O DIU (Dispositivo Intrauterino) é uma forma de contracepção amplamente utilizada por mulheres em todo o mundo. Trata-se de um método contraceptivo de longa duração e altamente eficaz, que oferece uma série de benefícios em termos de praticidade e segurança.
Neste artigo, exploraremos o que é o DIU e como ele funciona, fornecendo uma visão geral dos princípios por trás deste método contraceptivo.
O que é o DIU (Dispositivo Intrauterino)?
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O DIU (Dispositivo Intrauterino) é um método contraceptivo em forma de “T” ou “Y” inserido no útero por um ginecologista. Existem duas principais variantes de DIU: o de cobre e o hormonal.
O DIU de cobre libera íons de cobre que criam um ambiente hostil para os espermatozoides, impedindo a fertilização do óvulo.
Por outro lado, o DIU hormonal libera progestina, um hormônio que altera o muco cervical, tornando-o menos permeável aos espermatozoides, além de afetar o revestimento uterino, dificultando a implantação do óvulo fertilizado.
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Além de ser altamente eficaz como método contraceptivo de longo prazo, o DIU hormonal pode ser prescrito para tratar condições como endometriose e sangramento menstrual excessivo. Também é utilizado para proteger contra o espessamento excessivo do revestimento interno do útero durante a terapia de reposição hormonal.
A inserção e remoção do DIU devem ser realizadas por um profissional de saúde qualificado, geralmente um ginecologista.
Embora possa ser inserido em qualquer momento do ciclo menstrual, é recomendado preferencialmente durante a menstruação, quando o colo do útero está ligeiramente dilatado, facilitando o procedimento e reduzindo o desconforto para a mulher.
Quais são os tipos de DIU existentes?
Atualmente existem 3 tipos de DIU (Dispositivo Intrauterino): o DIU de cobre, o hormonal e o de prata.
DIU de cobre
O DIU de cobre é um dispositivo contraceptivo não hormonal feito de plástico revestido com cobre. Ele é projetado para ser colocado no útero e pode ser utilizado por até 10 anos, mantendo sua eficácia contraceptiva ao longo desse período.
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Sua ação contraceptiva é atribuída à liberação contínua de íons de cobre no útero, que interferem no muco cervical, no ambiente uterino e na motilidade dos espermatozoides, impedindo a fertilização do óvulo.
Por não conter hormônios, o DIU de cobre geralmente é bem tolerado pelas mulheres e está associado a menos efeitos colaterais hormonais. No entanto, algumas mulheres podem experimentar aumento do fluxo menstrual e cólicas mais intensas como efeitos colaterais.
É importante informar que o DIU de cobre está disponível gratuitamente pelo SUS como parte do Programa de Planejamento Familiar, além de ser fornecido por planos de saúde ou clínicas particulares para mulheres que desejam uma opção contraceptiva de longo prazo e eficaz.
DIU de prata
Assim como o DIU de cobre, o DIU de prata também é um dispositivo intrauterino não hormonal. Ele possui um formato em “Y” em vez de “T”, com as hastes feitas de prata e a base composta por uma mistura de prata associada a uma pequena quantidade de cobre, o que ajuda a reduzir a fragmentação do cobre no organismo, embora isso seja raro.
Devido ao seu formato em “Y”, o DIU de prata é mais fácil de ser inserido e removido, sendo especialmente indicado para mulheres com úteros menores. Além disso, devido à menor quantidade de cobre e à presença de prata, o DIU de prata pode ser utilizado por até 5 anos e geralmente não causa um aumento significativo no fluxo menstrual nem nas cólicas.
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DIU hormonal
O DIU hormonal, também conhecido como DIU Mirena (SIU-LNG) ou DIU Kyleena, é um dispositivo intrauterino que contém o hormônio levonorgestrel em sua composição. Esse hormônio é liberado em pequenas quantidades de forma contínua após a inserção do dispositivo e pode ser utilizado por até 5 anos consecutivos.
