A busca pela identidade e um lugar no mundo é tema recorrente em filmes que envolvem garotas bonitas, e em “Rip Tide”, disponível na Netflix, essa narrativa é explorada de forma cativante. Cora Hamilton, interpretada por Debby Ryan, é uma jovem modelo de Nova York insatisfeita com a superficialidade da sua vida glamorosa.
A diretora Rhiannon Bannenberg acompanha a jornada de autoconhecimento da protagonista, repleta de desafios e reviravoltas, que prende a atenção do espectador. Eventualmente, Cora decide embarcar em uma jornada ao redor do mundo em busca de sua verdadeira identidade.
O talento de Georgia Harrison, conhecida por sua participação em um reality show britânico, transparece em seu roteiro, que destaca sua autenticidade.
Apesar de ter todos os requisitos para se tornar uma celebridade no mundo fashion, como fortuna e convites para festas exclusivas, Harrison opta por seguir um sonho diferente, porém igualmente desafiador.
Sua determinação fica clara desde as primeiras cenas, quando ela demonstra sua vontade de se destacar da maneira que acredita ser a melhor.
Viver na pós-modernidade é desafiador devido à multiplicidade de questões e problemas que enfrentamos diariamente. A solução para lidar com essas dificuldades reside em explorar os aspectos mais profundos do nosso próprio ser, o que nos permite reconhecer a individualidade e vontades dos outros.
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É fundamental aceitar os outros como são, independentemente de nossos próprios conceitos, e nutrir a esperança de que eles possam mudar para melhor.
Ao mesmo tempo, devemos nos esforçar para não nos tornarmos pessoas amargas, preconceituosas ou intolerantes, o que, embora seja uma tarefa desafiadora, pode trazer grande conforto.
Entender as pessoas ao nosso redor, oferecer palavras de encorajamento, um sorriso genuíno, desarmado, sem medo de ser julgado como louco, e dirigir-lhes um olhar de bondade muitas vezes requer um esforço tão grande que parece uma jornada para outra vida, onde as circunstâncias que consideramos as mais estranhas são, na verdade, as mais comuns.
Cora está prestes a ser o rosto de uma campanha publicitária internacional, porém, não consegue concluir uma única sessão de fotos sem inundar a equipe com sugestões, algumas razoáveis, outras nem tanto.
Chega até a arrancar as mangas bufantes de um vestido, deixando o estilista à beira de um colapso nervoso. Antes tolerada por ser filha da proprietária da agência, agora nem isso tem mais relevância. Em meio a esse cenário, um diálogo entre Cora e Sofia, a antagonista atípica de Danielle Carter, redefine o rumo da situação.
O desfecho do primeiro ato marca a jornada de Cora até a Austrália, onde busca encontrar sua tia materna, Margot, com quem não tem contato desde a infância. Bannenberg explora as complexas nuances dessa separação, oferecendo a Margot, interpretada por Genevieve Hegney, o espaço necessário para desenvolver o novo relacionamento familiar. Com um desfecho feliz, “Rip Tide” é tanto um drama familiar ensolarado quanto sombrio, refletindo as dinâmicas comuns entre pessoas que se amam.
- Filme: Rip Tide
- Direção: Rhiannon Bannenberg
- Ano: 2017
- Gêneros: Drama
- Nota: 8/10