Crises de ansiedade, geralmente, provocam uma sensação extrema de angústia, nervosismo e insegurança. É um eterno sentir de que algo de mau está prestes a acontecer e que simplesmente você não tem nenhum controle para impedir tal situação.
Ela pode acontecer devido a inúmeras situações estressantes do dia-a-dia, como fazer um simples exame médico, realizar uma apresentação – seja no trabalho ou na escola, faculdade – e até mesmo ela pode vir depois da perda de alguém, onde a pessoa acha que não há mais futuro.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que pelo menos 264 milhões de pessoas sofram com algum grau de ansiedade, em todo o mundo. Dessa população, 9,4% se encontram no Brasil, algo que é relativamente alto.
“A ansiedade é uma das compulsões mais difíceis de controlar, o paciente conta com uma extrema dificuldade em relaxar e praticar atividades simples do dia a dia”, explica a nutricionista Fernanda Larralde em entrevista ao site Terra.
É frequente que as pessoas que estejam atravessando uma crise de ansiedade, experimentam uma aceleração dos batimentos cardíacos, o que em muitos casos pode terminar confundindo o paciente com alguma doença de cunho cardíaco mais severo.
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No entanto, quando a crise torna-se frequente, ela é capaz de ser um grande impeditivo para a pessoa realizar desde tarefas cotidianas, até outras mais elaboradas, como também, pode afetar – e muito – no âmbito profissional.
Se as crises se tornam frequentes, convém você realizar uma consulta com seu psiquiatra ou até ver um psicólogo para avaliar seu caso e recomendar a melhor saída para o tratamento das crises.
Para a doutora em Psicologia, Liliana Seger, o pensamento da pessoa ansiosa consiste na tentativa de controlar as situações, traçando inúmeras soluções para qualquer situação catastrófica, que muitas vezes é irreal.
“Quando isso se mantém por muito tempo, resulta em transtornos ou crises, e os sintomas físicos aparecem porque essas pessoas estão jogando no corpo noradrenalina, cortisol, que aumentam a pressão sanguínea e os batimentos cardíacos que vão fazer o organismo agir”.
Sintomas
Alguns sintomas mais comuns são:
- Palpitação, coração pulsando forte ou batendo aceleradamente;
- Sensação de garganta fechada;
- Suor excessivo;
- Tremores;
- Falta de ar;
- Sensação de desmaio;
- Náuseas ou desconfortos abdominais;
- Formigamentos;
- Dor ou desconforto no peito;
- Calafrios e sensação de calor;
- Sentimentos de irrealidade;
- Sensação de afogamento ou sufocação;
- Despersonalização, que é o sentir-se fora de si mesmo;
- Medo de perder o controle sobre si e enlouquecer;
- Medo de morrer.
Diferença entre crise de ansiedade e infarto
De acordo com o site Vittude, os sintomas de uma crise de ansiedade são muito parecidos aos sintomas do infarto, porém, o ataque cardíaco tende a acontecer quando há uma dor intensa no tórax, o que termina desencadeando dores nos ombros, braços, queixo e abdômen.
Já as crises de ansiedade tendem a ser uma pressão mais forte e funda, que está associada a outras dores físicas. Outro ponto diferencial é o tempo da crise: geralmente, elas duram entre 20 minutos a 30 minutos.
O que causa a ansiedade generalizada?
Sua origem exata não é totalmente conhecida, mas os estudiosos apontam alguns fatores como desencadeantes da ansiedade, como:
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- Genética: existem estudos que entendem que o histórico familiar tem um papel relevante sobre a origem da ansiedade no ser humano. Alguns fatores hereditários podem terminar desencadeando o transtorno;
- Química cerebral: outros estudos apontam que o funcionamento anormal de algumas células nervosas podem desencadear a ansiedade. Devido a que algumas regiões específicas no cérebro não se conectam bem, é provável que esse desajuste químico gere o transtorno. Nesse caso, alguns medicamentos foram criados para tentar “ajustar” os neurotransmissores, o que melhor a conexão dos circuitos e consequentemente, a depressão e a ansiedade;
- Fatores ambientais: infelizmente, traumas e eventos estressantes podem terminar marcando nossas vidas de uma maneira bastante forte. Caso você passe por muito estresse no trabalho, na escola ou viva em ambientes onde há muita pressão; após o falecimento de um ente querido ou até mesmo um divórcio; mudanças de emprego; situações vividas de abuso, violência, assédio moral; transtornos alimentares e dependência de substâncias químicas; efeitos colaterais de medicamentos ou substâncias, como nicotina, álcool, cafeína; problemas financeiros ou desemprego; relacionamento difícil com o parceiro, membro da família ou amigos; é possível que você venha a desenvolver ansiedade.
