Semana passada eu terminei mais um módulo do curso de Naturopatia que estou fazendo no Sol Instituto: Mantras e Mudras.
Nesse curso, nós temos alguns módulos em que trabalhamos a auto cura e aprendemos técnicas para utilizarmos em nós mesmos para nos mantermos em equilíbrio físico, mental e emocional, porque isso é muito importante para quem atua como terapeuta holístico e trabalha com tratamentos energéticos. É o caso desse módulo sobre mantras.
Muita gente chama de mantra qualquer tipo de repetição de palavras ou frases (inclusive eu chamava assim), mas, na verdade, os mantras são os sons sagrados que têm origem nos Vedas, as escrituras sagradas do hinduísmo.
São frases em sânscrito que são cantadas ou entoadas repetidamente, e que possuem significado e o objetivo de levar o praticante a um determinado estado mental, que pode ser de calma, alegria, cura, paz, purificação etc, através da vibração sonora.
Existem também mantras para a paz universal, para agradecimento, para glorificar a Deus, pedir proteção, desbloquear os chakras e inúmeros outros significados e intenções.
“A música hindu é uma arte subjetiva, espiritual, individualista, cujo fim não é o brilho sinfônico, mas a harmonia pessoal com a Alma Cósmica. Todos os cantos famosos da Índia foram compostos por devotos da Divindade.” – do livro Autobiografia de um Iogue (Paramahansa Yogananda)
Os mantras podem ser cantados, entoados ou apenas mentalizados. Seguindo a tradição, o mantra deve ser repetido 108 vezes (108 é considerado um número sagrado na Índia). Você pode simplesmente escolher um mantra e repeti-lo falando (não precisa necessariamente cantar) ou mentalizando (mentalizar mantras é também uma forma de meditação). O mantra pode ser uma única palavra (por exemplo: OM), uma pequena frase (Om Namah Shivaya, por exemplo) ou ter vários versos (como o Gayatri Mantra). O mantra é um tônico para a alma.
O uso do japamala
O japamala é um cordão com 108 contas usado para a prática dos mantras. Além de ser uma ferramenta para ajudar a contagem das repetições sem precisar ficar se preocupando em pensar em números, o toque das contas ativa o sentido do tato, o que resulta em mais presença do praticante durante a prática.
A forma correta de segurar o japamala é apoiá-lo nos dedos médio, anelar e mínimo, sem tocar o indicador, e mover as contas com o polegar seguindo a contagem, até completar 108. Geralmente os japamalas têm a 109ª conta maior ou com textura diferente, para que você possa fazer as repetições com os olhos fechados e sinta pelo toque quando terminar a contagem.
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Minha experiência com os mantras
Já tenho praticado a entoação de mantras na minha prática de Yoga há algum tempo, mas durante esse mês em que eu estudei o assunto mais a fundo no curso, tive a oportunidade de entender melhor e usar essa ferramenta com uma intenção específica. Algumas semanas atrás eu comecei a sentir alguns sintomas fortes de ansiedade (mãos dormentes, pernas bambas, vontade de chorar, perda de concentração, agonia constante etc) e resolvi experimentar a prática de mantras para ver o que acontecia. Escolhi, pela intuição, o mantra Om Namah Shivaya, e usei o japamala para, diariamente, entoá-lo 108 vezes antes da minha prática de meditação. E também, sempre que eu sentia os sintomas aparecendo no decorrer do dia, recorria à mentalização do mesmo mantra.
Tive uma melhora muito rápida depois que comecei com essa prática diária, e os sintomas foram diminuindo até desaparecerem totalmente em dois ou três dias. Até agora, não tive mais nenhum sintoma (isso já faz umas três semanas). Continuo praticando as 108 repetições todas as vezes em que vou fazer uma prática de yoga ou de meditação e sinto que tem sido muito benéfico para mim, inclusive em relação à prática de meditação. Entoar um mantra antes de meditar me faz começar a meditação já com a mente mais tranquila e focada.
Desbloqueio dos chakras com mantras
Uma das coisas que gostei muito de aprender no curso foi a possibilidade de desbloquear os chakras através dos mantras. Cada um dos nossos chakras (centros de energia que captam e distribuem a energia para determinadas partes físicas, mentais, emocionais e espirituais do nosso corpo) possui um som relacionado. Lam é o som do chakra básico (1º chakra). Vam, do chakra sacral (2º chakra). Ram, do plexo solar (3º chakra). Yam, do chakra cardíaco (4º chakra). Ham, do chakra laríngeo (5º chakra). Om, do chakra frontal (6º chakra). E o silêncio, ou novamente o Om, é o som do chakra coronário (7º chakra).
Se você tiver algum conhecimento sobre os chakras, ou fizer uma avaliação com um terapeuta para saber quais dos seus chakras estão bloqueados, pode utilizar a entoação ou mentalização do respectivo mantra para desbloqueá-lo.
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Alguns dos mantras mais conhecidos e seus significados:
Om Namah Shivaya – “Eu inclino-me perante o meu divino Ser interior”
Om Mani Padme Hum – “Da lama nasce a flor de lótus”
Om Namo Narayanaya – “Prosterno-me e entrego-me a Narayanaya” (Narayanaya é um dos nomes de Deus)
Om Gam Ganapataye Namaha – “Saudações àquele que remove obstáculos” (Ganesha é o Deus hindu removedor de obstáculos)
So Ham – “Eu sou”
Para saber a pronúncia correta de cada mantra, minha professora recomendou que eu procurasse sempre pelos vídeos e áudios da Deva Premal, então deixo essa dica também para vocês.
Quis compartilhar isso com vocês porque é mais uma das ferramentas que podemos usar para o nosso bem-estar, para lidar com os nossos desequilíbrios e também para a manutenção do nosso bem-estar. É uma forma simples de cuidar de si, acessível a qualquer pessoa. Se achou interessante e gosta desse tipo de prática, experimente e veja como funciona para você!
“Sendo o próprio homem uma expressão do Verbo Criador (“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.”), o som exerce sobre ele efeito potente e imediato. A grande música religiosa do Oriente e do Ocidente confere alegria ao homem porque causa um temporário despertar vibratório de seus centros ocultos na espinha (os chakras). Nestes beatíficos momentos, reacende-se uma apagada memória de sua origem divina.” – do livro Autobiografia de um Iogue (Paramahansa Yogananda)