No TikTok, o público se dividiu entre as pessoas que amaram a ideia, e aquelas que não viam a hora de poder frequentar um lugar semelhante em suas cidades.
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022, mostra que, embora os dados apresentem uma sensível queda no número de feminicídios no Brasil, outras formas de violência contra meninas e mulheres aumentaram. Entre 2020 e 2021, a cada 100 mil mulheres, houve uma queda de 3,8% no número de homicídios de mulheres, e 1,7% no número de feminicídios, ainda assim 2.695 mulheres morreram por questões de gênero nos últimos dois anos.
Embora os números sigam assustando as mulheres brasileiras, que diariamente leem notícias sobre violência doméstica e feminicídio, alguns pequenos avanços puderam ser notados nos últimos anos. A Lei 14.132 incluiu no Código Penal, em março do ano passado, o crime de perseguição, prevendo um aumento de pena em casos motivados por questões de gênero.
Além disso, a Lei 14.164 modificou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, incluindo conteúdo sobre a prevenção da violência contra a mulher na educação básica. Por fim, a Lei 14.188 definiu o programa de cooperação Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica, alterando o Código Penal para modificar a modalidade da pena de lesão corporal simples cometida contra a mulher por razões de gênero e para criar o tipo penal de violência psicológica contra a mulher.
Essas medidas de enfrentamento existem porque a violência contra a mulher é um fenômeno social, impactando a qualidade de vida de meninas e mulheres no mundo inteiro. Nas redes sociais, muitas compartilham suas experiências, reforçando a importância do apoio de familiares e amigos nesse processo. A usuária Luísa Assaf, de 22 anos, recentemente viralizou no TikTok ao compartilhar uma dica de festa em São Paulo apenas para mulheres, e, de maneira unânime, o público concordou que seria uma experiência “mais segura”.
![Festa só para mulheres faz sucesso nas grandes cidades. “Muita pegação” e “mais segurança”!](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2022/06/Screenshot_77.jpg)
No vídeo, que teve quase 2 milhões de visualizações, a jovem pergunta às internautas se elas já tinham ido a uma festa onde só podia entrar mulher. “Descobrimos essa festa e achamos demais”, relata a jovem, que mostra o evento ao lado das amigas e de outras mulheres desconhecidas. Ela ainda explica que passaram a noite toda “sem se preocupar com gente inconveniente”, e que o local estava repleto de mulheres bonitas.
O registro da jovem chamou a atenção nas redes, e muitas pessoas fizeram questão de opinar sobre o assunto, sendo que majoritariamente concordaram que a ideia era “muito boa”. O evento se chama Fancha, e acontece uma vez ao mês, reunindo mulheres cis e transgênero, independente da orientação sexual e da identificação.
![Festa só para mulheres faz sucesso nas grandes cidades. “Muita pegação” e “mais segurança”!](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2022/06/Screenshot_78.jpg)
Uma das questões levantadas pelo público era se o evento aceitava travestis, mulheres trans, ou indivíduos bigênero. Nos comentários, as próprias clientes fizeram questão de responder que sim, o local estava aberto às demais manifestações de identidade e orientação sexual, o que agradou ainda mais quem não conhecia a proposta.
![Festa só para mulheres faz sucesso nas grandes cidades. “Muita pegação” e “mais segurança”!](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2022/06/Screenshot_79.jpg)
Além de não enfrentar assédio, muitas ainda reforçaram nos comentários que não precisariam se preocupar com a roupa que iriam vestir e nem como iriam se comportar, já que nenhum homem estaria no local. A segurança em relação a roubo e a brigas também foi um tópico mencionado por grande parte das internautas, que não apenas aprovaram a ideia como também pediram que a festa pudesse ser realizada em outras cidades do Brasil.
![Festa só para mulheres faz sucesso nas grandes cidades. “Muita pegação” e “mais segurança”!](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2022/06/Screenshot_80.jpg)
Um pequeno segmento relatou insatisfação, sendo composto em sua maior parte por homens, que afirmaram se sentir injustiçados por não poder entrar na festa. Mas a insatisfação não encontrou apoio, e as mulheres seguiram compartilhando suas experiências, e reforçando que existem grupos no WhatsApp a cada evento, para que mulheres possam se conhecer e ter a chance de frequentar o espaço acompanhadas, se esse for seu desejo.