A Ritalina é um medicamento que tem como princípio ativo o cloridrato de metilfenidato, que atua como estimulante do sistema nervoso central e é indicado, principalmente, no tratamento do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade em crianças e adultos, como também no tratamento da narcolepsia.
Por ser da família das anfetaminas, já que estimula as atividades mentais, tornou-se popular – de maneira errônea – entre adultos que necessitam estudar e permanecer acordados por mais tempo, mas esse tipo de uso não é aconselhado pela medicina, já que pode incorrer em vários efeitos colaterais indesejados e perigosos, além da dependência química.
Seu principal efeito é potencializar a ação de neurotransmissores, como a noradrenalina e dopamina, o que reduziria o déficit de atenção. Esse medicamento só pode ser comprado em farmácias com receita médica especial, mas pode ser encontrado também nas farmácias do Sistema Único de Saúde, de maneira gratuita.
Em sua composição, a Ritalina tem o Cloridrato de Metilfenidato, que é uma substância que atua diretamente como estimulante no sistema nervoso central.
O metilfenidato é um medicamento controlado que funciona como um estimulante do cérebro. É usado no tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) em adultos e crianças com mais de seis anos. O TDAH é um transtorno que causa desatenção, hiperatividade e impulsividade persistentes, em diferentes ambientes, como em casa, na escola ou no trabalho, e pode prejudicar o desenvolvimento e a função social, acadêmica ou profissional.
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Indicações para uso da Ritalina
De acordo com a EBC: Quando indicado corretamente, o metilfenidato, conhecido pelo nome comercial de Ritalina, ajuda a melhorar a concentração e o poder de memorização, a curto prazo. A médio prazo, facilita as funções executivas, como poder de abstração, noção espaço-temporal, capacidade de planejamento, organização e iniciativa.
Segundo Carlos Aucélio Nogueira, neuropediatra e professor da Universidade de Brasília, em um contexto de longo prazo, o medicamento atua na plasticidade cerebral, que se refere à capacidade do cérebro de adaptar seu funcionamento.
No caso de indivíduos que enfrentam o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), o medicamento desempenha um papel ao estimular neurotransmissores que apresentam deficiência ou são produzidos em quantidades reduzidas, como a dopamina e a noradrenalina. Os sintomas clássicos desse transtorno incluem irritabilidade, dificuldade de concentração, agitação e impulsividade.
Segundo a Revista da Unicamp, esse medicamento terminou desaparecendo em 2013, mas voltou no ano seguinte. Por trazer dependência química, pois sua ação é a mesma que o mecanismo da cocaína, sua prescrição tem sido considerada indiscriminada. O Brasil só perderia para os Estados Unidos no tangente ao consumo da droga.
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“A Ritalina aumenta a concentração de dopaminas [neurotransmissor associado ao prazer] nas sinapses, mas não em níveis fisiológicos. É certo que os prazeres da vida elevam também a dopamina, porém durante um pequeno período de tempo. O Metilfenidato aumenta muito mais”, explica a pediatra Maria Aparecida Affonso Moysés, professora titular do Departamento de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp.
Como tomar a Ritalina corretamente
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Para obter os melhores resultados com a Ritalina, é importante seguir as orientações médicas e tomar o medicamento conforme prescrito. Geralmente, a dosagem inicial é baixa e pode ser ajustada gradualmente até atingir a dose terapêutica ideal para cada indivíduo.
Importante saber que há duas formas desse medicamento. Em primeiro lugar, há a opção de comprimidos de ação rápida, que é a Ritalina 10mg. Ou então as formulações LA – Longo Alcance, nas dosagens de 20mg e 40mg. Atenção! A dosagem exata para cada pessoa somente pode ser estabelecida pelo médico, que é o único profissional que pode prescrever medicamentos.
De um modo geral, crianças iniciam com a menor dosagem, que pode até mesmo ser fracionada e lentamente aumentada. Eventualmente, chegam a tomar dois comprimidos por dia, um pela manhã e outro no almoço. Crianças maiores podem ser orientadas a tomar a LA, pela comodidade de apenas um comprimido por dia. Porém, há a dificuldade em engolir, devido ao tamanho.
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Com adultos, há médicos que iniciam 10mg fracionada ou diretamente com a LA (de Longo Alcance) na dosagem mais baixa, de 20mg. Afinal, o cuidado é sempre minimizar os efeitos colaterais, mais prováveis e intensos na fase de adaptação ao remédio.
