A fábula é um tipo de narrativa, desenvolvida em prosa, geralmente curtas e com personagens que são animais, mas apresentam características humanas, algo que é bastante presente na literatura infantil como um todo.
Um dos seus objetivos é educar através das histórias, realizando analogias entre o cotidiano humano através das narrativas vivenciadas pelas personagens, algo que conhecemos como moral, que é apresentado, na maioria dos casos, sempre no final.
Segundo o site Brasil Escola, a grande diferença da fábula para outros gêneros metafóricos é que na fábula os personagens tendem a ser animais. Sua origem é incerta, mas somente com Esopo, que foi escravo na Grécia antiga, que a fábula passou a ser mais conhecida. Jean de La Fontaine foi um dos autores que mais divulgaram as fábulas de Esopo, já que reescreveu as histórias para fins educativos.
Abaixo, fizemos uma seleção com 27 fábulas para você ler para as crianças, veja:
1. A cigarra e a formiga
Uma das fábulas mais famosas de todos os tempos, ela fala sobre nos esforçarmos e trabalharmos ainda que não tenhamos vontade, tudo para que possamos construir um futuro melhor.
- Fábulas e Contos: A princesa e o sapo: conheça a história
Na história, a cigarra passava a vida brincando e se divertindo, enquanto a formiga só trabalhava todos os dias. Quando chega o inverno, a cigarra passa por necessidades, inclusive pela fome, enquanto a formiga tinha seu próprio alimento estocado e garantido para atravessar essa época.
Enquanto a formiga trabalhava, recolhendo alimentos durante o verão inteiro, sua companheira cigarra estava mais preocupada em cantar.
Quando chegou o frio e a chuva do inverno, a primeira tinha garantido o seu sustento. Já a segunda não tinha o que comer.
Foi aí que a cigarra procurou a formiga, pedindo que dividisse com ela aquilo que recolheu. A formiga respondeu:
— Você não passou o verão todo cantando, enquanto eu trabalhava? Então agora se vire sozinha.
Moral: Precisamos ser independentes e garantir o nosso futuro, sem depender do trabalho dos outros.
2. A raposa e as uvas
Aqui, Esopo nos conta sobre entender o que há por trás das intenções das pessoas.
A raposa tentou buscar inúmeras maneiras de comer as uvas, mas ao não conseguir alcançá-las, ela achou que ao desmerecer as frutas faria uma boa ação.
O que podemos aprender é que precisamos reconhecer nossas vulnerabilidades e incapacidades, como aceitar a ajuda dos demais.
Uma raposa estava com fome e viu um delicioso cacho de uvas pendurado numa parreira. Decidida, fez vários esforços para alcançá-la, mas não conseguiu cumprir a missão. Foi aí que, com ar de desdém, resolveu ir embora, afirmando: Estão verdes”.
Moral: Muitas vezes, quando não conseguimos cumprir um objetivo, temos tendência a culpar os outros.
3. O estômago e os pés
Essa fábula não é muito comum no Brasil, mas ela fala sobre as relações entre as partes do nosso corpo. Quando os pés declaram sua importância, o estômago exige tomar a liderança, já que seria ele que alimenta os demais órgãos, enquanto o pé somente se encarregava pelo transporte de todos.
O que podemos entender é que o trabalho em equipe é importante, mas um líder é sempre necessário para guiar os demais rumo a um objetivo em comum.
O corpo estava em guerra, já que o estômago e os pés discutiam para saber qual deles era o mais importante. Os pés tinham certeza da sua superioridade, já que eram eles que faziam com que o corpo todo se movesse.
Então, o estômago respondeu: se não fosse o meu trabalho, garantindo os alimentos que nos sustentam, vocês não conseguiriam ir a lugar nenhum.
Moral: Aqueles que cumprem as ordens são muito importantes, mas os que sabem liderar são essenciais.
4. A raposa e a máscara
Nesta história podemos ver como é perigoso julgar alguém somente por sua aparência. Não é porque alguém é bonito fisicamente, que suas ideias correspondem à beleza do físico.
A raposa só consegue entender que não existe nada atrás da máscara quando ela perde o interesse pelo objeto. O que podemos entender aqui é que antes de nos encantarmos por alguém, é necessário saber o que ela pensa.
