É bem frequente encontrarmos situações entre casais que, apesar de comuns ou bem vistas, costumam passar despercebidas no cotidiano. Brigas frequentes, repetidas e irrelevantes gerando um jogo, onde objetivo é sair imune de culpas.
As brigas muitas vezes iniciam-se por fatores que, nada tem a ver com o parceiro. Ciúme repentino, carência ou algum problema pessoal transferindo desgastes ao relacionamento.
Brigam na Sexta, fazem as pazes no Sábado e, Domingo #retornandoaojogo.
Assim seguimos essa caminhada: o efeito bumerangue. O casal se dá conta de que após um desentendimento, prolongado , vem a hora de fazer as pazes.
Geralmente o mais exausto flexível acaba por dar o braço a torcer e, finalmente o sentimento de alívio está de volta.
Aquela sensação de êxtase pós-briga que mascara a situação, envolvendo justificativas fúteis. Por último uma promessa: “Que nunca mais farei isso” (o pior de todas elas).
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E as declarações de amor vencidas ganham um novo contexto.
Reconciliação e as borboletas voltam a enfeitiçar o estômago. O coração acelera, aperta de saudade, o anseio de poetizar o presente parece não ter fim. Vocês selam um pacto: “nunca mais vamos brigar desse jeito.”
O efeito bumerangue é um vício, um costume. Esse efeito bumerangue é um comportamento totalmente agressivo para o relacionamento amoroso.
E, a longo prazo, pode trazer sérias consequências.
Muitas vezes o casal prefere assumir uma relação bumerangue a ter de assumir comportamentos radicais para um convívio sadio, ou simplesmente apertar o botão STOP.
A maioria dessas brigas são arquivadas em uma gaveta chamada “A minha razão”. Ela tem apenas uma missão: assombrar a vida do casal por mais um dia, por mais uma hora, ou por alguns anos. Basta um desentendimento, para o menos ileso confiscar o relatório.
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Então é armado um novo embate e, no calor do momento dito, alguns pensamentos omitidos.
Ofensas por defesa, que para o adversário serve como uma ressaca moral. O relatório é atualizado para uma próxima ocasião.
E a cada curativo, um novo arranhão, um novo golpe e finalmente a gaveta expande-se e dá espaço a um lugar chamado “rancor”.
Nessa hora é preciso colocar na balança e, se necessário, assumir e aceitar o fim.
Não estou querendo dizer que casal não deva ter conflitos ou desentendimentos. O desentendimento é normal, a partir do momento em que estamos lidando com emoções e pensamentos diferentes do nosso. O que eu quero dizer é que, mesmo se no meio da caminhada estiver machucado(a) por conta das imprudências cometidas, ainda pode haver tempo para cicatrizar e tornar esse percurso próspero.
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Existe uma certa diferença entre colocar pingos nos “is” e intoxicar o convívio ou medir forças. E esse último comportamento apenas separa, rompe, desarmoniza.
Se alguém precisa sempre ser nocauteado, o verbo unir estará distante. Podemos nos tratar como seres humanos com direito a erros, a fim de acertar e construir uma boa história. Ou nos perder nessa estrada sinuosa, definitivamente. Passado não é destino.
Não somos exatos, temos peculiaridades e, para que o efeito bumerangue seja superado na vida do casal, é preciso abandonar as certezas absolutas e aprender a ceder sempre que necessário.
Afinal, quem disse que todo mundo tem que seguir o mesmo script?
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