Quanto tempo dura o efeito?
A duração do efeito da Ritalina varia de acordo com o tipo de formulação. O comprimido de 10mg tem uma duração de aproximadamente 2 horas e meia a 4 horas no máximo. Em média, as pessoas relatam que o efeito dura cerca de 3 horas. Já a versão de liberação prolongada (LA) tem uma duração de 5 a 8 horas.
Dosagem máxima
A dosagem máxima recomendada é de 60mg por dia para crianças e 80mg por dia para adultos, de acordo com a bula. É importante não exceder essas dosagens, pois doses maiores podem causar efeitos colaterais graves. Portanto, é fundamental seguir rigorosamente a prescrição médica. Além disso, tenha muito cuidado para manter os comprimidos fora do alcance das crianças.
Como comprar a Ritalina
Para adquirir a Ritalina, é necessário apresentar uma receita médica AMARELA, que é uma receita de retenção obrigatória. No Sistema Único de Saúde (SUS), o medicamento pode ser obtido gratuitamente. Nas farmácias particulares, o preço varia dependendo da dosagem. As formulações de liberação prolongada (LA) geralmente são mais caras.
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Possíveis efeitos colaterais e precauções
A pediatra e professora de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, Maria Aparecida Affonso Moysés comenta que as reações adversas são inúmeras e elas tendem a ficar no sistema nervoso central.
Ela ainda explica que devido a essa dinâmica, é necessário ponderar, principalmente o uso em crianças, se realmente vale a pena.
“A lista de sintomas é enorme. Se a criança já desenvolveu dependência química, ela pode enfrentar a crise de abstinência. Também pode apresentar surtos de insônia, piora na atenção e cognição, surtos psicóticos, alucinações e correm o risco até de cometer suicídio”.
Os dados apresentados pela professora constam também registrados no Food and Drug Administration (FDA), o equivalente à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Os efeitos colaterais seriam resultado da toxicidade do organismo, o que não é um efeito terapêutico esperado. Entre os efeitos colaterais também constam como mais comuns:
- Nasofaringite,
- Diminuição do apetite,
- Desconforto abdominal,
- Náusea,
- Azia,
- Nervosismo,
- Insônia,
- Desmaios,
- Dor de cabeça,
- Sonolência,
- Tontura,
- Alterações nos batimentos cardíacos,
- Febre,
- Reações alérgicas,
- Diminuição do apetite, que pode resultar em perda de peso ou atraso de crescimento em crianças.
Nervosismo, insônia e perda de apetite
A sensação de nervosismo e ansiedade pode ser experimentada, sendo mais intensa em pessoas com traços de ansiedade. Um dos maiores riscos associados a qualquer medicamento psicoestimulante, como a Ritalina, é desencadear uma crise de ansiedade ou pânico.
Também é possível ocorrer surto psicótico, especialmente em pessoas com tendência a transtorno de humor bipolar não diagnosticado, devido à maior ativação do sistema dopaminérgico.
Impacto no crescimento
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Crianças que têm pouco apetite, altura inferior ao esperado para a idade, problemas de crescimento ou desequilíbrios hormonais, especialmente meninos, podem ter seu crescimento ainda mais afetado pela Ritalina.
Nesses casos, é importante monitorar cuidadosamente a curva de crescimento da criança, com a participação dos pais, endocrinologistas ou pediatras, além do médico que prescreveu a Ritalina.
Interações perigosas
É estritamente proibido combinar psicoestimulantes com álcool, pois essa combinação é extremamente perigosa. A administração simultânea de psicoestimulantes e álcool potencializa todos os efeitos de ativação dopaminérgica. A pessoa pode apresentar sinais de consumo de drogas mais potentes, como pupila dilatada, euforia excessiva, comportamento expansivo e energético muito além do que é habitual em situações normais.
A euforia resultante pode levar a comportamentos de risco, desde dirigir sob a influência de álcool até envolvimento em atividades sexuais sem proteção ou perigosas. É importante ressaltar o efeito de hiperativação sexual, que ocorre em pelo menos parte dos usuários.
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A sensação de bem-estar é amplificada, ultrapassando o uso terapêutico. Quando combinado com álcool, o uso de psicoestimulantes configura claramente abuso de substâncias químicas.