Uma raposa conseguiu invadir a casa de um ator e começou a remexer nos seus pertences. Foi aí que encontrou uma máscara linda, repleta de ornamentos e decorações. Segurou o objeto e exclamou: “Que cabeça bonita! Pena que não tem um cérebro lá dentro”.
Moral: A aparência exterior nem sempre reflete aquilo que existe no nosso espírito.
5. Zeus e a serpente
Zeus é conhecido na mitologia como o pai dos deuses gregos. Quando recebe presente dos animais, ele rejeita somente o que a serpente lhe trouxe, por ser um bicho traiçoeiro.
O que essa fábula tenta nos alertar é para que tenhamos cuidado ao aceitar favores das pessoas, principalmente daquelas que não merecem nossa confiança.
No dia em que Zeus resolveu se casar, todos os animais apareceram para entregar presentes. Foi então que surgiu a serpente, que subiu pelo seu corpo, carregando uma rosa com a boca.
Zeus, repleto de sabedoria e esperteza, declarou: “Da tua boca, não vou aceitar nada!”.
Moral: Cuidado ao aceitar favores daqueles em quem não confia.
6. O mosquito e o touro
Nela, podemos ver como as pessoas passam a ganhar nossa indiferença após não oferecerem ajuda quando precisamos. Assim que quando elas partem, elas sequer deixam saudade.
Um mosquito passou muito tempo pousado no chifre de um touro. Na hora de levantar voo, perguntou ao outro animal se desejava que ele partisse, para não o incomodar mais.
O touro, forte e imponente, respondeu: “Não senti a sua presença e também não vou sentir a sua ausência”.
Moral: Existem pessoas às quais reagimos com total indiferença, mesmo quando elas acham que nos atrapalham.
7. A lâmpada
Nessa história o autor tratou de frisar a importância da humildade. Muitas vezes nossas conquistas podem nos cegar e nos tornar pessoas narcisistas e altivas, o que termina demonstrando nossas fraquezas e fragilidades.
Ainda que a chama da lamparina tenha um brilho único, sua força não é comparada à do Sol. Nisso, o que podemos entender é que nenhum ser humano é igual ao outro e que todos somos importantes e vulneráveis.
Havia uma lâmpada que sempre iluminava tudo em redor. Por isso, ela achava que era mais poderosa do que o próprio sol. No entanto, um dia veio uma rajada de vento e a sua chama se apagou de imediato.
Quando alguém veio reacendê-la, disse: “Não te gabes, oh lâmpada, que ninguém é capaz de apagar a luz que vem dos astros”.
Moral: Não devemos ficar dominados pelo orgulho excessivo e esquecer que também temos fraquezas.
8. A serpente e o cabrito
Aqui, a cabra comete um erro ao pisar a serpente. Após ser envenenada, seu cabrito bebe seu leite e morre envenenado.
O que essa fábula nos diz é que precisamos entender que muitas vezes a vida é injusta, e que inocentes podem pagar as consequências dos atos de alguém.
Quando uma cabra estava pastando com o seu filho, pisou uma serpente por distração. A serpente, com raiva, mordeu uma de suas tetas para se vingar.
O filhote da cabra, na hora em que foi mamar, sugou o veneno. Assim, a cabra sobreviveu, mas o cabrito sofreu uma morte súbita.
Moral: Em certas ocasiões, são os inocentes que acabam sendo castigados.
9. A víbora e a lima
O que essa fábula nos traz como ensinamento é que nem todas as pessoas são iguais. Existem pessoas boas, que estão sempre prontas para nos ajudar, mas existem também aquelas que são incapazes de entender nossas necessidades.
Para aqueles que nos ajudam, devemos, ainda, sempre retribuir sua ajuda.
Uma víbora entrou numa loja de ferragens e, contando com a caridade das ferramentas, pediu que todas lhe dessem algo.
Cada uma contribuiu com alguma coisa, até que chegou a vez da lima. Depois de várias súplicas sem sucesso, a lima respondeu:
— Você acha mesmo que te darei alguma coisa? Logo eu, que estou acostumada a tirar algo de todos?
Moral: Não devemos esperar generosidade daqueles que nunca dão, apenas tomam aquilo que é dos outros.
