Quando alguém que amamos adoece, é natural que sintamos um forte desejo de evitar seu desecarne. O medo da perda pode ser tão intenso que algumas pessoas entram em um estado de negação quase hipnótico.
A dor é profundamente sentida, especialmente dependendo do vínculo que temos com a pessoa que está partindo. No entanto, devemos lembrar que a morte é uma certeza inevitável da vida, um momento que chegará para todos nós.
A maneira como enfrentamos esse momento pode variar em termos de dificuldade, dependendo do nosso preparo e da nossa compreensão sobre o significado da própria morte.
Quando estamos mergulhados na inconformidade e no desespero diante da iminente partida de alguém que amamos, é natural nos questionarmos se a nossa vibração emocional pode afetar o processo de desencarne dessa pessoa.
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Embora não haja uma resposta definitiva para essa questão, algumas visões espirituais sugerem que a energia que emanamos pode influenciar o estado de transição daqueles que estão partindo.
Acredita-se que emoções intensas, como o medo, a raiva ou o desespero, possam perturbar o processo de desencarne e dificultar a transição tranquila da pessoa para o próximo estágio de existência.
Por outro lado, sentimentos de amor, aceitação e paz podem criar uma atmosfera mais serena e harmoniosa, facilitando a passagem daqueles que estão deixando o plano terreno.
No entanto, é importante ressaltar que essas visões são baseadas em crenças espirituais e não há evidências científicas conclusivas para confirmar ou refutar essas suposições. Cada pessoa tem suas próprias crenças e perspectivas sobre a vida e a morte, e é essencial respeitar essas visões individuais.
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Independentemente das crenças pessoais, durante momentos de doença e perda, é crucial oferecer amor, apoio e compaixão à pessoa afetada.
Nossas emoções podem ser uma expressão natural de nosso amor e preocupação, e é importante que encontremos maneiras saudáveis de processar e lidar com esses sentimentos, seja buscando apoio emocional em amigos e familiares, ou recorrendo a recursos como aconselhamento ou terapia.
Ao enfrentar a inevitabilidade da morte, é essencial cultivar uma compreensão mais profunda sobre a natureza da vida e a transitoriedade de nossa existência.
Isso pode nos ajudar a encontrar um equilíbrio entre o luto e a aceitação, permitindo-nos honrar a vida daqueles que amamos e, ao mesmo tempo, reconhecer a natureza universal da morte.
O que é a morte?
Refletir sobre o conceito da morte e como somos condicionados a encarar esse momento é fundamental para compreendermos sua natureza e impacto emocional.
Infelizmente, a morte ainda é um tema tabu em nossa sociedade, e a maneira como lidamos com a despedida final está diretamente ligada à nossa concepção pessoal de morte.
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Para aqueles que adotam uma visão materialista, rejeitando qualquer narrativa metafísica e não acreditando na existência de uma consciência além do corpo físico, a morte é profundamente angustiante.
Ela representa um fim definitivo, um “nunca mais” que parece tirar todo o sentido da vida. Quando perdemos um filho ou quando uma mãe parte e não vislumbramos a perspectiva de um reencontro, esse momento pode ser extremamente traumático, deixando cicatrizes emocionais que carregaremos para sempre.
Sentimo-nos impotentes diante da situação, e um vazio profundo toma conta de nossas emoções. Tentamos nos agarrar a qualquer vestígio da pessoa amada que ainda resta, pois mesmo que seja apenas uma lembrança, isso é suficiente para saciar nossa necessidade de proximidade, evitando a dor quase insuportável da separação. “Fique, não me deixe” é o clamor desesperado dos corações inconsoláveis.
Esse pensamento reflete a vivência daqueles que ainda não conseguem enxergar a morte como um processo de continuidade da vida. O sofrimento nessas circunstâncias é avassalador. No entanto, acreditemos ou não, o mundo espiritual é uma realidade que existe independentemente de nossa crença, e sobre a qual não temos controle.
Todas as emoções que experimentamos têm um impacto primeiro em nós mesmos e, em seguida, podem influenciar o mundo e as pessoas ao nosso redor.
É importante destacar que a compreensão da morte como uma transição para além da existência terrena pode trazer conforto e alívio para aqueles que enfrentam a perda.
Diversas tradições espirituais e filosóficas sugerem que a morte não é o fim absoluto, mas sim uma passagem para uma nova fase de existência ou um retorno à essência universal. Essa visão amplia nossa perspectiva e nos convida a considerar a morte como parte integrante do ciclo natural da vida.
No entanto, é essencial respeitar as crenças individuais de cada pessoa. Nem todos compartilham a mesma visão sobre a continuidade da vida após a morte, e impor nossas convicções aos outros pode gerar conflitos e falta de respeito.
É fundamental promover um ambiente de compreensão, aceitação e apoio mútuo durante esses momentos de luto e despedida.