Maiores precauções se aplicam à combinação de álcool com energéticos, além dos psicoestimulantes. Essa combinação é infelizmente bastante comum, especialmente entre os jovens, como a mistura de Red Bull com vodka. O álcool tem um efeito desinibidor, suspendendo a autocrítica e as barreiras, enquanto os energéticos e psicoestimulantes atuam como aceleradores.
Sociabilidade, sexualidade e hiperfoco
Todos os psicoestimulantes têm potencial para interferir na sexualidade. Em alguns casos, pode afetar a ereção masculina. Além disso, com frequência, pode levar a uma hiperativação da sexualidade, resultando em excessos, compulsões, práticas sexuais bizarras (sadomasoquismo, sexo extremo) ou envolvimento em situações de risco.
Os psicoestimulantes podem potencializar qualquer histórico de compulsões devido à indução de hiperfoco. Aumento do tempo gasto jogando, usando o celular, compulsões de compra ou sexo, bem como quaisquer outras alterações comportamentais, devem ser observados com cautela.
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Outro efeito às vezes relatado é a piora da sociabilidade, com maior irritabilidade, especialmente quando a pessoa é interrompida. Devido ao efeito do hiperfoco, a pessoa se concentra intensamente na atividade em que está envolvida, resultando no chamado “visão de túnel”. Isso faz com que outras coisas e até mesmo as pessoas ao redor sejam negligenciadas. Alguém que antes era constantemente ativo e sempre puxava conversa com quem estivesse por perto pode se tornar totalmente absorvido em si mesmo e na atividade em questão, inclusive reagindo de forma agressiva quando interrompido.
O hiperfoco é um estado que gera prazer e motivação intrínseca para continuar a atividade, o que pode levar ao aumento da irritabilidade. Isso também deve ser observado, especialmente se acompanhado por outros sintomas comportamentais estranhos.
É importante que os efeitos colaterais sejam leves e desapareçam rapidamente. Caso contrário, se persistirem com intensidade elevada ou houver percepção de qualquer risco (como aumento de compulsões), maior agressividade ou qualquer outro comportamento estranho, é necessário entrar em contato imediatamente com o médico.
Dependência
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É importante estar ciente de que a Ritalina, assim como outros estimulantes psicoativos, pode levar à dependência física e psicológica. Por esse motivo, é fundamental usar o medicamento somente com acompanhamento médico e seguir as dosagens prescritas.
É provável que você tenha lido ou ainda vá ler informações sobre dependência e tolerância relacionadas à Ritalina. É válido destacar que, diferentemente de drogas como heroína, morfina, álcool e cocaína, não há uma síndrome de abstinência severa ao interromper o uso abruptamente. No entanto, pode existir uma dependência em relação ao bem-estar e à euforia proporcionada pelo medicamento, que desaparece quando o efeito passa.
O risco de dependência está presente quando há o desejo de tomar novamente para se sentir bem. Portanto, é essencial estar ciente desse risco e utilizar a Ritalina de acordo com a orientação médica.
Situações em que evitar o uso da Ritalina
Embora a Ritalina seja eficaz no tratamento do TDAH, há algumas situações em que o uso desse medicamento deve ser evitado. Mulheres grávidas ou em período de amamentação devem buscar orientação médica antes de iniciar o tratamento.
A Ritalina não deve ser utilizada por pessoas com problemas cardíacos graves, como hipertensão severa, angina e outras doenças cardíacas. É importante seguir as orientações médicas e estar ciente dessas precauções para garantir a segurança durante o tratamento.
No caso de indivíduos que sofrem de ansiedade, é necessário utilizar a Ritalina com extrema cautela e informar ao médico sobre essa condição antes de iniciar o uso. O uso inadequado pode desencadear uma crise de pânico ou um surto de ansiedade.
Pessoas com histórico de abuso de substâncias ou com problemas de saúde mental graves também devem evitar o uso da Ritalina. Além disso, indivíduos que apresentam reações alérgicas ao metilfenidato ou a outros componentes da fórmula não devem fazer uso desse medicamento.
Diagnóstico de TDAH
É importante avaliar a frequência e a duração dos sintomas, pois algumas pessoas podem ter sintomas semelhantes, mas em menor intensidade e por períodos curtos, o que pode indicar outro quadro clínico, não o TDAH. É necessário verificar se os sintomas persistem ao longo do tempo e em diferentes ambientes.
