Conhecida como “edição de retenção”, a técnica de edição de vídeos tem sido uma tendência dominante nas redes sociais, popularizada por criadores como MrBeast.
Nos últimos anos, uma forma específica de edição de vídeo chamada “edição de retenção” tem sido a receita do sucesso nas redes sociais. Caracterizada por cortes rápidos, efeitos sonoros intensos, flashes de luz e uma ausência de pausas, essa técnica tem ganhado cada vez mais adeptos no TikTok, Instagram e YouTube.
Um exemplo deste estilo pode ser visto abaixo:
No entanto, indícios sugerem que a popularidade da edição de retenção pode estar em declínio, de acordo com o The Washington Post. Jimmy Donaldson, mais conhecido como MrBeast, um dos pioneiros desse estilo altamente envolvente, recentemente incentivou outros YouTubers a deixarem de lado o conteúdo ultrarrápido e hiperestimulante.
Ele destacou que, ao longo do último ano, reduziu a velocidade de seus vídeos, concentrou-se mais na narrativa e permitiu momentos de calma, o que resultou em um aumento nas visualizações.
Outros criadores, como o YouTuber Sam Sulek, também estão ganhando milhões de seguidores postando vídeos com pouca ou nenhuma edição, sugerindo uma possível saturação por parte dos usuários em relação ao estilo dominante atual.
Essa mudança pode ter implicações significativas para a indústria de criadores de conteúdo, especialmente no que diz respeito ao uso de recursos de edição mais sutis.
Vício causado pela edição de retenção nos vídeos
Embora a edição de retenção seja eficaz para atrair a atenção dos espectadores, especialmente os da Geração Z, habituados à rápida sucessão de vídeos no TikTok, seu processo é trabalhoso.
Dara Pesheva, uma editora de vídeo freelancer, destaca a necessidade de gráficos piscantes, legendas e efeitos sonoros em praticamente cada transição.
Ferramentas de edição de vídeo, como o CapCut da ByteDance, tornaram a criação desses vídeos mais acessível, porém também padronizaram o estilo, levando muitos a recorrerem aos mesmos efeitos pré-definidos.
David McNamee, chefe de marca em uma agência digital em Los Angeles, afirma que o estilo é projetado para ser viciante, semelhante a uma máquina caça-níqueis, mantendo o espectador entretido independentemente do conteúdo.
No entanto, Connor Bibow, um videógrafo freelancer, compara a edição de retenção aos desenhos animados infantis, com muitos barulhos e cores brilhantes.
Impactos do uso excessivo de redes sociais
Além das mudanças na edição de vídeos, o uso excessivo das redes sociais tem despertado preocupações sobre seus impactos sociais e psicológicos.
A busca incessante por likes, compartilhamentos e comentários pode levar a uma dependência digital, onde a validação online se torna essencial para a autoestima. Esse fenômeno é especialmente prevalente entre os jovens, que muitas vezes se veem comparando suas vidas com as representações idealizadas dos outros nas redes sociais.
Estudos mostram que o uso excessivo de redes sociais está associado a problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão e baixa autoestima. A constante exposição a imagens editadas e estilos de vida aparentemente perfeitos pode levar a sentimentos de inadequação e insatisfação com a própria vida.
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Além disso, a natureza viciante das redes sociais pode levar a padrões de sono prejudicados, procrastinação e até mesmo problemas de relacionamento. O constante bombardeio de informações e estímulos pode dificultar a capacidade de concentração e foco em atividades offline.
Em resposta a essas preocupações, algumas plataformas têm implementado medidas para promover um uso mais saudável. Recursos como limites de tempo de uso, lembretes de pausas e ferramentas de controle parental visam ajudar os usuários a gerenciar seu tempo nas redes sociais de forma mais equilibrada.
No entanto, a responsabilidade também recai sobre os próprios usuários. Praticar o autocuidado digital, estabelecer limites de tempo de tela e buscar atividades offline podem ajudar a reduzir os efeitos negativos do uso excessivo das redes sociais.
É importante desenvolver uma consciência crítica em relação ao conteúdo consumido nas redes sociais. Questionar a autenticidade das imagens e histórias compartilhadas e lembrar-se de que as redes sociais muitas vezes apresentam apenas uma versão filtrada da realidade pode ajudar a mitigar os sentimentos de comparação e inadequação.
Em última análise, encontrar um equilíbrio saudável entre o uso das redes sociais e a vida offline é essencial para o bem-estar mental e emocional. Ao reconhecer os sinais de dependência digital e adotar estratégias para promover um uso mais consciente, os indivíduos podem cultivar relacionamentos mais autênticos, melhorar sua saúde mental e redescobrir a conexão com o mundo ao seu redor.
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