Urandir Fernandes, o responsável por popularizar o ET Bilu, hoje é um empresário bem sucedido em Corguinho, interior do Mato Grosso do Sul.
Lá nos idos 2010, o ET Bilu ganhou destaque no início dos anos 2000, tornando-se conhecido após uma “entrevista” realizada por uma emissora nacional, na qual enviou uma mensagem aos cidadãos de todo o mundo: buscar conhecimento.
O diálogo com o ET Bilu, que surpreendentemente falava fluentemente o português, aconteceu graças à permissão do ufólogo Urandir Fernandes, líder da comunidade Projeto Portal, que supostamente acolhia o alienígena.
Inclusive, Urangir Fernandes de Oliveira faz alusão a UFO, sigla em inglês que significa objeto voador não identificado.
![ET Bilu: você sabe onde está o criador da história?](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2024/04/et-bilu-voce-sabe-onde-esta-o-criador-da-historia-imagem-1.jpg.webp)
Hoje, Urandir Fernandes de Oliveira comanda a Associação Dakila Pesquisas, que busca estudar várias áreas do conhecimento, a modo de promover a educação.
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Em 2019, Urandir foi agraciado com o título de cidadão campo-grandense pela câmara de vereadores da capital sul-mato-grossense. No entanto, essa honraria foi amplamente criticada pela Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU), que questionou a credibilidade científica de Urandir.
A polêmica mais recente envolvendo o ufólogo diz respeito ao mito da cidade de Ratanabá. Segundo Urandir, essa cidade fictícia estaria escondida no coração da Amazônia e seria habitada por seres gigantes. No entanto, pesquisadores respeitados já desmentiram a existência dessa suposta civilização oculta.
ET Bilu: supostas aparições
O fenômeno midiático do E.T. Bilu surgiu em 2010, em uma área rural do município de Corguinho, localizado a 100 km da capital Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
A fama desse suposto ser extraterrestre teve início quando um repórter do programa Domingo Espetacular, da TV Record, questionou a entidade sobre sua mensagem para a Terra, e uma voz, supostamente do E.T. Bilu, respondeu: “Apenas que busquem conhecimento”.
Minutos antes, o ser havia sido vislumbrado na tela da TV, iluminado pela luz de uma lanterna, no meio do matagal. Entre outubro e novembro daquele ano, diversas emissoras brasileiras, como SBT, Band e RedeTV, exploraram o estranho fenômeno, que ganhou enorme popularidade, mas também foi considerado uma das maiores farsas da ufologia brasileira.
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O SBT foi a primeira emissora de televisão a tentar localizar o Bilu em seu habitat natural, porém, sem sucesso. A solução foi exibir imagens de divulgação do porta-voz da criatura, Urandir Fernandes de Oliveira, autointitulado paranormal e ufólogo.
Em uma reportagem do programa CQC, da Band, o Bilu foi mostrado, ou quase isso, já que a imagem era confusa, capturada no meio de um matagal. Com uma voz que imitava a de uma criança, o suposto ser afirmava ter 4.010 anos de idade.
Inclusive, a famosa frase “Busquem conhecimento” acabou virando um meme naquela década.
Quem é Urandir Fernandes de Oliveira?
Segundo a Wikipedia, Urandir Fernandes de Oliveira atuou como empresário no setor da construção civil.
Ele afirma ter desenvolvido habilidades paranormais aos nove anos de idade e, quatro anos mais tarde, ser capaz de manipular energias. Urandir relata ter tido contato com seres extraterrestres e alega ter a missão de ensinar as pessoas a desenvolverem suas faculdades mentais.
Na década de 1990, Urandir começou a fazer palestras e a aparecer em programas de televisão, destacando-se uma entrevista concedida ao programa Globo Repórter em 1995, na qual exibiu supostos poderes paranormais, como mover objetos e ligar e desligar televisores com o poder do pensamento.
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Em 1998, ele afirmou ter criado um método para transmutar emoções e energia sexual em energia vibracional.
Em 2000, Urandir ganhou destaque ao apresentar o Projeto Portal no município de Corguinho, no Mato Grosso do Sul. Ele afirmou ter conseguido 76 mil seguidores e estabeleceu núcleos em outras cidades do Brasil.
Urandir alegou possuir habilidades de cura e afirmou estar preparando a humanidade para as mudanças na Terra, além de declarar possuir os “arquivos cósmicos dos humanos”. Em uma matéria publicada na revista IstoÉ, ele afirmava ser capaz de convocar seres extraterrestres e exibir luzes em suas mãos.
No mesmo ano, Urandir foi preso em Porto Alegre, acusado de estelionato e falsidade ideológica, relacionados à venda ilegal de terrenos em Corguinho. Ele pretendia erguer uma comunidade onde haveria convivência harmônica com extraterrestres.
Em 2002, houve uma negociação para levá-lo ao laboratório do norte-americano James Randi, que ofereceu US$ 1 milhão para quem provasse ter poderes paranormais. No entanto, as negociações não progrediram.