Independentemente das nossas crenças, o processo de luto é único para cada indivíduo. É válido buscar apoio emocional por meio de grupos de apoio, terapia ou compartilhamento de experiências com amigos e familiares.
Desecarne em diversas visões
Umbanda
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Na Umbanda, religião de matriz africana, o desencarne é compreendido como o momento em que o espírito se desliga do corpo físico. Acredita-se que, após a morte, o espírito passa por um período de transição e se prepara para sua jornada espiritual.
Os praticantes da Umbanda acreditam na existência de planos espirituais, nos quais o espírito pode evoluir e se reencontrar com entes queridos. Durante o desencarne, é importante que os familiares e amigos enviem energias positivas, orações e pensamentos de amor, para auxiliar o espírito em sua transição.
Kardecismo
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O Kardecismo, também conhecido como Espiritismo, é baseado nas obras do educador francês Allan Kardec. Segundo essa doutrina, o desencarne é considerado uma passagem natural, em que o espírito deixa o corpo físico e retorna ao mundo espiritual.
Acredita-se que a morte não é o fim, mas uma transformação em que o espírito continua sua jornada de evolução. No Kardecismo, a assistência espiritual é fundamental durante o desencarne, e é comum realizar preces, passes e momentos de reflexão para auxiliar o espírito em sua transição e proporcionar conforto aos familiares.
Cristianismo
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No Cristianismo, que engloba diferentes denominações como o Protestantismo e o Catolicismo, a morte é vista como um momento de transição para a vida eterna. Acredita-se na existência do céu, onde os fiéis são recompensados com a presença de Deus, e do inferno, onde os pecadores sofrem.
Para os cristãos, a morte física é apenas o fim da vida terrena, e a alma continua sua existência em um plano espiritual. Durante o desencarne, a oração e a fé são elementos importantes para confortar os familiares e enviar boas energias ao espírito que parte.
Catolicismo
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No Catolicismo, uma das principais vertentes do Cristianismo, o desencarne é visto como a passagem da vida terrena para a eternidade. A Igreja Católica acredita na ressurreição dos mortos, ou seja, na crença de que todos serão recompensados ou julgados após a morte.
Durante o desencarne, é comum que os fiéis recorram à intercessão dos santos e à Virgem Maria, por meio da oração, para pedir auxílio e conforto aos familiares e ao espírito que parte. A igreja também realiza rituais e cerimônias de despedida, como o velório e a missa de corpo presente, para celebrar a vida do falecido e oferecer suporte aos familiares.
Evitando o sofrimento
Chega o momento difícil de colocar em prática tudo aquilo que já conhecemos teoricamente. A dor se torna tão palpável que em alguns momentos podemos senti-la em nosso próprio corpo, corroendo nossa carne.
Nessas horas, é verdadeiramente desafiador processar os eventos de acordo com o conhecimento teórico adquirido e agir alinhados à visão de vida que desenvolvemos intelectualmente. No entanto, essa deve ser nossa bússola, a orientação que devemos ter em mente ao enfrentar tais situações.
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Em primeiro lugar, é importante lembrar que a vida continua. O “nunca mais” deve ser substituído por um “para sempre”, alterando completamente o significado da morte. A consciência não se extingue, e a vida é apenas uma passagem.
Quantas vezes já nascemos e morremos em diferentes circunstâncias? Quantas vezes estivemos ao lado daqueles que amamos em seu leito de morte? Quantas despedidas dolorosas já enfrentamos? Provavelmente, muitas. E também foram numerosos os reencontros astrais, onde tivemos a oportunidade de nos reunir novamente com aqueles que amamos.
Além disso, não devemos esquecer que todas as consciências reencarnam com um propósito, uma missão que tem um tempo determinado para ser cumprida. Se aquela pessoa alcançou o momento final de sua jornada, é porque não há mais nada a ser feito ou aprendido nesta encarnação.
Ninguém existe simplesmente para satisfazer nossos desejos. Todos estão em uma jornada pessoal profundamente individual, e é essencial respeitar o momento de cada um.
Por fim, devemos lembrar que é muito mais desafiador estar encarnado, vivendo neste mundo tão misterioso, instável, inseguro e repleto de conflitos do que existir no plano espiritual.
Temos o costume de celebrar o nascimento e lamentar a morte, quando na verdade um conhecimento mínimo sobre espiritualidade revela que deveríamos fazer o oposto. Encarnar é difícil, traz consigo a dor, implica em esquecimento e desconexão com o mundo espiritual, uma individualização que resulta em uma imensa solidão e constrói o vazio existencial que tem sido explorado por disciplinas como filosofia, psicologia e sociologia.
Conheça mais explicações espirituais
A morte é uma libertação, um retorno ao lar, o fim da dor. A ausência sentida por aqueles que ficam aqui é insignificante diante da beleza do processo de morte e da paz que um espírito pode encontrar após a transição.