10. O sapo e o poço
Essa fábula nos remete à ideia de que não podemos agir de maneira precipitada frente a situações que exigem calma e paciência, principalmente quando estamos diante de uma escolha difícil.
Sempre que nos depararmos com alguma situação que exige uma decisão, precisamos sempre estar atentos às consequências e às soluções.
O pântano onde viviam dois sapos secou durante um verão de muito calor. Aí, eles precisaram partir em busca de um novo lugar onde pudessem viver. Após algum tempo, se depararam com um poço fundo que parecia um local convidativo. Um deles disse:
— Está decidido, vamos pular para aqui e fazer a nossa nova casa.
O segundo, pensou um pouco e respondeu:
— Calma, amigo! Se o poço também secar um dia, não vamos ter como sair.
Moral: Analise todos os ângulos antes de tomar uma decisão importante.
11. O cão e a carne
Em muitas ocasiões, nos deixamos levar pela ganância, esquecendo de ouvir nossa razão. Nessa fábula, devido a que o pedaço de carne parecia ser bem maior do que era realmente, fez com que a atenção do cachorro fosse desviada. Ao tentar abocanhar o suposto pedaço maior, ele terminou perdendo o que estava segurando com os dentes.
O que podemos entender dessa fábula é que devemos dar valor a tudo o que temos, em vez de achar que teríamos algo melhor.
O cão estava feliz porque tinha encontrado um bom naco de carne para comer. Quando atravessava um rio, viu o seu reflexo e a carne que estava projetada na água parecia bem maior e tentadora.
Entusiasmado, ele largou o alimentado que segurava entre os dentes, para tentar capturar o outro. Assim, a corrente levou a carne embora e o pobre cachorro ficou sem nada.
Moral: Não se deixe levar pela ganância e valorize aquilo que tem.
12. O leão, o urso e a raposa
Aqui, essa fábula nos ensina uma dura lição sobre a vida: muitas vezes nós nos esforçamos muito por algum objetivo, mas é sempre outra pessoa quem ganha os louros.
Depois de esperar pelo momento certo, a raposa conseguiu roubar a caça do leão e do urso, que se encontravam bastante exaustos. Nas pessoas, esse tipo de atitude é comum, então é necessário que sejamos sempre cautelosos.
Quando encontraram um filhote de veado, um leão e um urso começaram a lutar, para decidir quem iria devorá-lo. Depois de um combate violento, os dois ficaram feridos e caídos no chão, às portas da morte.
Uma raposa que passava viu aquele cenário e se apressou a levar o veado embora, garantindo a sua refeição. Os dois animais, percebendo o que tinha acabado de acontecer, começaram a lamentar-se: “Que infelicidade a nossa! Nos prejudicamos para ajudar a raposa!”.
Moral: Por vezes, podemos nos esforçar muito para realizar algo e ficamos frustrados quando outras pessoas colhem os frutos que nós semeamos.
13. As árvores e o machado
O que essa fábula nos ensina é o valor das amizades e suas consequências. Muitas vezes, estendemos nossas mãos a pessoas que não querem o nosso bem e isso pode contribuir para a nossa própria ruína.
Havia um machado com uma lâmina bastante afiada, mas que não conseguia cortar porque não tinha cabo. Ele resolveu pedir ajuda às árvores da região, suplicando por um pouco de madeira que pudesse resolver o seu problema.
As árvores concordaram e forneceram a madeira para construir o cabo. Logo em seguida, o machado começou a dizimar o arvoredo da região. Duas árvores que sobreviveram, começaram a se lamentar:
— Quem nos mandou ajudar aquele que queria destruir-nos?
Moral: Se auxiliarmos os nossos inimigos, prejudicamos a nós mesmos.
14. O cavalo e o asno
Essa fábula nos ensina sobre o poder da ajuda e da união. Por o cavalo se recusar a ajudar o burro, os dois acabam se dando mal. Infelizmente o burro termina morrendo de exaustão, enquanto o cavalo teve que carregar todo o peso sozinho.
Isso não teria acontecido se o cavalo tivesse ajudado seu companheiro e não o visse como um ser inferior.