A ação hormonal do levonorgestrel promove várias mudanças no corpo da mulher que ajudam a prevenir a gravidez. Ele atua diminuindo a espessura da camada interna do útero, o que dificulta a implantação do óvulo fertilizado, e aumenta a espessura do muco cervical, tornando mais difícil a passagem dos espermatozoides em direção ao óvulo.
Além de sua eficácia contraceptiva, o DIU hormonal pode ser indicado para outras condições ginecológicas. Ele é frequentemente utilizado no tratamento da endometriose, no controle do sangramento menstrual excessivo e até mesmo como proteção contra o crescimento excessivo do revestimento interno do útero durante terapias de reposição hormonal.
Apesar de sua eficácia, o DIU hormonal pode causar alguns efeitos colaterais. Entre eles estão alterações no ciclo menstrual, podendo ocorrer desde uma diminuição até uma completa ausência de menstruação, sangramento de escape, aumento das cólicas menstruais, dores de cabeça, alterações de humor, diminuição da libido e inchaço.
É importante que a mulher esteja ciente desses possíveis efeitos colaterais ao optar por esse método contraceptivo.
Como funciona o DIU?
A eficácia do DIU varia de acordo com o tipo utilizado:
O DIU de cobre libera pequenas quantidades de cobre no útero, o que provoca alterações no endométrio, impedindo a implantação do óvulo e interferindo na sobrevivência do espermatozoide. Esse tipo de DIU oferece proteção por cerca de 10 anos.
O DIU de prata funciona de maneira semelhante ao DIU de cobre, mas também libera prata no útero. Isso reduz o risco de oxidação da parte de cobre do DIU, aumentando seu efeito contraceptivo. Além disso, a prata pode ajudar a reduzir o fluxo menstrual, tornando-o menos intenso do que o observado com o DIU de cobre.
Já o DIU hormonal atua de maneira diferente, liberando o hormônio levonorgestrel. Esse hormônio dificulta a ovulação e impede que o óvulo se fixe no útero, ao mesmo tempo que espessa o muco cervical, formando uma barreira que impede a passagem dos espermatozoides. Esse tipo de DIU oferece proteção por até 5 anos.
Como você pôde ler, o DIU age no útero e no muco cervical, dificultando o encontro entre o espermatozoide e o óvulo, o que evita a fecundação e, consequentemente, a gravidez.
Como o DIU é colocado?
O procedimento para a colocação do DIU é relativamente simples e pode ser realizado no consultório do ginecologista. Geralmente, leva de 15 a 20 minutos para ser concluído. Embora seja possível colocar o DIU em qualquer fase do ciclo menstrual, recomenda-se fazê-lo durante a menstruação, quando o útero está naturalmente mais dilatado.
Para iniciar o procedimento, a mulher é posicionada na mesa de exame em posição ginecológica, com as pernas ligeiramente afastadas. O médico então introduz cuidadosamente o DIU através do colo do útero até o interior do útero.
Após a inserção, o médico deixa um pequeno fio do DIU visível dentro da vagina, que serve como indicador de que o dispositivo está corretamente posicionado. Este fio é projetado para ser sentido pela mulher, permitindo a verificação da posição do DIU. No entanto, durante as atividades cotidianas e o contato íntimo, o fio não é normalmente percebido.
Quais são os critérios para a inserção do DIU?
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São critérios para a inserção do DIU:
Estado de não gravidez
Antes da inserção do DIU, é fundamental que o profissional de saúde confirme que a mulher não está grávida e que não apresenta nenhum sinal ou sintoma de gravidez.
Momento do ciclo menstrual
A inserção do DIU pode ser realizada durante a menstruação ou até 7 dias após o início da menstruação normal. Isso ajuda a garantir que o útero esteja mais dilatado e facilita o processo de inserção.
Abstinência sexual
A mulher não deve ter tido relações sexuais desde o início da última menstruação normal para reduzir o risco de gravidez no momento da inserção.
Uso prévio de contracepção confiável
É importante que a mulher tenha usado corretamente e consistentemente um método confiável de contracepção antes da inserção do DIU.