Tenha a certeza de que nossas emoções e nosso egoísmo emocional podem aprisionar aqueles que estão doentes e prontos para partir neste mundo. Manter a calma é essencial, assim como a oração.
Ore para que o melhor aconteça, para que seu ente querido seja assistido espiritualmente, e tente emanar energias de amor e gratidão, de forma que o processo de desligamento ocorra da maneira mais suave possível.
Cuide de seus pensamentos e aproveite esse momento para se conectar mais com a espiritualidade e embarcar em uma busca mais profunda pelo sentido das coisas. Quanto melhor você estiver emocionalmente, mais serenidade transmitirá àqueles que amam e que possam estar necessitando desse apoio.
Seja quem for, permita que parta. Aceite sua partida e encha-se de amor e gratidão pelos momentos vividos juntos. Utilize o amor que resta como combustível para sua jornada espiritual, pois é a partir desse sentimento que até mesmo um contato futuro pode ocorrer.
Tenha em mente que, durante esse processo de luto, é fundamental cuidar de si mesmo e buscar apoio emocional. Participar de grupos de apoio, buscar terapia ou compartilhar suas experiências com amigos e familiares compreensivos pode proporcionar um espaço seguro para expressar suas emoções e encontrar conforto.
Além disso, cultivar a espiritualidade pode trazer um novo entendimento sobre a morte e a continuidade da vida. Explore práticas que ressoem com você, como meditação, oração, estudos filosóficos ou religiosos, ou qualquer outra abordagem que ajude a fortalecer sua conexão com o divino e traga consolo interior.
Lembre-se de que cada pessoa vivencia o luto de forma única, respeite o seu próprio tempo e o das outras pessoas envolvidas. Acolha as emoções que surgirem, permita-se sentir e processar a perda, pois esse é um caminho necessário para a cura.
À medida que você se dedica à sua própria jornada de compreensão da morte, poderá descobrir uma perspectiva renovada sobre a existência e encontrar consolo na crença de que a separação física não é o fim absoluto.
A morte se revela como uma passagem para um plano espiritual, onde as consciências se encontram e onde o amor e os laços afetivos perduram.
Afinal, o nosso egoísmo pode atrapalhar o desencarne de um familiar?
Sim, nos momentos difíceis da vida, como quando um ente querido está à beira da morte, é natural que nosso egoísmo e apego se manifestem intensamente. Apegamo-nos à presença física da pessoa, temendo a perda e desejando mantê-la ao nosso lado.
Porém, é importante refletir sobre como nosso egoísmo pode afetar o processo de desencarne do familiar e prejudicar tanto a ele quanto a nós mesmos.
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O desencarne, ou a passagem da vida física para o plano espiritual, é um momento crucial na jornada de um indivíduo. Nesse processo, a alma se desprende do corpo físico e prossegue em sua evolução espiritual. É um momento de transição, em que o espírito se liberta das limitações terrenas e se abre para novas experiências.
No entanto, quando estamos imersos em sentimentos egoístas, como o medo da perda e a relutância em deixar ir, podemos criar uma vibração negativa ao nosso redor.
Essa energia densa e desarmônica pode interferir no desencarne do familiar, dificultando seu processo de transição e impedindo-o de seguir adiante em sua jornada espiritual.
Nossas emoções e pensamentos negativos podem se tornar verdadeiras amarras que mantêm o espírito preso ao plano físico. Ao nos agarrarmos à presença física do ente querido, estamos enviando uma mensagem de apego e resistência à sua partida.
Essa resistência pode prolongar o sofrimento tanto para o familiar quanto para nós mesmos, impedindo a fluidez natural do desencarne e bloqueando a aceitação e o perdão.
Portanto, é fundamental cultivar uma postura de amor incondicional, compreensão e desapego durante esse processo. Reconhecer que cada ser tem sua própria jornada espiritual e que a morte física faz parte desse caminho é essencial para permitir que o familiar siga seu destino com paz e harmonia.
Devemos lembrar que a morte não é o fim absoluto, mas sim uma transformação.
A alma continua sua existência em outro plano, onde a consciência se expande e o amor perdura. Ao compreendermos essa verdade, podemos encontrar consolo na certeza de que o ente querido está seguindo em seu crescimento espiritual e que nosso apego e egoísmo não podem deter esse processo.
Para auxiliar nessa transição, podemos adotar práticas que elevem nossa vibração e promovam a harmonia, como a meditação, a oração e o envio de energias positivas ao familiar.
Ao emanarmos amor, gratidão e aceitação, criamos um ambiente propício para o desencarne ser realizado de forma tranquila e suave, permitindo que o ente querido se liberte das amarras terrenas e siga seu caminho espiritual.