Um cavalo e um asno caminhavam pela estrada, com o seu dono. Toda a carga ia em cima do asno, que suplicou ajuda ao outro animal: “Por favor, leva um pouco da minha carga, para eu poder seguir o caminho”. O cavalo ignorou e, logo depois, o burro acabou morrendo de cansaço.
Aí, o dono transferiu todo o peso para as costas do cavalo, incluindo o corpo do animal que morreu. O cavalo, infeliz, pensou: “Não quis carregar um peso tão leve e, por isso, agora tenho que carregar tudo sozinho”.
Moral: Se não quisermos ajudar aqueles que precisam, também não seremos ajudados quando necessitarmos.
15. A lebre e a tartaruga
É impossível não conhecer alguém que não tenha ouvido essa história. A história nos fala sobre como é importante que tenhamos sempre resiliência frente aos problemas da vida e tenhamos cuidado redobrado com o excesso de confiança.
Por ser mais lenta, a tartaruga não desiste e consegue chegar até à meta. Já a lebre termina subestimando sua concorrente, o que a faz perder a corrida por ser bastante arrogante.
A lebre, muito rápida, estava sempre se gabando da sua velocidade e diminuindo a tartaruga, que chamava de lerda. Um dia, a tartaruga ficou cansada dessas humilhações e resolveu desafiar a lebre para uma corrida.
A lebre logo aceitou, rindo da situação. A tartaruga, consciente de que levaria mais tempo, logo começou a caminhar, de forma lenta e persistente. Já a sua rival, como era mais rápida, resolveu tirar um cochilo.
Quando acordou e começou a correr, era tarde demais: a tartaruga já estava atravessando a meta, feliz e orgulhosa do seu esforço.
Moral: Devagar se vai ao longe.
16. O corvo e a raposa
Algumas vezes, as palavras terminam escondendo segundas intenções. A raposa, bastante esperta, apela ao ego do corvo, e ao conseguir atraí-lo, ela consegue roubar o alimento da ave.
A moral da história pode ser entendida para que tenhamos cuidado quando alguém nos faz muitos elogios, pois ela pode estar querendo algo e não tenha dito.
Quando um corvo encontrou um pedaço de carne, resolveu pousar numa árvore para se alimentar. Uma raposa que estava passando, viu a comida e resolveu apoderar-se dela. Começou a elogiar o seu porte e sua beleza, dizendo que o corvo só precisaria ter uma voz imponente para ser o rei dos pássaros.
Vaidoso, o corvo abriu a boca para mostrar o seu canto e deixou a carne cair no chão. Logo em seguida, a raposa devorou o alimento e disse: “Corvo, você tem tudo, só falta inteligência”.
Moral: Cuidado com a simpatia daqueles que são interesseiros.
17. O lobo e a garça
Nessa fábula podemos ver como a falta de honestidade pode nos afetar.
Após correr um risco de vida, o lobo termina fazendo um acordo com a garça, que lhe salvou a vida. O lobo termina prometendo à ave uma recompensa, mas depois que ele está já seguro, o lobo se recusa a cumprir com sua parte.
Um lobo engoliu um osso e ficou engasgado, pedindo a todos que o ajudassem. A garça apareceu e disse que queria uma recompensa se o auxiliasse. O outro aceitou e logo ela enfiou a cabeça na sua goela e retirou o osso. No final, pediu o pagamento que eles tinham acertado.
O lobo, rindo, disse: “Existe recompensa maior do que tirar a cabeça da boca de um lobo sem ser devorada? Esse é o teu pagamento”.
Moral: Não espere gratidão ou reconhecimento daqueles que se julgam superiores aos outros.
18. A galinha dos ovos de ouro
Nessa história podemos entender como funciona a ganância e a ignorância. Quando um casal não valoriza a galinha que tem, eles não conseguem perceber a sorte que tinham.
Por se deixarem levar pela ambição, ambos terminam a história com um final triste.
Havia uma galinha que conseguia pôr ovos de ouro. O seu dono, ganancioso, começou a achar que havia uma pilha de ouro na sua barriga e resolveu matá-la.
Foi aí que descobriu que o animal, por dentro, era igual a todos os outros. Assim, ele perdeu o animal que lhe trazia lucros, na ambição de aumentar rapidamente a sua riqueza.
Moral: A cobiça insaciável pode levar-nos a perder tudo o que temos.
