O ator Kadu Moliterno virou notícia recentemente após entrar com uma uma ação na Justiça do Trabalho contra a Globo.
Longe da televisão desde 2019, após atuar na novela Topíssima, da Record, o veterano está em busca do reconhecimento de vínculo empregatício com a Globo no período em que era contratado como PJ (Pessoa Jurídica), sem carteira assinada.
A ação está correndo desde o último dia 22, e segundo informações do Notícias da TV, no primeiro despacho, a Justiça determinou que a Globo seja notificada e que seja marcada uma audiência de conciliação.
A data para essa audiência não teve data divulgada, e tanto Kadu quanto a Globo se manifestaram publicamente sobre a ação.
O que se sabe, no entanto, é que Kadu não tem um grande interesse financeiro na questão. Em ações de natureza similar, é tradicional que peça uma grande quantia em dinheiro. Mas no caso de Kadu, o valor da causa é de R$ 1.000 inicialmente, um valor que seria usado para cobrir despesas fiscais.
No entanto, segundo o Notícias da TV, isso pode fazer parte da estratégia da defesa do ator. O portal de notícias entrevistou o advogado trabalhista Fernando Dutra Ferreira que explicou melhor a situação.
Fernando disse que o único pedido de Kadu é o registro em carteira do local de trabalho onde prestou serviços como pessoa jurídica. Embora não exista prescrição nessa situação, Kadu não tem muitos direitos.
O que pode acontecer é a Globo ser condenada e ter que pagar verbas de rescisões na anotação da carteira, o que não é previsto judicialmente. Nesse caso, a conta é feita pela empresa.
No entanto, Kadu não pode solicitar o recebimento de horas extras ou mesmo pedir danos morais, segundo o advogado.
“O período para isso já prescreveu. Agora, o trabalhador tem prazo máximo de dois anos para entrar com ação com esses pedidos e só pode pedir indenização no prazo de cinco anos. Casos anteriores podem ser usados apenas para contextualizar o processo”, explicou.
O fim da parceria entre Kadu Moliterno e a Globo
Kadu Moliterno apareceu na Globo pela última vez em 2015, quando fez uma participação em Alto Astral durante três meses. O último trabalho completo do ator foi durante a temporada de 2011 de Malhação (1995-2020).
No entanto, o ator é reconhecido pelos trabalhos que realizou na emissora do plim-plim. Kaud é lembrado pelo público por viver Juba na série Armação Ilimitada (1985-1988) e também pelo remake de Anjo Mau (1997).
Entre 2016 e 2019, o ator fez trabalhos na Record. A Terra Prometida (2016), Belaventura (2017) e Topíssima (2019) foram alguns deles. Mas após essa última, ele perdeu seu contrato fixo com a emissora.
Desde então, Kadu Moliterno tem pedido por outras oportunidades de retornar à novela durante entrevistas.
Ele inclusive chegou a tentar negociar uma volta à Globo para o remake de Pantanal (2022), e segundo o Notícias da TV, chegou a ligar para Bruno Luperi e para a equipe de produção da trama, mas não conseguiu uma oportunidade.
“Pantanal tinha personagem para mim. Há muito tempo, quando soube que ia rolar, andei ligando para o autor e o diretor para me colocar à disposição. Sinto que eles pegaram o pessoal que já está lá dentro”, contou o ator em entrevista ao UOL.
Além de Kadu Moliterno, Carolina Ferraz e Maitê Proença entraram com ações de reconhecimento de direitos trabalhistas quando foram desligadas da Globo.
Além disso, o autor Euclydes Marinho, que escreveu novelas e séries durante quatro décadas para a Globo, também acionou a Justiça contra a emissora.