#NarrativasQueInspiram – Empoderamento feminino sem perder a feminilidade
Em épocas de mudanças, alguns assuntos ficam em evidência e atualmente uma das questões mais discutidas é o empoderamento feminino.
O que muita gente ainda confunde ou mesmo ignora, é que ser feminista não significa abrir mão da feminilidade.
Até porque há muitos homens esclarecidos e com a mente aberta que já abraçaram a causa em nome das mães, irmãs, esposas e principalmente filhas, vislumbrando um futuro melhor e com mais igualdade.
Assuntos em evidência sempre refletem o momento tanto na literatura como no audiovisual. Filmes do tipo ‘As Sufragistas’ são um lembrete doloroso de tudo pelo qual as mulheres já passaram na luta por direitos iguais. Porém há narrativas mais sutis que contam com personagens femininas diferenciadas, as quais por fugirem do estereótipo machista ou por quebrá-lo de alguma forma, se destacam como feministas.
No audiovisuals mundial há filmes como a animação Disney ‘Lilo e Stitch’, que antes de ‘Frozen’, já trouxe uma narrativa diferenciada ao mostra a vida de duas irmãs do Havaí nos Estados Unidos, que após a morte dos pais, precisam lidar com a nova realidade. Enquanto Nani, a irmã mais velha, faz de tudo para conciliar sua vida de recém adulta e chefe de família, com as responsabilidades de criar uma criança de 6 anos. Lilo, a caçula, é retratada como uma criança de um tipo bem mais complexo que se vê na maioria das narrativas, fugindo dos estereótipos.
Ambas as personagens de ‘Lilo e Stitch’ possuem características individuais, tanto físicas como intelectuais, que as tornam mais realistas do que qualquer princesa Disney moderna. A produção já inspirava em 2002 as ideias de igualdade e também respeito à diversidade, ao usar os alienígenas na trama, como Stitch, de metáfora quanto ao assunto.
Em relação às narrativas literárias, há histórias que ao mesmo tempo que contém clichês machistas, conseguem quebrá-los de forma sutil. Um exemplo é o mangá ‘Ghost in the Shell’, onde a personagem principal pode até parecer seguir o estereótipo feminino, populares entre autores homens. Porém analisando a história após a narrativa ser adaptada para anime e recentemente para o cinema, se percebe a sutil mensagem do autor, que torna a Major uma personagem feminista única.
No Brasil, infelizmente, não se vê personagens no audiovisual que se destaquem ao quebrar os estereótipos machistas.
E para piorar, personagens feministas geralmente segue o estereótipo, como da perda da feminilidade.
O que acaba criando polêmicas totalmente equivocadas, dada a ideia errônea que feministas são mulheres que não podem ser femininas e nem gostar de homens.
Já na literatura nacional atual, há exemplos inspiradores, como a personagem principal da série literária de vampiros ‘Alma e Sangue’, da autora Nazarethe Fonseca; que é especialista em criar personagens bem realistas e feministas, em suas histórias de contém sobrenatural. A autora também se destaca em relação a diversidade, que já é grande em ‘Alma e Sangue’ e ampliada em ‘Pandora – Controle Sobrenatural: A Queda’, primeiro volume de uma trilogiada também com uma mulher como principal personagem; onde seres sobrenaturais são usados como metáfora semelhante a usada em ‘Lilo e Stitch’ em relação aos alienígenas.
Já na TV há uma das mais controversas e também inspiradoras narrativas, é a da série ‘The Big Bang Theory’, que inicia com os típicos personagens nerds, machistas, e com um dos piores estereótipos femininos já visto, o da “loira burra”. Porém a cada nova temporada os personagens vão evoluindo, quebrando os estereótipos e quando duas novas personagens femininas começam a se destacar na história, ganhando lugar na trama principal; o trio de “mosqueteiras” empoderado de ‘The Big Bang Theory’, iniciam sua própria “jornada das heroínas”.
As três personagens conquistam espaço na série e no coração dos fãs ao representantes mulheres bem mais realista, enfrentando problemas reais. Tornando ‘The Big Bang Theory’ uma narrativa inspiradora não só por ter personagem feminista que não perder a feminilidade, como mostrando que se pode aprender a gostar das ditas “coisas de homens”, sem deixar de ser feminina.