Período após um aborto
A inserção do DIU pode ser realizada em até 7 dias após um aborto espontâneo ou induzido para proporcionar proteção contraceptiva imediata.
Pós-parto
O DIU pode ser inserido dentro de 4 semanas após o parto para mulheres que não estão amamentando ou que não estão em aleitamento materno exclusivo. Para mulheres em aleitamento materno exclusivo ou quase exclusivo, em amenorreia, e antes de 6 meses pós-parto, a inserção pode ocorrer durante esse período.
É importante observar que a inserção ideal do DIU pós-parto é dentro dos primeiros 10 minutos após a expulsão da placenta. No entanto, também pode ser inserido a qualquer momento dentro de 48 horas após o parto ou até 12 dias após um aborto. Se a inserção não ocorrer nessas condições, é recomendável esperar até 4 semanas após o parto para a inserção.
Quais são as indicações do DIU?
De acordo com o Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, as indicações para o DIU são:
Desejo de método anticoncepcional de longa duração
O DIU é recomendado para mulheres em idade reprodutiva, incluindo adolescentes, que desejam um método contraceptivo eficaz e de longo prazo, proporcionando proteção contínua contra a gravidez sem a necessidade de intervenções frequentes.
Método anticoncepcional de emergência
O DIU pode ser utilizado como método anticoncepcional de emergência após uma relação sexual desprotegida, sendo eficaz quando inserido em até cinco dias após o ato sexual.
Controle de sangramento uterino aumentado (DIU hormonal)
Mulheres que sofrem com sangramento uterino aumentado, como aquelas com menometrorragia ou menorragia, podem se beneficiar do uso do DIU hormonal para controlar e reduzir o fluxo menstrual.
Controle de dismenorreia (DIU hormonal)
O DIU hormonal também pode ser indicado para mulheres que sofrem de dismenorreia, ou seja, cólicas menstruais intensas, proporcionando alívio dos sintomas ao longo do tempo.
Opção contraceptiva para mulheres com histórico de trombose
Mulheres com histórico pessoal ou familiar de trombose, uma condição em que há formação de coágulos sanguíneos, podem optar pelo DIU como método contraceptivo seguro, uma vez que não aumenta o risco de eventos trombóticos.
Manutenção de anticoncepção pré-captação de óvulos (reprodução assistida)
Mulheres que estão passando por tratamentos de reprodução assistida, como a captação de óvulos, podem utilizar o DIU como método contraceptivo antes do procedimento, garantindo a prevenção da gravidez sem afetar negativamente os resultados da fertilização in vitro ou outros tratamentos relacionados à fertilidade.
Essas indicações refletem a versatilidade e eficácia do DIU como uma opção contraceptiva confiável para diversas situações e necessidades específicas das mulheres.
Quais são as contraindicações do DIU?
São contraindicações para o uso de DIU:
Distorção importante da cavidade uterina
Mulheres com distorção significativa da cavidade uterina, como malformações uterinas graves, podem não ser adequadas para o uso do DIU, pois a colocação do dispositivo pode ser difícil ou até mesmo impossível nessas condições.
Doença inflamatória pélvica ativa
Mulheres com doença inflamatória pélvica (DIP) ativa, uma infecção bacteriana dos órgãos reprodutivos superiores, como o útero, as trompas de Falópio e os ovários, não devem utilizar o DIU, pois há um risco aumentado de complicações, como a disseminação da infecção.
Gravidez conhecida ou suspeita
O DIU não deve ser inserido em mulheres grávidas ou com suspeita de gravidez, pois não é indicado para prevenir a gravidez em curso e pode representar um risco para o feto.
Doença de Wilson ou alergia ao cobre
Mulheres com doença de Wilson, uma condição genética rara que leva ao acúmulo de cobre no organismo, ou alergia conhecida ao cobre não devem usar o DIU de cobre, pois pode haver complicações relacionadas à exposição ao metal.
Sangramento uterino anormal sem causa definida
Mulheres com sangramento uterino anormal de causa desconhecida devem ser avaliadas adequadamente antes de considerar o uso do DIU, pois pode indicar condições subjacentes que precisam ser tratadas antes da colocação do dispositivo.
