próximos é Charlinho. O jogador que nasceu em Nova Venécia, no Espírito Santo, não teve uma história fácil durante sua infância. Foi o pai do atacante da Seleção Brasileira quem sempre gostou de futebol e inculcou o mesmo sentimento no filho.
Richarlison queria entrar em uma escolinha de futebol, mas como ela ficava em outra cidade, seus sonhos tiveram que esperar um pouco para se concretizarem. Foi a tia de Richarlison, Audiceia, quem fez a ponte entre o atacante da Seleção Brasileira e a escolinha de futebol. A tia de Richarlison morava na mesma cidade da escolinha e o pai do atacante, Antonio, viu a oportunidade de matricular o menino para que ele pudesse aprender a jogar futebol.
Antonio teria deixado o filho com sua irmã, Audiceia, e ajudava mensalmente com as despesas que Richarlison tinha na casa da tia. Quando Richarlison chegou à casa, sua tia estava grávida de sete meses de seu filho caçula, João e ainda cuidava de mais três crianças em um barraco com quatro cômodos na Rua Fornazieri, no bairro do Rúbia, em Nova Venécia. Ela não recusou a vinda do menino e assim, Richarlison ficou com sua tia até completar 13 anos de idade, segundo a revista Pais e Filhos.
Nessa época, a infância do atacante da Seleção Brasileira foi difícil. Já na casa da tia, todas as crianças dormiam na mesma cama. Em outro cômodo do barraco, a tia de Richarlison guardava roupas e utensílios. O barraco também tinha uma cozinha pequena e uma minúscula área externa.
Segundo o UOL, Richarlison amava futebol e a despedida de seu pai foi muito triste e terminou marcando boa parte da infância do jogador. Antonio trabalhava como marteleiro em uma pedreira, no município de Vila Pavão, que fica a 45 quilômetros de Nova Venécia, cidade onde sua irmã mora e onde ficava a escolinha de futebol.
Para o pai de Richarlison, a única oportunidade que seu filho teria de poder estudar e jogar futebol seria na cidade vizinha, no Espírito Santo. Foi na casa, que sempre alagava quando tinha fortes chuvas, que Charlinho, hoje Richarlison, cresceu e aprendeu a jogar futebol, para se transformar em um dos maiores nomes do futebol atual brasileiro.
Audiceia tinha um relacionamento conturbado com o então marido e sempre que o casal brigava, Richarlison buscava proteção com a tia, que estava quase de nove meses, esperando João. Richarlison era tão próximo ao primo, que ainda não tinha nascido, que depois das brigas do ex-casal, o atacante da Seleção Brasileira colocava fones de ouvido na barriga da tia, para que João não ouvisse os gritos da discussão da tia com seu ex-marido.
Segundo a tia de Richarlison, a vizinhança se referia ao atacante da Seleção por “marginal”. Hoje, Richarlison, além de atuar no time brasileiro, também é atacante do Tottenham, da Inglaterra. Já na infância, Charlinho enchia a tia de orgulho. O menino, depois das aulas, saia pelas ruas do bairro para vender picolé e bombom e assim ajudar nas despesas de casa. Richarlison era tão bom de lábia que não tinha um dia que não trazia dinheiro para casa: ele conseguia vender tudo.
Segundo a tia do atacante da Seleção, quando Richarlison começou a despontar no futebol, a mesma vizinha que tinha classificado o menino por “marginal”, começou a bajulá-lo, na tentativa de ter algum tipo de benefício do jogador. Em uma vez, Audiceia lembra que tinha recebido uma mensagem de um vizinho admitindo que Richarlison era bom de bola. “Fiquei com raiva, mas respondi: ‘Nunca duvidei disso. Vocês vão ter que engolir a minha cria’”, respondeu Audiceia.
Richarlison deu para tia uma moto, onde Audiceia realiza suas entregas das marmitas que faz. Ainda quitou as parcelas da casa onde sua tia mora. Para sua avó, Taninha, Richarlison deu uma casa de três quartos em um terreno grande, onde ela cria galinhas. Taninha se chama Sebastiana, que é a avó paterna de Richarlison e que confessou não perder nenhum jogo da Seleção Brasileira. Todas as vezes que seu neto aparece na televisão, cantando o hino nacional Taninha está sempre pronta para abençoar seu neto. Uma foto de Charlinho está pendurada na parede da casa da avó.