Um evento tradicional realizado na Fazenda Santa Margarida, em Campinas, São Paulo, teve uma consequência trágica: três pessoas morreram após contraírem febre maculosa no local.
O evento em questão foi a “Feijoada do Rosa”, e autoridades de saúde suspeitam que pelo menos quatro pessoas tenham sido infectadas pela doença durante o evento.
As vítimas fatais até o momento incluem uma mulher de 28 anos e um casal composto por uma dentista de 36 anos e um empresário de 42 anos. Uma adolescente de 16 anos também permanece internada com suspeita de ter contraído febre maculosa.
Em resposta aos casos, a Prefeitura de Campinas interditou a fazenda. No entanto, esses incidentes têm gerado preocupação e pânico entre muitas pessoas, levantando questionamentos sobre essa doença e as suas causas de infecção.
Conheça a doença
A febre maculosa, também conhecida como febre maculada ou febre do carrapato, é uma doença infecciosa causada pela bactéria Rickettsia rickettsii. Essa doença é transmitida aos seres humanos pela picada de carrapatos infectados, especialmente da espécie Amblyomma cajennense, popularmente conhecidos como carrapato-estrela.
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A bactéria Rickettsia rickettsii é encontrada nos carrapatos, e quando esses parasitas picam um hospedeiro humano, podem transmitir a infecção. A febre maculosa ocorre principalmente em áreas rurais e silvestres, onde os carrapatos estão presentes em maior quantidade, especialmente em regiões com vegetação densa.
Após a picada infectada, a bactéria Rickettsia rickettsii entra na corrente sanguínea e se espalha para os tecidos e órgãos do corpo, causando uma série de sintomas característicos. Os sintomas iniciais podem incluir febre alta, dor de cabeça intensa, calafrios, dores musculares, náuseas e vômitos.
Além desses sintomas iniciais, podem ocorrer manchas avermelhadas na pele, que são chamadas de “máculas” e dão nome à doença. Essas máculas podem se espalhar pelo corpo e, em casos graves, podem evoluir para erupções cutâneas, úlceras, dificuldades respiratórias e problemas nos órgãos internos.
A febre maculosa é uma doença grave e, se não for tratada precocemente, pode levar a complicações graves, como insuficiência renal, insuficiência respiratória, problemas neurológicos e, em alguns casos, pode ser fatal.
Para o diagnóstico da febre maculosa, é importante considerar a história de exposição a carrapatos e a presença de sintomas característicos. O tratamento geralmente envolve o uso de antibióticos, como a doxiciclina, que deve ser administrada precocemente para combater a infecção.
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Prevenir a febre maculosa envolve medidas de proteção contra picadas de carrapatos, como o uso de roupas protetoras, aplicação de repelentes específicos para carrapatos e a realização de inspeções cuidadosas após atividades em áreas de risco. Caso seja identificada uma picada de carrapato, é fundamental removê-lo corretamente e procurar orientação médica para avaliação e acompanhamento adequados.
Como contrair?
A febre maculosa é transmitida através da picada de carrapatos infectados pela bactéria Rickettsia rickettsii. Para contrair a doença, é necessário que o carrapato esteja infectado e permaneça fixado na pele de uma pessoa por pelo menos quatro horas. Vale ressaltar que a febre maculosa não é transmitida de pessoa para pessoa.
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Geralmente, os carrapatos responsáveis pela transmissão da febre maculosa são da espécie Amblyomma cajennense, conhecidos como carrapato-estrela. Esses carrapatos são encontrados em áreas rurais e silvestres, especialmente em regiões com vegetação densa, como matas, capoeiras e pastagens.
Quando uma pessoa adentra esses ambientes, especialmente em atividades ao ar livre, como trilhas, acampamentos ou trabalho no campo, há o risco de ser picada por um carrapato infectado. Portanto, a principal forma de contrair a febre maculosa é através da exposição a carrapatos infectados em áreas de risco.
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É importante adotar medidas preventivas, como utilizar roupas de manga longa, calças compridas e sapatos fechados ao frequentar áreas propícias à presença de carrapatos. Além disso, o uso de repelentes específicos para carrapatos também pode ser recomendado. Caso seja encontrado um carrapato fixado na pele, é importante removê-lo corretamente e buscar orientação médica, especialmente se houver sintomas suspeitos após a picada.