19. O galo e a pérola
Tudo o que nós valorizamos, tem um caráter profundamente subjetivo. O que é de valor para nós, pode não ser para outra pessoa.
Devido a que o galo só se interessa por comer, ele termina ignorando a pérola, o que lhe parece inútil e desinteressante.
Um galo estava ciscando na terra, em busca de alimentos, quando se deparou com uma pérola. Olhou para o objeto por um instante, admirando sua beleza, e depois declarou:
— Você é linda e deve ser preciosa para aqueles que valorizam as joias, mas para mim não tem valor, porque eu quero algo para comer.
Logo depois, o animal largou a pérola e continuou a sua procura, com o objetivo de encontrar algo que pudesse servir de alimento.
Moral: O valor de cada coisa depende daquele que está observando.
20. A raposa e o leão
Em um ato de grande fragilidade, a raposa se recusa a abandonar sua característica natural, que é ser bastante esperta e inteligente.
Um leão finge estar doente, mas a raposa consegue perceber que ele estava mentindo, já que o plano era transformar a raposa em um belo banquete. Ao entender as intenções do leão, a raposa consegue salvar sua vida.
Uma interpretação dessa história sugere que não devemos confiar cegamente em qualquer pessoa.
O Leão resolveu fingir que estava doente e passou a receber visitas dos outros animais da região. Todos entravam no seu covil, mas nenhum saía, porque eram devorados.
A raposa, muito observadora, decidiu ficar parada na entrada do covil e perguntar como ele se sentia. O Leão convidou-a para entrar, mas ela recusou, respondendo:
— Repare nas pegadas: todos os animais entraram para te visitar, mas nenhum consegue sair do seu covil.
Moral: Cuidado com aqueles que são perigosos, mesmo se parecem estar vulneráveis.
21. Os viajantes e o urso
Aqui podemos ver quem são as pessoas que nos rodeiam quando estamos enfrentando uma grande adversidade na vida. Precisamos ter cuidado com amizades que são egoístas.
Após o urso chegar, um dos viajantes passa a salvar somente sua pele, deixando o outro à sua própria sorte.
Dois viajantes estão caminhando quando se depararam com um urso. Um deles ignorou o companheiro e fugiu o mais depressa que pôde, subindo ao topo de uma árvore. O outro, sem saber o que fazer, resolveu deitar no chão e fingir que estava morto.
O urso chegou perto do seu corpo e, após cheirá-lo algumas vezes, acreditou que estava morto e se afastou. O viajante que estava em cima da árvore perguntou se o animal tinha dito alguma coisa.
O que estava no chão respondeu: “Disse para eu ter cuidado com os amigos que deixam os outros para trás quando o perigo se aproxima”.
Moral: É nas horas de aperto que as amizades são colocadas á prova.
22. O vento e o sol
O que podemos aprender com esta fábula é que não devemos obrigar ninguém a acreditar em nós, nem para convencê-los de algo. Somente com carinho e mansidão conseguimos o que queremos de uma maneira menos agressiva e mais simples.
O vento e o sol estavam brigando para decidir qual deles tinha mais força. Quando um viajante passou resolveram fazer uma aposta: aquele que o fizesse tirar o casaco seria o vencedor.
O vento foi o primeiro. Ele começou a soprar com muita força, mas quanto mais atingia o viajante, mas o homem segurava no seu casaco.
Depois chegou a vez do sol, que saiu de trás de uma nuvem e começou a brilhar. O viajante, satisfeito com o seu calor, acabou tirando o casaco que vestia.
Moral: Conquistamos mais com a simpatia do que com a violência.
23. A gata e Afrodite
Nessa fábula, o que podemos entender é que toda mudança deve ser interna e externa. Mesmo tendo a aparência de uma mulher, a gata continua tendo os mesmos instintos de um felino normal, e continua se comportando como tal.
Quando é posta à prova por Afrodite, ela acaba falhando e sendo descoberta.
Uma gata se apaixonou por um homem e pediu ajuda a Afrodite, suplicando que a transformasse numa mulher. A deusa ficou impressionada pelo seu amor e tornou a gata numa bela mulher.
Assim que o homem viu a mulher, se apaixonou imediatamente os dois se casaram. No entanto, Afrodite tinha um último teste: colocou um rato no leito nupcial, para ver se a mulher resistiria.