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Estudos sugerem que o TDAH afeta cerca de 5% das crianças e 2,5% dos adultos em várias culturas, mas as taxas de prevalência podem variar em diferentes regiões devido a diferentes práticas diagnósticas e metodológicas. No sul do Brasil, por exemplo, as estimativas variam de 0,9% a 26,8%. Isso mostra a importância de um diagnóstico cuidadoso, considerando possíveis diagnósticos diferentes. Também pode haver variações culturais na interpretação do comportamento infantil.
O tratamento do TDAH é complexo e deve incluir diferentes abordagens, como intervenções psicossociais, comportamentais, educacionais e farmacológicas. É fundamental educar as famílias sobre o transtorno, especialmente no caso de crianças e adolescentes, para ajudar a lidar com os sintomas. Intervenções escolares também são importantes para auxiliar no controle emocional e no processo de aprendizagem.
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No caso de adultos, mudanças no estilo de vida podem ser benéficas. O plano de tratamento deve ser elaborado em conjunto com a família e a escola, quando aplicável, e a rede de saúde mental deve ser acionada para fornecer cuidados abrangentes.
É necessário prestar atenção especial ao uso não médico do metilfenidato, que tem sido relatado em estudos no Brasil. É importante garantir o uso adequado dessa substância, pois ela pode ser utilizada de forma inadequada como estimulante artificial da vigília, em busca de suposto “aperfeiçoamento cognitivo” ou como droga recreativa.
Psicoterapia
Segundo o psiquiatra Renato Araújo, especialista em neuromodulação, o paciente deve apresentar dificuldade em pelo menos três esferas, seja em maior ou menor grau:
- Hiperatividade: criança agitada, inquieta, não consegue ficar parada;
- Impulsividade, podendo até ser agressiva;
- Desatenção: quando a criança “fica no mundo da lua” e não consegue manter a atenção.
Para o médico, quando diagnosticada corretamente, o uso do medicamento pode dar maior e melhor qualidade de vida ao paciente, tanto em crianças quanto em adultos.
Uso indiscriminado da Ritalina
Muitas vezes, estudantes e pessoas que estão se preparando para concursos utilizam a Ritalina para ajudar na concentração, memória e reduzir o cansaço. Ela pode ser usada para passar a noite estudando, especialmente antes de provas importantes. No entanto, é importante ressaltar que, embora a Ritalina tenha efeitos positivos em pessoas com TDAH, não há evidências de que ela melhore a aprendizagem em pessoas saudáveis.
O efeito da Ritalina em pessoas sem TDAH é semelhante ao de outros estimulantes cerebrais. Ela aumenta a energia, diminui o sono e melhora o foco. Como resultado, a pessoa consegue ficar acordada durante a noite e, no dia seguinte, consegue lembrar do que estudou e se sair bem na prova. No entanto, a longo prazo, essas memórias podem desaparecer.
Um dos maiores problemas em usar a Ritalina dessa forma, sem prescrição médica, é o risco de efeitos colaterais graves. Quando a pessoa não passa por uma avaliação médica adequada e obtém o medicamento em sites ilegais ou compartilha com outras pessoas, existe o risco de ter reações adversas desconhecidas. Por exemplo, pode ocorrer uma crise de pânico, um quadro psicótico com paranoia, irritabilidade, nervosismo, crises de hipertensão e outros riscos sérios.
Para melhorar a concentração, foco e estudo, é importante considerar que o efeito da medicação estimulante tem um limite e acaba rapidamente. Após o término do efeito, a situação da pessoa volta ao que era antes. Para pessoas com TDAH, que é um transtorno de longo prazo, são recomendados tratamentos que tenham efeitos mais duradouros, melhorando a atenção, concentração, memória e foco de forma permanente.
É importante entender que o efeito positivo da medicação não resolve todos os problemas. Habilidades, competências, hábitos e padrões comportamentais são desenvolvidos ao longo do tempo, por meio de processos de aprendizagem e treinamento consciente ou inconsciente. O TDAH pode comprometer esse processo de aprendizagem, especialmente durante a infância. Quando a medicação é introduzida, a capacidade de controlar o foco da atenção e outras funções executivas melhora. No entanto, isso não é suficiente para desenvolver todas as habilidades necessárias ou construir novos hábitos e formas de agir.
