O guitarrista dos Beatles, George Harrison, foi descrito como “terrivelmente infeliz” depois de ter trabalhado com Paul McCartney.
Os últimos meses que antecederam o fim da banda inglesa Beatles, em 1970, não foram os melhores para os quatro integrantes de Liverpool. Durante meses Paul McCartney, John Lennon, George Harrison e Ringo Starr estiveram em constantes brigas e discussões. Tal situação afetou em cheio a Harrison, quem recentemente teve uma de suas tantas entrevistas veiculadas após seu falecimento em 2001.
O grande sucesso obtido pela banda fez com que o ego dos quatro integrantes entrassem em conflito direto por várias questões, tanto a nível profissional, quanto no campo pessoal. Eventualmente, tantas divergências levaram ao fim da banda e George Harrison acabou revelando os problemas que teve com Paul McCartney.
Harrison, segundo o site The Mirror, era constantemente ignorado por Paul e John Lennon quando o assunto era decisivo para o futuro da banda. A desavenças se fizeram presente nas músicas da banda. Em Revolver, apenas três de suas músicas foram incluídas no álbum de 14 faixas. Já em Abbey Road, Harrison recebeu apenas duas faixas e em outras três, ele participou na qualidade de colaborador de McCartney e Lennon.
A parceria entre McCartney e Lennon foi tamanha, que ambos músicos e compositores assinaram um acordo legal para proteger seus direitos autorais de suas músicas, evitando qualquer tipo de problema futuro com a divulgação de suas criações. Harrison também compôs músicas notáveis durante a era Beatle: músicas como Something, Here Comes The Sun e While My Guitar Gently Weeps foram escritas pelo guitarrista.
Apesar de ter esses sucessos incontestáveis e que ainda são aclamados pelos fãs mais fervorosos, McCartney foi capaz de deixar uma ferida aberta por anos em Harrison, da qual ele nunca conseguiu se livrar.
Em entrevista, Harrison confessou com todas as letras que ele “não tinha confiança em mim mesmo como guitarrista, mesmo tendo passado anos com Paul McCartney. Ele me arruinou como guitarrista”, disse Harrison em sua participação em 1970 no programa Rock Around the World, apresentado pelo DJ Alan Freeman.
Segundo a UOL, Harrison não era o único a se sentir daquela maneira. Ringo Starr também teria se sentido incomodado e “ofuscado” por Paul McCartney, já que os Beatles tinham a cara de John Lennon e Paul McCartney. “Eu sempre fui um observador dos Beatles, mesmo estando com eles. Enquanto eu acho que John e Paul eram as estrelas dos Beatles”, disse ainda na entrevista a Alan Freeman.
Harrison também confessou que em um momento de raiva, ele teria dito a Paul que ele tocaria o que Paul quisesse que o guitarrista tocasse e que não se importava mais com o que lhe fosse dito. “Se é isso que vai te fazer feliz, então eu vou fazer!”, disse à época durante uma das inúmeras discussões que tiveram.
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Amigo de longa data e confidente de George Harrison, Bob Dylan também comentou publicamente sobre as divergências nos bastidores que os quatro integrantes de Liverpool mantinham durante a formação da banda.
Para Bob Dylan, de 81 anos, autor de outros sucessos como Like A Rolling Stone, se Harrison estivesse em outra banda ou se ele formasse uma banda do zero e estivesse escrevendo as próprias músicas, “provavelmente seria tão grande quanto qualquer um”, afirmou.
Patty Boyd, que foi casada com Harrison de 1966 a 1977, também comentou sobre a “rixa” entre os astros. Patty, hoje com 78 anos disse que estar nos Beatles fez Harrison ser um sujeito infeliz. Ela se lembrou e relatou sobre como ele costumava voltar para casa, muitas vezes furioso após as sessões de gravação e para a ex-esposa de Harrison, Paul era o culpado pelos ataques de raiva do guitarrista. “Eram constantes as discussões [entre eles]. Eles eram cruéis um com o outro. Ele voltava para casa das gravações e sempre estava cheio de raiva. Era bem ruim vê-lo daquela maneira”, revelou Patty Boyd.
O site The Mirror procurou a assessoria de Paul McCartney, mas até o momento eles não quiseram se pronunciar a respeito.
Fim da linha
Os Beatles encerraram o grupo em 1970, após Paul McCartney entrar com uma ação pedindo a dissolução da parceria contratual dos Beatles em 31 de dezembro de 1970. As disputas legais se arrastaram por anos e a dissolução só foi realmente formalizada em 29 de dezembro de 1974, quando Lennon assinou os papeis encerrando a parceria.