Assim que viu o bichinho, ela seguiu os seus instintos e passou a caça-lo, porque queria comê-lo. A deusa, percebendo que a gata não tinha mudado, fez com que voltasse à sua forma inicial.
Moral: Não vale a pena mudar de aparência se conservarmos os velhos hábitos.
24. A assembleia dos ratos
Uma das fábulas mais célebres mostra uma cena bastante conhecida: a eterna briga entre gatos e ratos.
Por viverem baixo constante ameaça felina, os ratos passam a se reunir para decidir o que devem fazer para se manterem vivos. Ainda que seja difícil propor soluções, colocar as ideias em prática é bem mais complicado.
Era uma vez uma casa que tinha um gato tão feroz que os ratos estavam aterrorizados. Eles passavam tanto tempo nas suas tocas, para se esconder, que estavam prestes a morrer à míngua.
Aproveitando uma noite em que o felino estava passeando no telhado, eles resolveram se juntar e procurar uma solução para o problema. O plano era simples: atar um guizo no pescoço do gato, para escutarem sempre que ele se aproximasse.
Todos adoraram a ideia, mas havia um grande obstáculo: nenhum deles tinha coragem de se aproximar para colocar o guizo no pescoço do gato. E foi assim que os ratos acabaram desistindo da ideia.
Moral: Falar é mais fácil do que fazer.
25. O touro e as rãs
O que essa fábula nos diz é que a experiência é sempre nossa melhor professora. Ela traz, em sua história, um fato bastante complexo, mas corriqueiro em várias sociedades.
Por mais que existam discussões entre aqueles que são poderosos, somos nós que estamos abaixo deles e todas as consequências, boas ou não, terminarão recaindo sobre os mais fracos.
Dois touros estavam lutando para decidir qual deles era o dono de um pasto. Enquanto isso, no brejo, duas rãs jovens estavam vendo tudo e rindo, até que apareceu uma mais velha e avisou:
— Vocês estão rindo, mas as prejudicadas seremos nós.
Pouco tempo depois, a profecia se cumpriu. O touro que perdeu a briga acabou se mudando para o brejo das rãs, que passaram a viver subjugadas a ele.
Moral: Quando os grandes brigam, quem pagam são os pequenos.
26. O lobo e a cabra
Aqui, o ensinamento nos quer dizer sobre a confiança e que ela não deve ser depositada, de maneira cega, em todos aqueles que cruzam os nossos caminhos.
Devemos manter nossa atenção aos conselhos recebidos, já que muitos “inimigos” podem se fazer de amigos e nos oferecerem conselhos ruins, o que nos pode fazer bastante mal.
Um lobo avistou uma cabra que estava em cima de uma montanha muito íngreme. Como não conseguia alcançá-la, começou a sugerir que ela descesse, pois corria o risco de cair.
Mostrando como o pasto estava apetecível lá em baixo, tentou convencê-la durante muito tempo. Até que a ovelha respondeu: “Se esse pasto fosse tão bom, você não precisaria que eu descesse para poder me devorar”.
Moral: Cuidado com as artimanhas daqueles que querem se aproveitar dos outros.
27. O leão e o javali
Muitas vezes precisamos nos aliar aos nossos inimigos para lutar contra uma força que nos ameaça. Em alguns casos, convém esquecer as pequenas rivalidades.
Por serem inimigos naturais, o leão e o javali começam a brigar para ver quem tomaria a água do poço. Logo, eles avistam vários urubus e acham que é melhor fazer as passes que morrerem, virando comida dos urubus.
Num dia muito quente, um leão e um javali chegaram juntos a um poço. Estavam com muita sede e começaram a discutir para ver quem beberia primeiro.
Nenhum cedia a vez ao outro. Já iam atracar-se para brigar, quando o leão olhou para cima e viu vários urubus voando.
— Olhe lá! — disse o leão. — Aqueles urubus estão com fome e esperam para ver qual de nós dois será derrotado.
— Então, é melhor fazermos as pazes — respondeu o javali. — Prefiro ser seu amigo a ser comida de urubus.
Moral: Diante de um perigo maior, é melhor esquecermos as pequenas rivalidades.