E há muitos que dizem – aliás…todo mundo diz – que mulheres bonitas são sortudas em totalidade por possuírem tamanha beleza. Por que não desmistificarmos isto? Pois já aprendi através de minhas vivências pessoais que quando todos pensam igual há algo que a maioria não consegue enxergar.
Então…eu vivo caçando por este invisível. Pois…como já dizia Saint-Exúpery: “O essencial é invisível aos olhos”.
Eu sempre parto do princípio que todos nós somos seres humanos…seres ímpares…seres inigualáveis…obras raras de nós mesmos. Detesto pensamentos democráticos tão impregnados na cabeça da multidão quando nos dizem, por exemplo, que o coração é insano, que o amor é vilão, que o homem é apenas uma máquina, que a tristeza é muito triste e que precisamos correr dela, que a dor é apenas dor e nada mais.
Todos punem o mundo, os outros e até mesmo o amor (coitado), mas não conseguem assumir suas inseguranças e fragilidades tão entranhadas em suas almas.
Mulheres bonitas são também apunhaladas por pensamentos da massa. São vistas como bonecas “Barbie” sem alma e sem coração. E ah…claro…sem inteligência! São troféus, bibelôs para muitos homens. E são a pedra no sapato para algumas outras mulheres. No entanto, mal sabem todos o quanto elas sofrem. São mulheres que quando estão a sós consigo mesmas sentem raiva por simplesmente serem lindas.
Sim…para elas a beleza muitas vezes é como uma maldição. Pois quase sempre são rejeitadas por amigas que se incomodam com seu estereótipo de fascínio ou mesmo possuem seus sentimentos desacolhidos pelos homens, já que os mesmos se prendem à pele de suas carnes e não à pele de suas almas. Elas podem transparecer uma vida fácil e de extrema felicidade, mas no fundo são mulheres que gostariam que seu brilho de beleza não ofuscasse o que elas são por dentro: Essência! O incrível é que a maioria delas também não veem. Pois…já cresceram contaminadas pelos conceitos prontos da multidão e acreditam fielmente que suas capacidades para atingir qualquer tipo de objetivo venham apenas através de sua beleza.
São mulheres que com o tempo se acostumam com a frivolidade narcisística. Perdem-se em seu próprio paradigma e através de seus poderes de induzimento vivem eternamente na superficialidade. Pois…um mergulho interior forçado é confrontar com um lado desconhecido que as deixam fora de seus poderes de controle sobre tudo e todos.
No entanto, essas lindas bonecas, antes de adormecerem, retiram as vestimentas de sua beleza, deitam-se com sua essência luminosa e choram por não conseguirem ser o que são: um ser humano qualquer…com conflitos…fragilidades…inseguranças…e tremendos talentos ocultos.
Que me perdoe Vinícius de Moraes, mas a beleza interior humana é fundamental. E todos nós – sem exceção – temos a necessidade de sermos vistos por dentro. Queremos sempre que os outros encontrem nossos corações e nossas almas. Afinal, somos seres inesgotáveis de amor divino.
Izabella Procópio