Em resumo, um tratamento exclusivamente baseado em medicamentos pode ajudar a aliviar os sintomas a curto prazo, como facilitar o desempenho em sala de aula e reduzir as queixas na escola ou no trabalho. No entanto, não pode garantir os ganhos igualmente importantes a longo prazo. No caso do desenvolvimento escolar, o déficit de conteúdos e competências já afeta o aproveitamento. Portanto, é essencial entender as necessidades envolvidas e garantir que o plano de tratamento leve essas necessidades em consideração.
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Estados Unidos e Brasil – Maiores consumidores mundiais de Ritalina
Os Estados Unidos são o país com o maior consumo de Ritalina (metilfenidato) no mundo. Em seguida, o Brasil ocupa a segunda posição como maior consumidor mundial. Tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, existem várias associações e grupos a favor e contra o uso dessa medicação. É relevante ressaltar a pressão exercida por algumas escolas para o uso da Ritalina, associando-a à ideia de uma “coleira química”, especialmente para facilitar o controle das crianças em sala de aula.
Essas observações e reflexões destacam a importância de fazer uma escolha consciente e informada em relação a qualquer tratamento. Ninguém tem o direito de impor a outro indivíduo qualquer tipo de tratamento que não seja de sua livre escolha. Isso também se aplica às escolas, que em muitos casos tentam ajudar de forma inadequada, realizando diagnósticos precipitados para os quais não têm competência ou tentando influenciar os pais a optarem por esse tratamento.
A própria pessoa ou, no caso de crianças e adolescentes, os pais devem se responsabilizar pelos resultados, sejam eles positivos ou indesejados, bem como por outras áreas de tratamento/desenvolvimento que sejam necessárias. No caso de adolescentes, os pais devem assumir a responsabilidade pela medicação, uma vez que o uso, a venda e a distribuição de Ritalina entre os amigos têm sido relatados entre os próprios adolescentes.
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Conclusão
Em conclusão, a Ritalina é um medicamento com o princípio ativo cloridrato de metilfenidato, que é amplamente utilizado no tratamento do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) em crianças e adultos, assim como na narcolepsia. Seu mecanismo de ação consiste em estimular o sistema nervoso central, potencializando a ação de neurotransmissores como a dopamina e a noradrenalina, o que ajuda a reduzir os sintomas do TDAH.
Embora a Ritalina seja eficaz no tratamento do TDAH quando utilizada corretamente e sob orientação médica, seu uso inadequado tem se tornando um problema. Adultos que buscam aumentar o desempenho acadêmico ou permanecer acordados por mais tempo têm utilizado o medicamento de forma indiscriminada, o que não é recomendado pela medicina. Esse tipo de uso pode levar a efeitos colaterais indesejados e perigosos, além de criar dependência química.
A Ritalina está disponível mediante prescrição médica, sendo necessária a apresentação de uma receita amarela para a sua aquisição. No Sistema Único de Saúde (SUS), o medicamento pode ser obtido gratuitamente. É importante seguir as orientações médicas e tomar a Ritalina conforme prescrito, respeitando a dosagem adequada. A duração do efeito varia de acordo com o tipo de formulação, podendo ser de algumas horas até cerca de oito horas.
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Embora a Ritalina seja geralmente segura quando usada corretamente, é importante estar ciente dos possíveis efeitos colaterais e precauções. Alguns dos efeitos colaterais mais comuns incluem diminuição do apetite, desconforto abdominal, nervosismo, insônia, dor de cabeça e alterações nos batimentos cardíacos. O uso prolongado em crianças pode afetar o crescimento, sendo necessário monitorar cuidadosamente a curva de crescimento. A combinação da Ritalina com álcool ou energéticos é extremamente perigosa e deve ser evitada.
Além disso, é importante estar atento a possíveis alterações no comportamento, como hiperfoco, piora da sociabilidade, irritabilidade e compulsões. Se ocorrerem efeitos colaterais persistentes e intensos, é fundamental entrar em contato com um profissional de saúde.
Em suma, a Ritalina é uma medicação eficaz para o tratamento do TDAH, mas seu uso deve ser feito com responsabilidade e sob orientação médica. É essencial entender os riscos e benefícios associados ao seu uso e seguir as instruções do médico para obter os melhores resultados e minimizar os efeitos colaterais. A conscientização sobre o uso adequado da Ritalina é fundamental para garantir a segurança e o bem-estar dos pacientes.
*Nota: As informações e sugestões contidas neste artigo têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e acompanhamentos de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.