[…] Quando você sonha à noite, o seu sonho tem um início, um meio e um fim. Parece real naquele momento, mas, quando se acorda, você sabe que era evidentemente um sonho. Da mesma forma, você pode acordar do sonho da sua vida. Pode acordar antes de terminar a história sobre você, já que todas as histórias por fim terminam. Acordar dentro da história é o que se chama de “sonho lúcido” ou “sonho vívido”.
Normalmente, você acorda de manhã e retoma a história sobre quem você é. Você pode até fazer alguma prática de meditação, mas a prática real é a história corrente sobre quem você é. A energia e a emoção geradas pela história dão origem a infinitas variações de frustração, deleite, dor ou prazer, todas a orbitar em torno desta prática da história sobre “mim”.
Contar a sua história pessoal é a religião primária da maioria das pessoas no planeta. A história pessoal localiza-se num corpo, numa tribo, numa nação, numa religião, no ego. É por isso que o planeta está em guerra constante e a imensa maioria das pessoas está em guerra consigo mesma. Deixe a sua consciência cair de volta naquele espaço onde não há história, onde não há pensamento. Se surgir um pensamento, veja que ele está simplesmente passando. Não é certo nem errado. É apenas um pensamento, que nada tem a ver com a verdade essencial sobre quem você é.
Quando você ignora a verdade sobre quem você é “por fidelidade a alguma história”, você perde uma oportunidade preciosa de auto-reconhecimento. […]
Gangaji