A Globo está adotando uma nova política salarial, propondo salários mais baixos para atores que irão protagonizar suas novelas e séries. Essa mudança acontece em meio à diminuição dos contratos fixos nos bastidores, o que tem causado preocupação entre os artistas do primeiro escalão que não tiveram seus vínculos renovados e foram chamados para integrar as novas produções de dramaturgia do Grupo Globo.
Conforme informações obtidas pelo NaTelinha, anteriormente, os salários dos atores mais prestigiados alcançavam valores entre R$ 150 mil e R$ 200 mil. Contudo, a situação mudou atualmente. Atores renomados estão sendo convidados para participar de produções e recebem propostas de contratos por obra variando entre R$ 20 mil e R$ 30 mil.
A proposta de um salário reduzido tem causado apreensão entre artistas reconhecidos pelo público, e alguns, com melhores condições financeiras, têm recusado participar das novas produções. O streaming está se tornando uma prioridade para vários nomes. Diante dessa situação, a Globo está enfrentando desafios para fechar o elenco de suas produções.
As novelas Elas Por Elas e Renascer, que ocuparão os horários das seis e nove, enfrentaram dificuldades para fechar seus elencos. Como solução, optaram por apostar em talentos do teatro.
Em novas novelas, Globo tem elenco mais barato
Na primeira versão de Elas Por Elas, produzida em 1982, contava com um elenco de atrizes renomadas, incluindo Eva Wilma, Aracy Balabanian, Ester Góes, Sandra Bréa, Mila Moreira, Joana Fomm e Maria Helena Dias. Esses nomes eram muito prestigiados na época e faziam parte do primeiro escalão da televisão.
No remake da novela escrita por Cassiano Gabus Mendes, que estreará no lugar de Amor Perfeito, foram mantidas as seguintes atrizes para os mesmos personagens: Deborah Secco, Karine Telles, Thalita Carauta, Késia Estácio, Isabel Teixeira e Maria Clara Spinelli. Monica Iozzi estava no elenco, mas precisou deixar o folhetim por questões de saúde. Com isso, Deborah Secco assumiu o papel de destaque em Elas por Elas.
Essa nova política salarial da emissora ocorre em meio a várias transformações no modelo de negócio do Grupo Globo desde a implementação do Programa Uma Só Globo, em 2018, que unificou as empresas TV Globo, Globosat, DGCorp (Diretoria de Gestão Corporativa), Globo.com e Som Livre – esta última foi vendida no ano passado. O objetivo foi reduzir os custos operacionais do grupo.