Com a chegada do verão, as chuvas intensas podem trazer uma série de consequências não agradáveis para a população em geral, entre elas saber reconhecer os principais sintomas entre dengue ou Covid.
De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 500 mil casos prováveis de dengue já foram registrados, sendo 90 mortes confirmadas por complicações da doença. Mas não para por aí: infelizmente os casos de Covid-19 estão aumentando.
Somente a cidade de São Paulo teve um pico de 140% no número de casos positivos para Covid-19, de acordo com os dados fornecidos por pesquisadores da Universidade de São Paulo e da Universidade Federal de São Paulo.
O crescimento do número de casos positivos pode ser explicado pelas festas de fim de ano e pelo Carnaval. Apesar da onda não ser agressiva como em 2020 e 2021, os números são preocupantes.
Frente a esse turbilhão de informações, é importante saber identificar os sintomas de cada doença a tempo, inclusive para receber o tratamento adequado.
Dengue ou Covid: diferenças entre as doenças
Ambas doenças podem causar febre, dor no corpo, perda de apetite e até gerar uma perda de paladar. Porém são observadas algumas particularidades de cada uma.
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Dengue
![Dengue ou Covid: entenda as diferenças entre as doenças](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2024/02/dengue-ou-covid-entenda-as-diferencas-entre-as-doencas-imagem-1.jpg.webp)
Os sintomas da dengue podem variar dependendo da gravidade da doença. Aqui estão os sintomas mais comuns:
Dengue clássica
- Febre alta (acima de 38 graus)
- Dor de cabeça
- Dor atrás dos olhos
- Dores intensas no corpo e nas articulações
- Mal-estar
- Falta de apetite
- Manchas vermelhas pelo corpo
Dengue hemorrágica
- Dor abdominal forte e persistente
- Vômitos persistentes
- Pele úmida, pálida, fria — sinais clínicos de má perfusão dos tecidos
- Sangramento pelo nariz, boca ou gengivas
- Pontos vermelhos na pele
- Sonolência
- Agitação psicomotora e confusão mental
- Sede excessiva — sinais de desidratação
- Frequência cardíaca elevada
- Hipotensão arterial
- Dificuldade respiratória
- Coma
É importante lembrar que a dengue é uma doença séria e, se você ou alguém que você conhece está apresentando esses sintomas, deve procurar atendimento médico imediatamente.
Covid-19
Os sintomas da Covid-19 podem variar de pessoa para pessoa, mas os mais comuns incluem:
- Tosse seca e persistente
- Febre alta (acima de 38º C)
- Cansaço excessivo
- Dor muscular generalizada
- Dor de cabeça
- Garganta inflamada
- Coriza ou nariz entupido
- Alterações do trânsito intestinal, principalmente diarreia
- Perda do olfato (anosmia) e do gosto (disgeusia)
Além disso, devido à irritação das vias aéreas provocadas pela infecção, também pode surgir sensação de garganta coçando ou arranhando e pigarro.
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Em alguns casos, é possível também notar alterações nos dedos, popularmente conhecida como “dedos de covid”, que podem ser indolores ou causar dor intensa, coceira, inchaço e aparecimento de bolhas, além de pele áspera, com elevações e cor vermelha ou roxa.
Nos casos mais graves, há dificuldade para respirar, confusão mental, dor no peito e perda de fala ou mobilidade.
É importante lembrar que os sintomas da Covid-19 podem ser semelhantes aos de uma gripe comum, por isso, é importante fazer o teste para confirmar ou descartar o diagnóstico de Covid-19.
Quais são os medicamentos que não se devem tomar em caso de dengue?
Existem alguns medicamentos que são contraindicados em caso de dengue, pois podem agravar o surgimento de sangramentos e hemorragias.
Aqui estão alguns exemplos:
- Salicilatos: incluem ácido acetilsalicílico (AAS), aspirina, diflunisal, salicilato de sódio, metilsalicilato, entre outros.
- Anti-inflamatórios não esteroidais: como indometacina, ibuprofeno, diclofenaco, piroxicam, naproxeno, sulfinpirazona, fenilbutazona, sulindac e diflunisal.
- Corticoides: como a prednisolona.
É importante lembrar que a automedicação é desaconselhada em todas as situações e que o uso de remédios para dengue deve ser orientado pelo médico. Se você suspeitar que está com dengue, procure atendimento médico imediatamente.
Quais são os medicamentos que não se devem tomar em caso de Covid-19?
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Existem alguns medicamentos que não são recomendados para o tratamento da Covid-19, pois não demonstraram eficácia contra o vírus e podem causar efeitos colaterais. Aqui estão alguns exemplos:
- Cloroquina e Hidroxicloroquina: esses medicamentos, que são usados para tratar malária e algumas doenças autoimunes, foram inicialmente considerados como possíveis tratamentos para a Covid-19. No entanto, estudos subsequentes não encontraram benefícios e destacaram potenciais riscos, como problemas cardíacos.
- Ivermectina: Esse é um medicamento antiparasitário que também foi considerado como um possível tratamento para a Covid-19. No entanto, a evidência atual sugere que ele não é eficaz contra o vírus e pode causar efeitos colaterais.
- Remédios do “Kit Covid”: alguns profissionais de saúde têm recomendado um conjunto de medicamentos conhecidos como “Kit Covid” para tratar a Covid-19. No entanto, a Associação Médica Brasileira não reconhece e recomenda o uso desses medicamentos para o combate à Covid-19, pois eles apresentam pouca ou nenhuma eficácia contra o novo coronavírus.
