O apresentador Fausto Silva, de 73 anos, foi submetido a uma cirurgia de transplante cardíaco no último domingo (27). Conforme o comunicado médico, a operação foi exitosa e ele continua hospitalizado na UTI de uma instituição privada em São Paulo para“acompanhar a adaptação do órgão”.
Em apenas uma semana após sua inclusão na lista de espera, Faustão obteve um coração compatível com suas condições clínicas. Isso suscitou várias indagações sobre o procedimento de obtenção de transplantes e as razões pelas quais o apresentador passou pela cirurgia em um intervalo tão breve.
No Brasil, o SNT (Sistema Nacional de Transplantes) é responsável pela condução dos transplantes de órgãos, supervisionando as listas de estados e regiões em colaboração com outras instâncias federais de supervisão.
A ordenação da fila de espera é exclusivamente realizada pelo setor público, envolvendo o Ministério da Saúde e secretarias estaduais de Saúde, mesmo quando a cirurgia é financiada de maneira privada e não pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
Conforme a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, os transplantes, em termos gerais, dependem “de fatores como disponibilização do órgão por meio do processo de doação, ordem cronológica, gravidade do caso e disponibilidade ou não de tratamentos alternativos, com prioridade aos casos de urgência, em que há risco de morte”.
Algumas pessoas podem receber prioridade na lista com base em critérios legais. Por exemplo, um paciente que sofre de falência renal e não pode mais realizar diálise (rim), ou até mesmo pessoas com insuficiência hepática aguda grave (fígado).
Ademais, no ano de 2021, o Ministério da Saúde estabeleceu três critérios que estabelecem as prioridades na lista de espera de transplantes. São elas:
- É considerado um paciente com prioridade máxima aquele que necessita de um retransplante agudo. São casos de rejeição a um transplante efetuado num prazo de um mês e que apresenta um quadro grave relacionado ao transplante. A rejeição aguda é um deles;
- Também são considerados prioritários os pacientes com ECMO (oxigenação por membrana extracorpórea) que tem a capacidade de funcionar como um pulmão e um coração artificiais;
- Pacientes internados com choque cardiogênico, que utilizam medicamentos intravenosos para ajudar o coração a bombear o sangue.
Após o agravamento de sua condição médica, Faustão ocupava um lugar nessa lista de prioridades. Ele se enquadrava no terceiro conjunto de pacientes preferenciais, visto que estava submetido a sessões de diálise e tratamentos intravenosos para auxiliar o funcionamento cardíaco.
Os detalhes referentes à deterioração do estado de saúde do apresentador foram divulgados por meio de um boletim médico.
Durante a madrugada de hoje, o Hospital Albert Einstein foi contactado pela Central de Transplantes do Estado de São Paulo e, de acordo com dados fornecidos pela instituição, “foi iniciada a avaliação sobre a compatibilidade do órgão, levando em consideração o tipo sanguíneo B”, coincidente com o do Faustão.
A operação teve duração de duas horas e meia e foi avaliada como bem-sucedida pelos profissionais de saúde. O comunicador permanece hospitalizado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), “para acompanhamento da adaptação do órgão e controle de rejeição”.