Esses dias fiz algo que nem sequer sei por que fiz. Estava procurando um livro do Fernando Sabino para reler, mas não encontro para comprar, algumas livrarias até te permitem fazer a compra, mas depois surge o e-mail com o pedido de desculpas, porque aquele produto não existe em estoque. O livro é No fim dá certo – Se não deu é porque não chegou ao fim. (se tiver ele e quiser fazer um grande bem a um ser humano, se comunique)
Bem, eu criei uma esperança de que em algum sebo virtual houvesse a obra, mas ocorreu o mesmo, fiz a compra, mas não havia o produto, só que gentilmente o administrador do local me disse que eu poderia cancelar a compra ou então escolher até dois livros do mesmo autor para compensar a chateação e foi o que fiz, escolhi duas obras do Sabino que nunca havia lido e estou lendo uma delas “Deixa o Alfredo falar! ”.
Você pode se perguntar “Aonde ela quer chegar com essa história já que o título do texto é outro? ”. Sinceramente, nem eu sei aonde quero chegar, o que sei é que eu poderia simplesmente pensar em palavras que pudessem ser tremendamente impactantes e que encontrassem a sua alma, poderia me utilizar de autores consagrados, copiar frases e te dizer que a vida é mesmo maravilhosa e doce, mas aí, eu deixaria de te mostrar o meu cotidiano um tanto aguado e sem graça e deixaria de te dizer por meio de uma história real tão pequena que eu tenho a esperança de encontrar e reler um livro, que li quando tinha 11 anos e que ainda assim me foi dada a possibilidade de esperar por ele lendo outros dois que jamais li.
É muito mais fácil te contar sobre o meu cotidiano, sobre a simplicidade dos meus dias, sobre o quanto gosto de café e sobre o quanto me preocupo com prazos apesar da preguiça, é muito mais fácil escrever sobre mim do que sobre qualquer outra pessoa, é muito mais fácil me expor, expor meu inferno, inclusive, do que expor outra pessoa. É muito mais fácil escrever sobre o que está na alma e quer sair do que procurar algo externo e internalizar para que quem sabe algo possa extrair-se em texto.
É mais fácil seguir o seu caminho do que seguir trajetos que lhe foram dados como mais seguros ou mais rápidos. Você já fez isso? Já seguiu o conselho de alguém que disse “por que não vai pela rua tal do que por essa? ”, aí você experimenta seguir aquela rota, se perde e fica meia hora atrasada do destino e então, você pensa, “mas que idiota eu fui, porque não segui o caminho que já sigo? ”. E quem orienta também não sabe lidar com o seu caminho, não acha que seja mais prudente…
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Quem pode ser você, senão você mesmo? Quem pode seguir seu caminho, senão você? Quem pode ver por você? Ouvir por você? Tocar por você? Beber o mesmo cálice que você bebe? Experimenta tomar café amargo se está acostumado com café com açúcar ou o contrário! É seu jeito de ser, de viver, de seguir, de respirar, de suspirar, de considerar… É o seu jeito.
Todas as vezes que fiz o que não quis, em todas as vezes que segui caminhos que não eram os meus habituais ou escolhidos por mim, a sensação que me restava era a de que algo havia sido mutilado, talvez não para sempre, mas o que me restava era a sensação de aborrecimento, de vontade, inclusive, de me agredir pela tolice, pela falta de crença de que me conheço, ao menos um pouco.
Não sei como vive, como é o seu dia, como é a sua rotina, como tem sido a experiência de ser você, mas, ser o que se é, viver como deve viver é o que pode fazer de mais precioso por si mesmo.
Seja você, siga seu caminho, não tenha medo de não ser compreendido ou talvez bem quisto por ser quem é, acredite… Se tivesse seguido o roteiro de alguém, se tivesse vivido fora de si mesmo, a sensação de mutilação só lhe traria lágrimas e muito mais descontentamento.
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E é como se esse título dessa obra que persigo aconselhasse: No fim dá certo – Se não deu é porque não chegou ao fim.