O livro de memórias de Jennette McCurdy será lançado em agosto de 2022, mas desde seu anúncio vem movimentando os assuntos na internet.
A maioria das pessoas já passou por algum momento em que a relação com a família, principalmente os pais, não foi das mais fáceis. Esse período de certo rompimento geralmente ocorre na adolescência, quando estamos deixando para trás a infância, fase em que nossos pais parecem ser os donos da verdade, e começamos a caminhar em direção à vida adulta, trilhando o caminho escolhido por nós mesmos.
Em algumas famílias, esse período muitas vezes é remediado e a pessoa que se afasta se sente confortável para voltar a conviver. No entanto, em cenários mais disfuncionais, a situação pode ser definitiva, pois existem algumas feridas que a família deixa em nós que demoram muito a cicatrizar.
A autora Jennette McCurdy dedicou-se a escrever um livro de memórias onde compartilha partes de sua infância com uma mãe abusiva. Em uma autobiografia com título polêmico, “Estou feliz que minha mãe morreu”, em tradução livre, McCurdy conta suas histórias como uma antiga atriz-mirim e o papel da mãe nesses momentos, a maioria negativos.
Jennette é mais conhecida pelo público por seu papel no seriado adolescente “iCarly”, um grande sucesso do canal norte-americano Nicklodeon, que foi ao ar de 2007 a 2012 originalmente, até nova temporada anunciada para 2021, da qual McCurdy não quis participar.
A ex-estrela-mirim decidiu que era hora de compartilhar um pouco do que passou com a mãe. De acordo com informações da Entertainment Weekly, a autora prometeu que, embora os temas abordados na leitura sejam um pouco mais pesados, por se tratar de questões complicadas desde a sua infância, o livro terá momentos de humor tão intensos quanto aqueles que partirão o coração do leitor.
![“Estou feliz que minha mãe morreu.” Atriz de “iCarly” fala da relação abusiva com a mãe em autobiografia](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2022/04/2-Estou-feliz-que-minha-mae-morreu-Atriz-de-iCarly-conta-da-relacao-abusiva-com-a-mae-em-autobiografia.jpg)
McCurdy explica que a capa do livro passou por muitas alterações antes de chegar à versão final, que foi compartilhada em suas redes sociais. Ela disse que os detalhes do confete caindo da urna, como se fossem as cinzas de sua mãe, passavam um ar de humor trágico, que é exatamente o que ela buscou com sua obra. Sabia que queria exprimir humor na capa, mas ainda assim não queria nada chocante, como dar um grande pulo ou uma expressão de risada intensa. Até sua face foi pensada para que sua expressão passasse um misto de mágoa e esperança, que ela acredita serem duas emoções que estão no cerne de sua obra.
O livro de memórias acompanha a trajetória de Jennette e sua mãe dominadora, que a forçou a atuar quando mais nova, mesmo quando o trabalho estava lhe causando ansiedade, distúrbios alimentares e uma série de relacionamentos não saudáveis. Jeannette conta no livro que a situação, inclusive, pareceu ter se agravado quando a mãe faleceu de câncer, na época em que ela atuava na sitcom “Sam e Cat”, ao lado de Ariana Grande, na Nickelodeon. Naquela época, McCurdy era um dos grandes nomes da emissora, embora infeliz com seu trabalho, o que tornou sua jornada fora da indústria mais difícil.
McCurdy deixou a atuação de lado e se encontrou graças à terapia. A autora diz que finalmente está pronta para contar aos seus fãs o seu processo de cura; para ela, foi importante explorar o abuso emocional e psicológico que sofreu durante tanto tempo, como uma jovem envolvida no ramo do entretenimento. Reconheceu que não tinha as ferramentas para falar sobre isso antes, logo o livro também servirá como forma de dar voz a uma versão de si mais jovem, que não conseguia expressar o que sofria na época.
![“Estou feliz que minha mãe morreu.” Atriz de “iCarly” fala da relação abusiva com a mãe em autobiografia](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2022/04/3-Estou-feliz-que-minha-mae-morreu-Atriz-de-iCarly-conta-da-relacao-abusiva-com-a-mae-em-autobiografia.jpg)
Ela espera que seu livro encoraje jovens a identificarem ambientes e relações que podem não lhes fazer bem, e a se retirarem deles, mesmo que o resto do mundo diga a eles que devem apenas obedecer e permanecer quietos.