Uma obra polêmica criada pelo artista italiano Maurizio Cattelan deu o que falar recentemente. Na verdade, ele é conhecido por ter um trabalho bastante diferente dos seus colegas de profissão.
Nascido em Pádua, na Itália, em meados dos anos 60, Maurizio costuma fazer esculturas bastante controversas e satíricas. Já chegou a retratar o Papa João Paulo II sendo atingido por um meteorito em La Nona Ora (A Nona Hora).
Por ser autodidata, nunca frequentou uma escola de arte na vida. Iniciou sua trajetória em Forlì, no mesmo país onde nasceu, fazendo móveis de madeira ainda na década de 80. Nesta mesma época, conheceu designers renomados como Ettore Sottsass.
Sua oportunidade começou quando começou a enviar um catálogo de uma de suas obras para galerias da cidade. Isso fez com que muitas portas se abrissem no segmento de design e arte contemporânea. Rapidamente criou a Fundação Oblomov. Com o passar do tempo, assumiu uma posição de curador e criou uma revista chamada “Permanent Food”, que publica colagens de outras revistas.
De acordo com o R7, um estudante da Universidade Nacional de Seul causou na internet ao surgir comendo a obra de arte Comedian, de Maurizio Catellan, na última quinta-feira (27), no Leeum Museum of Art, localizado em Seul, na Coreia do Sul.
A obra teve um destaque enorme ao ser vendida por 120 mil dólares, o equivalente a R$600 mil na Art Basel Miami Beach, que ocorreu em dezembro de 2019. O trabalho é um pouco chocante e simples para a maioria dos espectadores.
Isso porque se trata de uma banana que é trocada a cada dois ou três dias aproximadamente, colada com fita adesiva na parede, o que bombardeou grande parte do público assim que foi lançada.
Vale ressaltar que a mesma faz parte da exposição individual de Cattelan, que será exibida até dia 16 de julho no museu de Seul.
Informações da CNN apontam que após mastigar a fruta, Seung Hwan colocou a casca novamente na parede. Posteriormente, ela foi substituída pela equipe do local por uma banana fresca. Ao ser questionado pelos seguranças sobre o porquê de sua atitude impulsiva, o jovem alegou que estava sentindo muita fome.
O porta-voz do museu explicou que tudo aconteceu repentinamente. Portanto, nenhuma medida cabível foi tomada naquele momento. Cattelan ficou sabendo do incidente, mas acabou sem esboçar qualquer reação diante dos fatos.
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O universitário publicou a cena em que come a intervenção artística. Na legenda ele escreveu: “Conhecida como a banana mais cara do mundo: ‘O Comediante’ de Maurizio Cattelan. Comendo isso… heh heh heh he. É intencional ou terrorista?”, pergunta.
Dentre os comentários recebidos, alguns são: “Não sei onde está a arte. E é melhor comê-lo com fome”, “👏👏 Que obra de arte sem futuro é essa? Vou guardar uma melancolia na parede. Pelo menos é mais inutilizado. Fez bem o aluno que comeu banana. Arte, é outra coisa!” e “Desculpe, não posso considerar essas obras de arte como loucas. Em vez disso, gostaria de chamar as pessoas que consideram isso uma obra de arte maluca.”
Tudo tem sua primeira vez
Em meados de 2019, a fruta foi arrancada da parede e consumida por uma outra pessoa: o artista performático David Datuna. O homem recebeu olhares atônitos de todos os presentes na galeria Perrotin, na Art Basel. Ele simplesmente comeu a banana e ficou por isso mesmo!
Polêmicas
Como se não bastassem suas produções polemizar por si só, Catellan também enfrenta alguns debates no que se refere à arte conceitual. Suas peças costumam desafiar a cultura popular e incitar questionamentos.
Há ainda, uma batalha envolvendo o italiano e Joe Morford, artista de Glendale, Califórnia. O norte-americano diz ter direitos autorais sobre Comedian pois em seu ponto de vista, Cattelan roubou a ideia de sua obra, intitulada Banana & Orange, lançada no ano 2000.
Porém, os advogados do acusado justificam que Morford não possui esses direitos relacionados aos elementos artísticos de seu cliente. Ao que tudo indica, o trabalho feito pelo outro artista contém frutas fixadas em uma parede verde, coladas com fita adesiva.