O vídeo de uma mãe britânica viralizou no TikTok, onde ela compartilha seus métodos de educação e criação dos filhos.
Kelly Medina Enos, que se descreve como uma mãe gentil, costuma dar dicas sobre parentalidade nas redes sociais, criando conteúdo e respondendo a perguntas de outros pais.
Em um de seus vídeos, ela responde a uma seguidora que questiona: “O que você faz em vez de colocar seu filho de castigo?”. Kelly já havia mencionado anteriormente que não gosta de utilizar essa abordagem ou outros métodos, como o “cantinho do pensamento”.
“Pessoalmente, não uso a palavra ‘desobediente’ na minha casa. Acredito que todo o comportamento de George [o filho de Kelly] é correto e normal em termos de desenvolvimento. Não é desobediente, então, nunca uso essa palavra”, destaca a mãe.
Para ela, quando as crianças agem de maneira que muitos adultos considerariam desobediência ou mau comportamento, elas estão apenas testando limites, o que é uma parte esperada do crescimento.
Kelly explica que tradicionalmente o “cantinho do pensamento” ou o castigo eram usados como métodos disciplinares, onde a criança era isolada após se comportar mal ou desobedecer.
“O cantinho do pensamento ou castigo, tradicionalmente, era usado para disciplinar as crianças. Então, você colocava seu filho lá depois que ele desobedecesse ou se comportasse mal”
Ela mesma vivenciou essa abordagem na infância, sentando em um degrau da escada quando se comportava mal, e recorda como se sentia reprimida e isolada emocionalmente.
“Faziam isso comigo quando eu era uma criança e lembro, claramente, de como eu me sentia. Eu era colocada para sentar em um degrau da escada quando me comportava mal. Me colocavam para lidar com as emoções por conta própria e eu encontrava mecanismos de enfrentamento e reprimia essas emoções”
Em vez disso, Kelly adota algo que chama de “cantinho da calma”. Embora ainda não tenha um espaço físico específico em casa, ela descreve que criou um ambiente com um pufe, um quadro de respiração, cartões de emoções, alguns livros e lápis de cor, além de poucos brinquedos não estimulantes.
Esse cantinho é oferecido à criança como um lugar para se recompor, recarregar energias e relaxar quando as coisas estão difíceis.
A mãe enfatiza que esse “cantinho da calma” não é usado como punição, mas sim como uma opção quando percebe que as emoções da criança estão transbordando.
“Na verdade, ainda não temos um nesta casa, mas tínhamos um cantinho embaixo da escada, onde eu coloquei um pufe, um quadro de respiração, cartões de emoções, alguns livros, um pouco de desenhos e lápis para colorir e poucos brinquedos não estimulantes”
Por exemplo, se a criança estiver evitando ouvir, ela sugere que precisam de um momento no cantinho da calma.
Se a criança disser “não”, Kelly respeita essa escolha, mas na maioria das vezes, George acaba indo para esse cantinho.
Ela também enfatiza que os pais não devem pressionar ou ficar perguntando se a criança está pronta para sair do cantinho, mas sim permitir que a criança saia quando estiver pronta.
Kelly menciona que essa mesma abordagem também é útil para os adultos, ou seja, às vezes, quando está frustrada, ela sabe que precisa se afastar de seu filho George, e o mesmo se aplica a ele, que também precisa de seu espaço em determinados momentos.
A importância desse método foi tão significativa para Kelly que influenciou até mesmo a escolha da escola para seu filho, procurando uma instituição que também não usasse castigos ou o “cantinho do pensamento”.
“Talvez você esteja tentando falar com seus filhos e eles colocam os dedos nos ouvidos – não faz sentido, isso vai se transformar em uma briga de gritos, então, você diz a eles que precisam de um momento no canto de calma. Se eles disserem ‘não’, legal, voltaremos e falaremos sobre isso daqui a pouco, mas 99% das vezes, George ia para o canto de calma”
Os seguidores de Kelly no TikTok elogiaram sua abordagem e agradeceram por compartilhar suas dicas.
Além disso, o pediatra espanhol Carlos González também compartilha da mesma visão, afirmando que recompensas e castigos não são eficazes na educação e que é possível criar um filho sem a necessidade desses métodos.
Ele destaca que uma pessoa com virtudes não espera recompensas para fazer o bem, e que é possível educar os filhos para fazerem o que é certo, não por medo de castigo, mas por entenderem o valor moral das ações.