Sintomas comuns
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Os sintomas da febre maculosa podem variar, mas geralmente incluem:
- Febre alta: É um dos principais sintomas da doença, podendo chegar a valores acima de 39°C.
- Dor no corpo: Pode haver dores musculares, nas articulações e também dor de cabeça intensa.
- Mal-estar geral: Sensação de indisposição, fadiga e fraqueza são comuns.
- Falta de apetite: A pessoa afetada pode perder o interesse em comer e apresentar perda de peso.
- Manchas avermelhadas: Surgem manchas na pele que podem se assemelhar a picadas de pulga. Elas costumam aparecer no corpo todo, incluindo mãos e pés.
- Náuseas e vômitos: Podem ocorrer episódios de enjoos e vômitos.
- Dor abdominal: Algumas pessoas podem apresentar dor na região do abdômen.
- Confusão mental: Em casos mais graves, podem ocorrer alterações no estado mental, como confusão e delírios.
É importante ressaltar que esses sintomas podem levar até dez dias para se manifestar após a picada do carrapato infectado. Caso haja suspeita de febre maculosa, é fundamental procurar atendimento médico imediatamente, pois o diagnóstico precoce e o tratamento adequado com antibióticos são essenciais para evitar complicações graves da doença.
Prevenção
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O surto de febre maculosa em Campinas, com as mortes confirmadas, levou muitas pessoas em todo o Brasil a se preocuparem com o risco de contrair a doença. De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado do Paraná, os maiores riscos estão associados às áreas onde a doença é comum, o que deve ser informado por cada prefeitura.
Em caso de identificação de um carrapato preso à pele, é importante removê-lo com muito cuidado usando uma pinça, evitando esmagá-lo (pois o fluido liberado pode causar contaminação) e em seguida limpar bem a área com um antisséptico. O carrapato removido deve ser tratado como se estivesse infectado: a recomendação é mergulhá-lo em álcool e descartá-lo no vaso sanitário.
Para se prevenir da febre maculosa, é importante adotar medidas de proteção contra carrapatos. Aqui estão algumas recomendações para evitar a exposição e as picadas desses parasitas:
- Use roupas protetoras: Ao caminhar, acampar ou realizar atividades ao ar livre em áreas propensas a carrapatos, use roupas de manga longa, calças compridas e sapatos fechados. Tente manter as roupas claras, pois isso facilita a detecção de carrapatos.
- Aplique repelentes de carrapatos: Use repelentes específicos para carrapatos, que contenham ingredientes como DEET (N,N-Dietil-meta-toluamida), permetrina ou icaridina. Siga as instruções do fabricante ao aplicar o repelente na pele e nas roupas.
- Faça inspeções regulares: Após passar por áreas potencialmente infestadas por carrapatos, verifique cuidadosamente o seu corpo em busca de carrapatos. Preste atenção especial em áreas como axilas, virilha, atrás das orelhas e cabelos. Se encontrar um carrapato preso à pele, remova-o corretamente.
- Proteja o ambiente doméstico: Mantenha os quintais limpos, com grama aparada e arbustos afastados das áreas frequentadas. Também é recomendável eliminar possíveis abrigos para carrapatos, como pilhas de madeira ou folhas em decomposição.
- Proteja animais de estimação: Utilize produtos antiparasitários recomendados por veterinários em cães e outros animais de estimação, para prevenir a infestação por carrapatos.
- Informe-se sobre as áreas de risco: Esteja ciente das regiões onde a febre maculosa é mais comum e tome precauções extras ao visitar essas áreas. Consulte os órgãos de saúde locais para obter informações sobre os locais onde foram relatados casos da doença.
É importante lembrar que essas medidas de prevenção são essenciais para evitar as picadas de carrapatos infectados com a bactéria da febre maculosa. Caso você tenha sido picado por um carrapato e apresente sintomas como febre alta, dores de cabeça intensas e manchas avermelhadas na pele, procure atendimento médico imediatamente e informe sobre a possibilidade de exposição a carrapatos. Quanto mais cedo a doença for diagnosticada e tratada, melhores serão as chances de recuperação.
*Nota: As informações e sugestões contidas neste artigo têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e acompanhamentos de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.