A emissora era conhecida por suas produções mais “ousadas”, em uma época onde não existia classificação indicativa e a nudez não era vetada na televisão.
Ao longo das décadas, a televisão experimentou uma mudança radical no estilo de programação, principalmente quando consideramos os programas abertos ao público.
Se na década de 1990 era extremamente comum colocar a família inteira no sofá para assistir aos programas de auditório que frequentemente mostravam mulheres seminuas (ou completamente nuas) e piadas sexistas, hoje a história é outra.
Criado em 1990, o Sistema de Classificação Indicativa Brasileiro (Classind) serve como informação ao público sobre a faixa-etária indicada para cada produção audiovisual, baseada no nível de maturidade, auxiliando principalmente os pais na hora de autorizar o tipo de conteúdo midiático que os filhos podem consumir. Na época em que a novela foi veiculada na televisão brasileira, a Classificação Indicativa da forma como é atualmente não era comum, e cenas de violência, sexo e nudez eram comuns em diversos programas.
Essa tem sido uma reclamação de um segmento do público do remake de “Pantanal”, que tem sentido falta das cenas de nudez, que eram marca registrada da primeira versão da Rede Manchete. Na época, grande parte das cenas que envolviam banhos de rio eram feitas com os atores e atrizes sem roupa, o que colocava a novela no topo de audiência, superando inclusive a Rede Globo, um feito inédito até então.
Qualquer grande produção, que tem como base uma de grande sucesso, inevitavelmente corre o risco de ser colocada em comparação o tempo inteiro. Nem sempre o público irá ser conquistado pela nova versão, isso porque, em inúmeros casos, a novidade pode mexer com a nostalgia e a sensação de segurança que muitos desejam sentir.
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![Globo dispensa nudez em Pantanal e ignora uma das principais marcas da novela original](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2022/05/2-Remake-de-Pantanal-abre-mao-de-cenas-de-nudez-considerada-principal-marca-da-Rede-Manchete.jpg)
Na primeira versão de “Pantanal”, Juma, interpretada por Cristiana Oliveira, vai para o Rio de Janeiro com Jove, Marcos Winter. A personagem anda de avião pela primeira vez, o que foi reproduzido na nova versão, e nada nua na piscina da casa da família do namorado. A tecnologia da década de 1990 era completamente diferente, além disso, muitas frases homofóbicas eram ditas com frequência, o que precisou ser adaptado.
Primeira versão
Ao chegar no Rio de Janeiro, Jove precisa enfrentar o preconceito da família, dos amigos e conhecidos da cidade. Madeleine, interpretada por Itala Nandi, mãe do personagem, não aceita o comportamento de Juma, e chega a dizer que a jovem tinha “cheiro de bosta”, assim como falava do ex-marido.
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Juma acaba nadando na piscina da família completamente nua, e Jove a imita, deixando a família e os funcionários da casa completamente estarrecidos. Em choque, todos defendem que o comportamento da “índia”, forma como a chamam, não é aceito na cidade grande, o que causa desconforto da personagem em continuar no Rio de Janeiro com o namorado.
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Versão atual
Além das cenas de nudez, muitos diálogos eram marcados pelo preconceito, racismo e homofobia, o que precisa ser adaptado na nova versão. A Rede Globo tem dispensado grande parte das cenas em que os atores aparecem nus, e têm colocando os personagens inclusive para se banhar no rio com roupas, o que pode acabar excluindo a cena em que Juma choca os familiares de Jove no Rio de Janeiro.
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Na nova versão, Juma é interpretada pela atriz Alanis Guillen, e Jove por Jesuíta Barbosa, e muitos fãs acreditam que, ainda que tenham sintonia e química, os personagens têm sido mostrados em uma versão mais pudica do que a exibida há 32 anos. Mesmo assim, alguns defensores apontam que as cenas de sexo mais quentes e a nudez em nada colaboram para a qualidade da trama, o que não comprometeria a trama.