Interpretando Filó na segunda fase do folhetim, Dira não economiza nos elogios, e vibra o sucesso que tem feito com o público.
No dia 28 de março, o Brasil começou a conhecer um pouco do remake de uma das tramas mais amadas, tanto em sua primeira versão, em 1990, quanto agora.
“Pantanal” tem batido recordes de audiência, e fez com que a Rede Globo fizesse as pazes com seu público, que há anos não acompanhava a novela do horário nobre com tanto afinco.
Falando um pouco do sucesso que a obra de Bruno Luperi, adaptada da versão original de Benedito Ruy Barbosa, tem feito, a atriz Dira Paes, que interpreta Filó na segunda fase, abordou alguns aspectos que acredita serem decisivos para isso. Em entrevista ao F5, a artista falou com muita alegria de sua personagem e dos aspectos gerais do folhetim, enfatizando que o público estava precisando de uma produção artística dessa magnitude.
De acordo com a atriz, em um momento polarizado como o que temos acompanhado no país, era muito importante que os cidadãos tivessem um “respiro”, e “Pantanal” veio para cumprir esse papel. Dira Paes ainda explicou que todos estavam com saudades de acompanhar um “novelão”, e que há anos não nos identificávamos com uma história como agora.
Para a artista, Filó tem uma postura de submissão, ao mesmo tempo em que é extremamente forte e capaz de conduzir aspectos importantes da vida de muitos personagens da trama. Mesmo assim, presa ao José Leôncio (Marcos Palmeira), com quem teve um filho, mas não chegou a constituir família, mantendo a mesma posição de subalterna perante o patrão, ela passa seus dias administrando a casa.
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Dira comenta que Filó não é muito diferente de muitas mulheres espalhadas pelo Brasil, tanto no campo quanto na cidade, e por isso muitas pessoas podem se identificar com a personagem. Por conta das gravações da novela, a atriz não tem conseguido se envolver com as demandas e problemáticas dos indígenas, mas alerta a população para um conflito semelhante ao da Ucrânia em nosso território.
A atriz explica que não damos visibilidade aos conflitos que acontecem no Brasil, e que os Yanomamis, por exemplo, têm sofrido ataques contínuos, mas que não nos indignamos como deveríamos. Para ela, é preciso conhecer uma causa e ter afeto por ela para que possamos defendê-la, e precisamos conhecer mais nosso próprio território para sermos capazes de protegê-lo.
Dira ainda se declara totalmente a favor dos Direitos Humanos, e que, por isso, seu posicionamento político vai de encontro ao que prega e acredita. Além de acreditar que é preciso levantar bandeiras e falar abertamente sobre política, economia e todos os demais assuntos que envolvem a população brasileira, ela defende que o país precisa se reerguer, e que está muito otimista com as próximas eleições.
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Filó em “Pantanal”
A personagem de Dira Paes trabalha como empregada na casa de Zé Leôncio, de quem engravidou na primeira fase da novela. O filho Tadeu (José Loreto) é tratado como um bastardo, enquanto a mãe, mesmo ainda mantendo um relacionamento com o patrão, é tratada como a empregada da família. Sempre disposta a defender o homem que ama, ela por vezes trai os próprios sentimentos em busca de aprovação de alguém que segue preso ao passado, ao relacionamento com Madeleine (Bruna Linzmeyer/Karine Teles).
Na primeira versão, Zé Leôncio acaba escolhendo ficar com Filó no final da trama, mas acaba morrendo no dia seguinte ao casamento. Ele tem um encontro emocionante com o pai, o Velho do Rio, e descobre o que aconteceu no dia de sua morte. Anos depois, ela segue cuidando de toda a família, e ela passa a estranhar o comportamento dos filhos de Jove e Juma, que começam a interagir com uma entidade invisível.
Filó imediatamente presume que as crianças estão conversando com Zé Leôncio, e ela passa a se questionar os motivos que levam o amado a não aparecer para ela. Tomando a forma do Velho do Rio, ele passa a zelar pelos netos e pelas pessoas do local, e a trama se encerra com uma mensagem sobre os impactos do homem na terra, e como ele é o único animal a fazer mal para aqueles que ama e maltratar a natureza que o cerca.