Em 2023, o cinema brasileiro celebrou 125 anos de existência e desde então é marcado por produções de sucesso, movimentos característicos e clássicos lembrados Brasil afora. Entre críticas sociais, dramas, comédias, adaptações literárias e até terror, inúmeros longa-metragens se destacaram nos últimos tempos na indústria cinematográfica nacional.
De acordo com a Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) há um ranking em meados de 2015, que menciona os filmes mais aclamados por jornalistas especializados e críticos, composto por 100 produções brasileiras.
Veja a seguir quais são eles:
Melhores filmes brasileiros
“Limite” (1931)
Sob direção de Mário Peixoto, este filme preto e branco e mudo aborda as escolhas passadas e a trajetória de pessoas em um barco. O sucesso tem muito a ver com a obra estar a frente do tempo para a época, trazendo um enredo maduro e reflexivo.
Sinopse: Um tema, uma situação e três histórias. O tema, a ânsia do homem pelo infinito, seu clamor e sua derrota. A situação, um barco perdido no oceano com três náufragos – um homem e duas mulheres. As três histórias são aquelas que os personagens mutuamente se contam. Na situação se esboça o tema que as três histórias desenvolvem. A tragédia cósmica se passa no barco. E para ele convergem as histórias.
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“Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1964)
O longa explora temas como violência e fé se apropriando de metáforas e histórias de cangaceiros e beatos. Gláuber Rocha é quem dirige esta alegoria para lá de caótica que reúne política, religião e crítica social.
“Vidas Secas” (1963)
O filme adapta o clássico de Graciliano Ramos e é um dos primeiros grandes expoentes do Cinema Novo. Retrata a vida conturbada de retirantes em meio ao sofrimento no sertão nordestino.
“Cabra Marcado para Morrer” (1984)
Embora não seja um filme, e sim um documentário, a obra retrata a história de um líder camponês que teve sua vida ceifada, levando à reflexão de uma visão marginalizada perante às desigualdades sociais. Dirigido por Eduardo Coutinho.
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“Terra em Transe” (1967)
Mais um filme dirigido por Gláuber Rocha. A produção experimental possui uma forte crítica política e acontece em um país fictício que está envolvido em diversas disputas de poder, tendo que lidar com proibições da censura no Brasil.
“O Bandido da Luz Vermelha” (1968)
Rogério Sganzerla quem dirigiu este filme, que faz parte do cinema marginal, e aborda a vida de João Acácio Pereira, mais conhecido como o Bandido da Luz Vermelha. Retrata a sociedade repleta de problemas sociais e violência.
“São Paulo S/A” (1965)
Este ensaio sobre a vida corrida em São Paulo na década de 1950 e a expansão da indústria de automóveis é dirigido por Luís Sérgio Person. Destaca as pressões do dia a dia que assolam os moradores da capital paulista.
“Cidade de Deus” (2002)
Mostra o cotidiano da favela do Rio de Janeiro trazendo dois protagonistas à frente das telonas: Bené e Dadinho, personagens marcantes do cinema nacional. A direção é por conta de Fernando Meirelles.
“O Pagador de Promessas” (1962)
Dirigido por Anselmo Duarte, é baseado na obra de Dias Gomes e é o primeiro filme brasileiro premiado no Oscar e no Festival de Cannes.
“Macunaíma” (1969)
Uma mistura de fantasia e comédia, traz Grande Otelo no papel principal, fazendo uma adaptação de um clássico de literatura de Mário de Andrade e explorando uma figura com trejeitos tipicamente brasileiros, moldado por relações sociais, políticas e trabalhistas.
Confira a seguir mais dois filmes que se destacaram no cenário audiovisual nacional:
“Central do Brasil” (1998)
O filme dirigido por Walter Salles recebeu o Urso de Ouro no renomado Festival de Berlim. Inclusive, a protagonista do filme, Fernanda Montenegro, recebeu indicação ao Oscar de Melhor Atriz.
“Tropa de Elite” (2007)
Mais um longa-metragem da lista que ganhou o Urso de Ouro no Festival de Berlim. O filme, de José Padilha, retrata o cotidiano de Capitão Nascimento, que trabalha no BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais), no Rio de Janeiro. Interpretado por Wagner Moura, o personagem cativou espectadores mundo afora. A sequência, “Tropa de Elite 2: o inimigo agora é outro” (2010) também foi muito bem recebida.
Curiosidades sobre o cinema nacional
- O Brasil teve seu pioneirismo no cinema com “Limite” (1931), um filme preto e branco e mudo.
- A diversidade de temas abordados reflete bem a riqueza social e cultural do país.
- O movimento cinematográfico brasileiro conhecido como Cinema Novo influenciou enormemente as produções
- As duas principais marcas registradas do cinema nacional são a representação de questões políticas e a crítica social.
Motivos para valorizar o cinema nacional
São várias as razões para dar valor aos filmes brasileiros. Confira abaixo:
- Diversidade de narrativas: o cinema nacional consegue oferecer uma gama bastante diversificada de narrativas que dificilmente são encontradas em produções estrangeiras. Essas histórias proporcionam uma visão autêntica e aprofundada do país.
- Identidade e cultura: prestigiar o cinema local é sinônimo de promoção e preservação da cultura nacional, que é repleta de valores, diversas facetas da sociedade da nação e identidade.
- Geração de empregos: estimular o cinema nacional significa contribuir para o crescimento econômico do cenário audiovisual e criação de oportunidades profissionais.
- Estímulo à indústria criativa: sabemos que a indústria cinematográfica local possui uma cadeira de profissionais que vai além de diretores e cineastas, alcançando também atores, roteiristas, técnicos e produtores envolvidos na produção. Portanto, esse apoio ao cinema se reflete nisso.
- Fortalecimento da imagem internacional: filmes nacionais que se destacam acabam fortalecendo a imagem e presença do país no exterior. Isso reforça a diversificação da representação global.
- Fomento ao diálogo social: é notório que a grande maioria dos filmes nacionais aborda pautas culturais, políticas e sociais de extrema relevância. Sendo assim, quando assistimos e apoiamos produções como essas, levamos os espectadores a participar de um diálogo rico sobre os triunfos e desafios enfrentados pela sociedade.
Criar esse senso de orgulho e pertencimento é importante para impulsionar a promoção do orgulho nacional, fazendo com que o povo reconheça e celebre as conquistas da indústria cinematográfica local, construindo uma identidade nacional enriquecedora.
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