Nos últimos anos, observamos o surgimento e a consolidação de uma nova tendência no modo de se relacionar “agamia”, que tem chamado a atenção por sua prevalência principalmente entre os jovens.
As gerações mais recentes, frequentemente rotuladas como Millennials e Gen Z, estão redefinindo as normas tradicionais de relacionamentos interpessoais, buscando formas de conexão que refletem uma visão mais moderna e adaptada às suas realidades e valores.
Diferentemente das gerações anteriores, que muitas vezes seguiam padrões mais rígidos e formais de relacionamento, esses jovens demonstram uma preferência clara por vínculos que não necessariamente requerem a formalização legal ou os tradicionais papéis sociais impostos.
Essa inclinação para relações menos formais pode ser vista como uma resposta às mudanças socioeconômicas e culturais que influenciam profundamente a vida dos jovens hoje.
Com o avanço tecnológico, especialmente no campo das comunicações digitais, os jovens têm acesso a uma vasta rede de informações e contatos, o que lhes permite explorar e formar relacionamentos além das fronteiras geográficas e culturais tradicionais.
Além disso, a crescente conscientização sobre questões de identidade de gênero e orientação sexual tem fomentado um ambiente onde as relações são baseadas mais na autenticidade e no respeito mútuo do que em expectativas sociais pré-definidas.
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Entendendo a “agamia”
![Nem poligamia, nem monogamia: jovens aderem à "agamia" Nem Poligamia, Nem Monogamia: Jovens Aderem À &Quot;Agamia&Quot;](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2024/05/killers.jpg.webp)
Essa tendência é chamada de “agamia”, que descreve a falta de interesse em estabelecer relacionamentos românticos tradicionais e, muitas vezes, inclui a intenção de não ter filhos. A palavra tem origem no grego: “a” (não ou sem) e “gamos” (união íntima ou casamento).
Heloisa Buarque de Almeida, pesquisadora do Numas (Núcleo de Estudos sobre Marcadores Sociais da Diferença), explicou ao Jornal da USP que os jovens estão mais preocupados com questões que vão além do casamento, como sustentabilidade, aquecimento global e preservação do planeta.
Ela também observou que o mundo digital e as redes sociais têm um papel importante, contribuindo para o adiamento do início da vida sexual.
Novos tipos de famílias estão surgindo, incluindo configurações como dois pais, duas mães ou casais que moram separados, refletindo uma ampla gama de alternativas.
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Em resumo, essas mudanças mostram que as ideias sobre amor, família e relacionamentos estão passando por uma redefinição.
Dados sobre casamentos e solteiros
Os números revelam uma queda nos casamentos durante a pandemia. Em 2022, segundo o IBGE, 970.041 casamentos foram oficializados, um aumento de 4% em relação ao ano anterior, mas ainda abaixo dos níveis pré-pandêmicos.
Uma pesquisa do IBGE de 2023 aponta que existem 81 milhões de pessoas solteiras no Brasil, enquanto os casados somam 63 milhões.