O delegado da Polícia Federal Wallace Fernando Noble Santos Soares, que estava envolvido em um esquema de cobrança de propina para proteger empresários no Rio de Janeiro, foi demitido pelo ministro da Justiça, Flávio Dino.
O que aconteceu
O delegado foi demitido por fazer uso “abusivo” de sua posição como funcionário policial, conforme estabelecido em uma portaria assinada pelo ministro. O texto referente à demissão foi publicado no Diário Oficial da União hoje.
De acordo com as informações do Ministério Público Federal, os delegados estariam recebendo mesadas no valor de R$ 5 mil para favorecer empresários envolvidos no esquema. Além disso, Soares teria recebido a quantia de R$ 480 mil para influenciar o arquivamento de um inquérito.
A procuradoria alega que o esquema denunciado teve seu início nas investigações das Operações Titanium (que abordou fraudes relacionadas à Gerência de Saúde dos Correios) e Viupostalis (que investigou fraudes envolvendo o Postalis).
R$ 480 mil em propina
O primeiro crime relatado na denúncia diz respeito a uma propina no valor de R$ 480 mil paga pelos sócios das empresas Especifarma Comércio de Medicamentos e Produtos Hospitalares e Merriamfarma Comércio de Produtos Farmacêuticos Ltda ao delegado Soares. Essa propina tinha o propósito de garantir que ele agisse para encerrar as investigações em um inquérito em andamento na delegacia da Polícia Federal de Volta Redonda.
De acordo com a Procuradoria, o delegado “efetivamente praticou e omitiu atos de ofício com infração de deveres funcionais”. Soares foi acusado de “colher depoimentos e realizar diligências de maneira direcionada exclusivamente para atender aos interesses dos empresários e facilitar o arquivamento do inquérito policial”.