O ufólogo Urandir Fernandes é conhecido por suas posições controversas, como a crença de que a Terra seria convexa. Apesar disso, ele se tornou uma figura reconhecida no estado do Mato Grosso do Sul, recebendo até mesmo a honra de se tornar cidadão campo-grandense pela Câmara Municipal de Campo Grande, em 2019.
Na época, Urandir estava à frente da Dakila Pesquisas, responsável pelo documentário “Terra Convexa”. Além disso, ele foi homenageado pela Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul e pelas Câmaras Municipais de Corguinho e Rochedo.
Uma das atividades da Dakila é a vila de Zigurats, localizada em Corguinho, onde uma comunidade estuda diversos temas, como alienígenas e civilizações antigas, e defende a teoria que contesta o formato redondo da Terra.
Em 2022, Urandir voltou às manchetes ao viralizar a teoria conspiratória de Ratanabá, uma suposta cidade perdida na Amazônia que teria sido construída por extraterrestres há 450 milhões de anos.
O boato ganhou destaque após a página Choquei, presente no Twitter e no Instagram e conhecida por publicar notícias falsas ou distorcidas, compartilhar a “descoberta” com seus seguidores.
O assunto se tornou um dos mais comentados no Twitter e registrou um aumento nas buscas no Google. Após críticas, a Choquei apagou as postagens e se desculpou por disseminar o boato.
A teoria conspiratória também foi divulgada por Mário Frias, então secretário de cultura do governo Jair Bolsonaro.
Urandir Fernandes, CEO da Dakila, é reconhecido como o criador de um sistema de pesquisas singular.
Seu sucesso é evidente na reunião de um grupo de mais de 700 mil pessoas, todas associadas e interessadas em suas descobertas ao redor do mundo.
Além disso, ele desenvolveu um banco próprio, o BDM, como parte de seus empreendimentos. Apesar de viajar pelo mundo, o empresário mantém uma ligação com a simplicidade encontrada em suas cidades de origem, localizadas no Sul do Brasil.
O que é Ratanabá?
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Ratanabá, uma cidade supostamente localizada na Amazônia, é descrita como uma metrópole futurista altamente desenvolvida e oculta, que seria a “capital do mundo” e estaria ligada às origens da humanidade.
A lenda afirma que Ratanabá existiu há cerca de 450 milhões de anos e agora estaria enterrada entre três pirâmides na região entre os estados do Amazonas, Pará e Mato Grosso. Acredita-se que tenha sido fundada pela civilização Muril, considerada a primeira a habitar a Terra, há 600 milhões de anos.
Segundo a narrativa, há uma rede de túneis subterrâneos que se estendem por toda a América do Sul e se conectam a Ratanabá. Uma dessas supostas entradas estaria escondida dentro do Forte Príncipe da Beira, localizado em Costa Marques, Rondônia.
Esses túneis subterrâneos não apenas conectariam a América do Sul, mas supostamente ligariam o mundo inteiro, servindo como locais de encontro para líderes globais discutirem o destino das riquezas encontradas na Amazônia.
O significado da palavra “Ratanabá” seria “cidade perdida”, representando a ideia da existência de uma metrópole misteriosa e oculta que guarda segredos importantes sobre a humanidade e sua história. Os “Ratanabá” seriam os habitantes ou associados a essa cidade lendária, onde os grandes líderes mundiais se reuniriam para discutir questões de importância global.
Ratanabá existe?
A suposta cidade perdida de Ratanabá na Amazônia tem sido objeto de discussão e especulação ao longo dos anos.
No entanto, muitos pesquisadores e arqueólogos contestam a veracidade dessa narrativa, apontando para diversos fatores que questionam sua existência.
Alguns desses argumentos incluem:
Cronologia inconsistente
Alega-se que, há 450 milhões de anos, nem mesmo os dinossauros haviam surgido na Terra. Isso sugere que é altamente improvável que uma civilização humana ou extraterrestre pudesse ter existido nesse período tão distante no passado.
A falta de evidências arqueológicas ou geológicas que corroborem a existência de uma cidade tão antiga também levanta dúvidas sobre essa teoria.
Ausência de evidências concretas
Até o momento, não foram encontradas evidências físicas ou científicas que comprovem a existência de Ratanabá. Não há descobertas arqueológicas, registros históricos confiáveis ou provas geológicas que sustentem a existência dessa cidade perdida.
Natureza das alegações
Muitas das informações sobre Ratanabá são baseadas em lendas, mitos ou teorias conspiratórias, em vez de dados científicos verificáveis. A falta de fontes confiáveis e a presença de narrativas fantasiosas contribuem para a descrença na existência dessa cidade.
Embora Ratanabá possa ter capturado a imaginação de alguns, a falta de evidências sólidas e os desafios científicos apresentados sugerem que essa cidade perdida na Amazônia é mais provável de ser uma lenda ou ficção do que uma realidade histórica.
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