Formas de controlar a crise de ansiedade
Existem algumas técnicas que podem lhe ajudar a ter o controle da situação ou, pelo menos, trazer um pouco de calma durante a crise.
1. Concentre-se e tente se afastar da situação estressora
Uma das primeiras coisas a se fazer quando se está em uma crise de ansiedade é racionalizar e entender que essa sensação vai passar, e é provável que acabe sem maiores consequências. Tente ter isso em mente para não se desesperar.
Caso você esteja em um ambiente muito lotado, tente se afastar o máximo que puder e vá para algum lugar mais calmo onde você possa respirar de maneira mais compassada e profunda. Se estiver no trabalho, vá para uma sala vazia ou ao banheiro, se for possível.
2. Faça exercícios respiratórios
Quando estamos em uma crise iminente de ansiedade, é muito comum nos esquecermos de respirar. Passamos a hiperventilar o pulmão e isso tende a causar uma piora do quadro. Para evitar que isso aconteça, fique em uma posição confortável e com a postura ereta.
Comece a inspirar e expirar de maneira lenta. Não há uma frequência certa, mas uma dica é prestar atenção ao movimento de inspiração e expiração. Vá contando até quatro ao inspirar, e novamente até quatro ao expirar. Faça quantas repetições julgar necessárias.
“Quando estamos no aqui e agora, focados no presente, a tendência é sentir um maior controle perante os fatos e, portanto, menos ansiedade”, explica a instrutora de técnica mindfullness Vivian Wolff em entrevista à revista Claudia.
3. Tome um chá calmante e evite a cafeína
Aqui você pode fazer ou pedir para que alguém faça para você um chá: seja de camomila, erva-cidreira, hortelã… existem várias ervas que têm propriedades calmantes. Caso você sofra com crises de ansiedade, considere sempre ter uns sachezinhos por perto.
E evite, durante a crise, a cafeína, já que ela tem uma ação estimulante e pode piorar ainda mais o quadro.
4. Tente se movimentar
Sempre que for possível, tente fazer uma leve caminhada. Durante, tente relaxar os músculos e continue fazendo a respiração compassada.
“Uma simples caminhada ao ar livre já estimula a produção de hormônios como serotonina, dopamina e endorfina, que proporcionam a sensação de relaxamento, prazer, bem-estar”, explica a psicóloga Marilene Kehdi, em entrevista à revista Claudia.
5. Escute música!
Sim, a música tem um alto poder de relaxamento, mas durante as crises, evite músicas muito melancólicas ou muito agitadas: prefira sempre músicas mais calmas, com uma melodia alegre, mas tranquilizante.
Tratamento
O tratamento faz-se necessário quando a crise começa a ser um sério impeditivo e termina fazendo com que a pessoa se torne incapaz de realizar tarefas no cotidiano. Para isso, é necessário buscar ajuda médica e psicológica, para, além de identificar os fatores estressantes – e seus facilitadores – para que você comece a ter mais ferramentas de controle.
Para entendermos nossos pensamentos, o apoio psicológico é sumamente necessário. Através da psicoterapia podemos racionalizar os pensamentos e identificar padrões que servem de gatilho, além de termos mais condições para identificar quando uma crise está se aproximando.
Um dos tratamentos mais comuns e eficazes, sem dúvida alguma, é a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), que é bastante focada na identificação e substituição de hábitos negativos de pensamentos e de possíveis reações a determinadas situações.
Você também pode buscar acompanhamento psicológico, quando julgar que seu sofrimento e as crises têm se tornado um grande prejuízo para sua vida. É provável que o médico prescrever algum medicamento para amenizar alguns sintomas e os pensamentos acelerados.
Praticar exercícios físicos também é ótimo para a saúde mental! Com a movimentação do corpo, a tendência é equilibrar os mais diversos hormônios no corpo, o que termina diminuindo os picos de ansiedade.
*Nota: As informações e sugestões contidas neste artigo têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e acompanhamentos de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.