Senta aqui, cara. Vamos conversar.
Sei que esse papo pode te machucar, mas é pro seu bem. Te encontrei aquele dia com cara de quem estava acabado e só fui saber depois do ocorrido. E, sim, você estava e ainda está com o mesmo semblante. O mesmo rosto grave e preocupado de quem não sabe o que fazer agora. Eu, como seu amigo, só posso te dizer pra seguir. Ela não é mais sua.
E digo esse “sua” porque várias vezes a ouvi dizer isso. Lembro de como ela te olhava fundo no meio da galera e não se sentia envergonhada ao falar essas coisas. Aliás, acredito que nem todas as pessoas sejam corajosas o suficiente para demonstrarem seus sentimentos, mas as que o fazem certamente estão mais perto de viver a plenitude do que sentem.
E vocês viveram tudo que podiam.
Sei que fica a sensação de que a estrada ainda era longa, mas se foi algo que os dois decidiram, deixe que cada um siga sua estrada. Ela agora é toda dela. Você, também, é todo seu. Se um dia tiver que dar certo de novo, dará, mas não adianta você interromper tudo aquilo que foi planejado e não continuar sua batalha pelos seus sonhos. Nem ela iria querer isso.
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Não sinta inveja ou raiva do sorriso dela. Dói para os dois, mas ninguém é obrigado a conservar um luto. Ou, então, reflita por quantas vezes você esteve mal e teve que sorrir na hora de uma foto. Talvez aconteça o mesmo do lado de lá. Mire-se no exemplo: ela está tentando ficar na paz dela, do jeito dela. E você deveria tentar fazer o mesmo.
Vocês já não podem se ajudar.
Não coloque toda a culpa do fim nos seus ombros. Ela é tão dela quanto você agora é seu. Cada um vai buscar o que é melhor pra si. Não se trata de ser egoísta, mas de tentar enxergar qual a melhor saída para se curar disso tudo. E, tenha certeza, a Vida só melhora quando a gente decide que quer melhorar. Ficar parado não vai adiantar.
Devolva-se como ela se devolveu.