É importante lembrar que a automedicação pode ser perigosa e que qualquer tratamento para a Covid-19 deve ser orientado por um profissional de saúde.
Como é feito o diagnóstico da dengue?
O diagnóstico da dengue é feito com base nos sintomas apresentados pelo paciente e no histórico de exposição a áreas endêmicas. No entanto, para confirmar o diagnóstico, são necessários exames laboratoriais.
Alguns dos exames utilizados:
- Exame físico: o médico avalia os sintomas descritos pelo paciente, como dor de cabeça intensa, dor no fundo dos olhos, dificuldade para movimentar as articulações, dor muscular em todo o corpo, tonturas, náuseas e vômitos, e pintinhas vermelhas pelo corpo com ou sem coceira.
- Prova do laço: esse é um exame rápido que verifica a fragilidade dos vasos sanguíneos e a tendência a sangramento.
- Hemograma: Este exame de sangue é usado para fazer a contagem de plaquetas. Em caso de dengue, as plaquetas caem de forma brusca a partir do início dos sintomas.
- Testes sorológicos: esses testes procuram detectar a presença de anticorpos antidengue no sangue, indicando se o paciente já teve contato com um dos quatro tipos de vírus da dengue.
- Isolamento do vírus e exames bioquímicos: Esses exames ajudam a identificar o tipo de vírus e a indicar o tratamento mais adequado.
- Teste rápido: Esse teste procura detectar a presença do antígeno NS1, uma proteína do vírus da dengue produzida em grande quantidade geralmente entre o primeiro e o sétimo dia da doença.
- PCR quantitativo em tempo real: Esse teste é capaz de detectar mesmo pequena quantidade do RNA do vírus e discriminar o tipo. É complexo, caro e exige equipamentos sofisticados.
É importante lembrar que, em caso de suspeita de dengue, é essencial procurar atendimento médico imediatamente para realizar os exames necessários e iniciar o tratamento adequado.
Como é feito o diagnóstico da Covid-19?
O diagnóstico da Covid-19 é feito com base nos sintomas apresentados pelo paciente e no histórico de exposição a áreas de risco. No entanto, para confirmar o diagnóstico, são necessários exames laboratoriais.
- RT-PCR: Este é um teste molecular que pesquisa a presença do Ácido ribonucleico (RNA) viral, que é o material genético do vírus SARS-CoV-2. Para detectar a doença, é utilizada uma amostra de secreção nasal, de orofaringe (garganta) ou escarro. Pode ser positivo já nos primeiros dias após o início dos sintomas, mas tende a ser negativo com o passar dos dias da infecção.
- Testes sorológicos: Estes testes pesquisam a presença de anticorpos contra o vírus no sangue. Na Covid-19, os anticorpos aparecem por volta de sete dias após o início dos sintomas. Os anticorpos da classe IgM aparecem primeiro que os da classe IgG, que surgem após cerca de duas semanas do contágio. Os exames sorológicos mais comuns são denominados IgG (imunoglobulina G) e IgM (imunoglobulina M).
É importante lembrar que, em caso de suspeita de Covid-19, é essencial procurar atendimento médico imediatamente para realizar os exames necessários e iniciar o tratamento adequado.
Como evitar a proliferação de dengue?
A prevenção da dengue envolve medidas que evitam a reprodução do mosquito transmissor, o Aedes Aegypti. Aqui estão algumas das medidas mais importantes:
Eliminar os focos de água parada: o mosquito se prolifera em locais com água parada, por isso é essencial eliminar esses focos. Isso inclui:
- Manter os pratos de vasos de flores e plantas com areia.
- Guardar garrafas com a boca virada para baixo.
- Limpar sempre as calhas dos canos.
- Não jogar lixo em terrenos baldios.
- Colocar o lixo sempre em sacos fechados.
- Manter baldes, caixas d’água e piscinas sempre tampados.
- Deixar pneus ao abrigo da chuva e da água.
- Eliminar copinhos plásticos, tampas de refrigerantes, cascas de coco em sacos que possam ser lacrados.
- Furar latas de alumínio antes de ser descartadas para não acumular água.
- Lavar bebedouros de aves e animais pelo menos uma vez por semana.
Aplicar larvicidas: em locais com muitos focos de água parada, é realizada a aplicação de larvicidas, ou seja, produtos químicos que eliminam os ovos e as larvas do mosquito. Entretanto, essa aplicação deve ser sempre feita por profissionais treinados.
Usar repelente e roupas mais compridas: para evitar a picada do mosquito, é recomendado usar repelente e roupas mais compridas.
Tomar a vacina contra a dengue: de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Qdenga é indicada para pessoas de 4 a 60 anos. No entanto, no SUS, o público-alvo, neste primeiro momento, vai incluir apenas crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, grupo que concentra maior número de hospitalizações por dengue. A vacinação será realizada em regiões com maior incidência e transmissão do vírus.
As pessoas que não podem ser imunizadas com a vacina incluem aquelas que têm alergia a algum dos componentes, quem tem o sistema imunológico comprometido ou alguma condição imunossupressora, ou gestantes e lactantes.
Lembre-se, a prevenção é a melhor maneira de combater a dengue. Se cada um fizer a sua parte, podemos reduzir significativamente a proliferação do mosquito e o número de casos de dengue!
Se interessou por este conteúdo? Veja também: Dengue: Quais remédios são contraindicados e quais podem ser usados para tratar sintomas?
*Nota: As informações e sugestões contidas neste artigo têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e acompanhamentos de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.