Em 1999, a atriz foi condecorada com a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito, reconhecendo seu impressionante trabalho nas artes cênicas brasileiras.
O Brasil possui intenso reconhecimento em múltiplas áreas, e é considerado um dos países mais importantes do mundo em diversos aspectos. Nas artes cênicas, por exemplo, a quantidade de profissionais que se destacam tanto aqui quanto fora do país surpreende. Entre esses artistas, um dos que mais sentimos orgulho ao relembrar a trajetória é a atriz Fernanda Montenegro, que recentemente completou 93 anos.
Entre seus inúmeros trabalhos de destaque, a atriz transitou entre o teatro, o cinema e a televisão com maestria, inspirando as gerações seguintes. Indicada ao Oscar pelo longa-metragem “Central do Brasil”, Fernanda Montenegro coleciona prêmios e papeis de relevância, que mostram não apenas o talento, mas a dedicação que tem pela cultura.
Separamos cinco filmes icônicos da atriz, que mostram sua excelência na atuação e como colabora positivamente com a equipe, enriquecendo todos os trabalhos que executa. Confira abaixo a lista e se delicie com tramas excepcionais e uma capacidade de emocionar e produzir sensações inexplicáveis nos espectadores:
1. O Que É Isso, Companheiro? (1997)
O longa-metragem brasileiro dirigido por Bruno Barreto narra a história verídica do sequestro do embaixador dos Estados Unidos no Brasil, com várias licenças ficcionais que aparecem conforme a história se desenrola. O sequestro de Charles Burke Elbrick, em 1969, por integrantes dos grupos de guerrilha MR-8 e Ação Libertadora Nacional, que se opunham diretamente ao regime ditatorial no país, é inspirado (ainda que minimamente) no livro homônimo de Fernando Gabeira, de 1979.
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Fernanda Montenegro interpreta Dona Margarida/Elba Souto Maior, em uma atuação irreverente e complexa, que narra um momento histórico no país. Após um assalto a banco que não teve o desenrolar desejado, o protagonista decide armar o sequestro para negociar a tratativa de um dos membros da guerrilha que tinha sido capturado.
2. Central do Brasil (1998)
Dirigido por Walter Salles e escrito por João Emanuel Carneiro e Marcos Bernstein, o filme conta a história de Dora, interpretada por Fernanda Montenegro, uma professora aposentada que escreve cartas para pessoas analfabetas da Estação da Central do Brasil. Lá é onde acaba conhecendo Josué (Vinícius de Oliveira), um menino que se torna órfão materno depois que ela morre atropelada por um ônibus.
Para ajudar Josué, Dora parte em busca do pai do garoto, que mora no Nordeste, em um momento onde a população brasileira passa por um período de crise que assola a população pobre. O filme foi muito bem recebido pela crítica mundial, e se tornou uma das poucas produções nacionais a serem indicadas ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
3. O Auto da Compadecida (2000)
Com roteiro de Adriana Falcão, João Falcão e Guel Arraes, com direção do próprio Arraes, “O Auto da Compadecida” é uma comédia dramática que conquistou o coração dos brasileiros, com interpretações dignas de nota. O filme se passa no início da década de 1930, em Taperoá, no interior da Paraíba.
Chicó (Selton Mello) e João Grilo (Matheus Nachtergaele) são homens humildes que trabalham na padaria da cidade, propriedade de Eurico (Diogo Vilela) e Dora (Denise Fraga). Os patrões são conhecidos por tratarem a cachorra de estimação melhor do que os funcionários, dando alimentos de péssima qualidade para eles, enquanto a peluda come comida da melhor qualidade.
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Chicó acaba se apaixonando por Rosinha (Virgínia Cavendish), filha do Major Antônio Morais (Paulo Goulart), e ele arma um plano com o amigo para conseguir a mão da amada. Em uma das armações, ele deveria parecer o homem mais corajoso da cidade, mas o tiro sai pela culatra quando ele acaba enfrentando o Capitão Severino de Aracaju (Marco Nanini), um cangaceiro que acaba matando vários envolvidos na história.
Todos acabam se encontrando no céu para o juízo final, e é nessa ocasião que Fernanda Montenegro brilha em mais uma de suas atuações. Interpretando Nossa Senhora, ela sugere que o filho, Jesus Cristo, envie Severino ao céu, já que não era responsável por seus atos. Ela pede que Eurico, Dora, o padre e o bispo sejam enviados ao purgatório, onde acabam se redimindo dos seus pecados e perdoando aqueles que os tinham ofendido. E que João Grilo volte para a Terra, dando sequência à história.
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4. Casa de Areia (2005)
O drama dirigido por Andrucha Waddington se passa na década de 1910, e conta a história do português Vasco (Ruy Guerra) que leva a esposa gravida e a sogra para uma nova região, onde acredita que podem prosperar financeiramente. O sonho acaba se tornando um complexo pesadelo, quando a família acaba descobrindo que as terras ficam em um lugar inóspito, rodeado apenas de areia e sem nenhuma civilização por perto.
Fernanda Montenegro interpreta Áurea de 1942 a 1969 e Maria em 1969, filha e mãe respectivamente. Em contrapartida, a filha da atriz, Fernanda Torres, também participa do elenco e interpreta Áurea de 1910 a 1919 e Maria, em 1942.
5. A Dama do Estácio (2011)
“A Dama do Estácio” é um média-metragem, que teve Eduardo Ades em sua estreia como diretor, mas que não deixou a desejar. O filme conta a história de Zulmira, interpretada por Fernanda Montenegro, uma velha prostituta que um dia acorda completamente obcecada com a ideia de que está muito perto de morrer. Um de seus principais dramas passa a ser então a busca por um caixão.