É importante que mulheres em potencial uso de DIU discutam suas condições médicas e histórico de saúde com um profissional de saúde qualificado para determinar se o DIU é uma opção adequada para elas.
Quais são os efeitos colaterais do DIU?
Alguns dos efeitos colaterais associados ao uso do DIU incluem:
- Dor ou cólicas uterinas, especialmente comuns em mulheres que nunca tiveram filhos.
- Pequeno sangramento logo após a inserção do DIU.
- Corrimento vaginal.
Além disso, o DIU de cobre pode ocasionar menstruações mais longas, com maior volume de sangramento e mais dorosas em algumas mulheres, principalmente nos primeiros meses após a colocação do dispositivo.
Por outro lado, o DIU hormonal pode provocar outros efeitos colaterais, tais como redução do fluxo menstrual, ausência de menstruação ou pequenos sangramentos intermitentes (spotting). Além disso, é possível ocorrer acne, dores de cabeça, dor e sensibilidade mamária, retenção de líquidos, formação de cistos ovarianos e ganho de peso.
Quando ir ao médico?
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É importante que a mulher esteja atenta aos sinais e sintomas relacionados ao DIU e consulte um médico se:
- Não conseguir sentir ou visualizar os fios guias do DIU.
- Surgirem sintomas como febre ou calafrios.
- Houver inchaço na região genital.
- Experimentar cólicas abdominais intensas.
- Notar aumento do fluxo vaginal ou sangramentos fora do período menstrual.
- Sentir dor ou sangramento durante as relações sexuais.
Se algum desses sinais aparecer, é fundamental consultar imediatamente o ginecologista para avaliar o posicionamento do DIU e tomar as medidas necessárias para corrigir qualquer problema.
Além disso, é recomendável retornar ao médico dentro de 4 a 12 semanas após a colocação do DIU e, pelo menos, uma vez por ano, para realizar exames e garantir que o DIU esteja na posição correta.
Mitos sobre o DIU
Sabemos que há muitos mitos em torno do uso do DIU, e é importante esclarecer algumas verdades fundamentais sobre esse método contraceptivo:
Mulheres sem gestações prévias podem usar o DIU/SIU-LNG (DIU Mirena)
De acordo com o site Brasil Escola, não é necessário ter tido uma gestação anterior para usar o DIU ou SIU-LNG.
Não é abortivo
O DIU/SIU-LNG atua antes da fecundação, evitando o encontro do óvulo com o espermatozoide.
Riscos de gravidez ectópica
O uso correto do DIU/SIU-LNG não aumenta significativamente os riscos de gravidez ectópica em comparação com mulheres que não utilizam métodos contraceptivos.
Perfuração uterina
Embora extremamente rara, a perfuração uterina pode ocorrer durante a inserção do DIU, especialmente em mulheres com útero retrovertido ou após o parto.
Possibilidade de falhas
Como todo método contraceptivo, o DIU/SIU-LNG pode apresentar falhas, embora sejam incomuns.
Deslocamento do DIU
Embora possa ocorrer, é uma ocorrência rara que o DIU se desloque do lugar.
Restrições ao uso
Algumas condições, como malformações uterinas e certos tipos de câncer, podem ser contraindicações para o uso do DIU. Cada caso deve ser avaliado individualmente por um médico.
Não causa infertilidade
O DIU/SIU-LNG não causa infertilidade, e após sua remoção, a mulher pode engravidar.
Doença Inflamatória Pélvica (DIP)
Não há evidências de que o uso de DIU/SIU-LNG aumente o risco de DIP.
Proteção contra infecções
O DIU/SIU-LNG não protege contra infecções sexualmente transmissíveis, como gonorreia e sífilis. Recomenda-se o uso de preservativo para prevenção dessas infecções.
É essencial discutir com o médico sobre o melhor método contraceptivo para cada caso, garantindo que atenda às necessidades individuais e ofereça maior eficácia.
*Nota: As informações e sugestões contidas neste artigo têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e acompanhamentos de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.
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