Em 2019, Mark Zuckerberg enfatizou que seus aplicativos, incluindo o Facebook, não realizam escutas de conversas.
Embora houvesse rumores em contrário, Zuckerberg negou categoricamente que os anúncios em suas plataformas sejam customizados com base em conversas ouvidas, classificando essas alegações como teorias conspiratórias.
Apesar disso, as especulações sobre a suposta escuta do Facebook continuam a gerar discussões.
Muitos usuários notaram uma conexão curiosa: ao mencionarem férias, listas de compras ou novos hobbies, de repente, começam a ver anúncios relacionados a esses temas em seus feeds.
![Por que ao mencionar um produto, você vê anúncios dele? Por Que Ao Mencionar Um Produto, Você Vê Anúncios Dele?](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2024/04/facebook.jpg.webp)
Essa coincidência levanta questionamentos sobre o nível de privacidade nas plataformas digitais.
Então, qual é a verdade por trás disso? Conforme um artigo no The Conversation por Razazadegan, o Facebook não precisa realmente escutar conversas porque tem à disposição algo ainda mais eficiente: os cookies.
Esses pequenos elementos de rastreamento digital trabalham nos bastidores enquanto navegamos na internet, coletando informações sobre nossas preferências e atividades online.
Como funcionam os anúncios personalizados nas redes sociais
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O processo é simples: ao permitir cookies em diversos sites, involuntariamente revelamos nossas preferências, gostos e padrões de compra.
Esses dados não desaparecem, mas são utilizados por algoritmos para antecipar nossos interesses futuros.
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Por exemplo, o Facebook não necessita de tecnologia de reconhecimento de voz para personalizar anúncios. Ele já possui informações valiosas com base em nossas interações online.
Quando pesquisamos por passagens aéreas para Paris ou procuramos por equipamentos de yoga, esses dados são armazenados e utilizados para criar um perfil detalhado que é utilizado pelos algoritmos do Facebook e do Google.
Esses algoritmos são como investigadores digitais, analisando nossos passos na internet para prever os próximos.
Quando Razazadegan menciona “sistemas de recomendação”, ele ressalta o quão avançadas essas ferramentas preditivas se tornaram.
Elas transformam nossos históricos de cliques e pesquisas em anúncios inteligentes e personalizados, dando a impressão de lerem nossas mentes.
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E não é só uma questão de cookies. A máquina de publicidade do Facebook também utiliza outras informações para oferecer anúncios personalizados:
- Os links que você acessou dentro do aplicativo.
- Detalhes do seu perfil, como idade, gênero e localização.
- Dados de empresas de marketing que o identificam como parte do seu público-alvo.
- Suas interações recentes com grupos e páginas em plataformas digitais.
Apesar da ênfase de Zuckerberg na privacidade, um relatório de 2019 do Business Insider revelou que o Facebook transcreveu algumas conversas de usuários — embora de forma esporádica e não como prática habitual.
Isso estava mais relacionado ao aprimoramento da tecnologia de reconhecimento de voz do que à espionagem, mas certamente gerou questionamentos.
Para aqueles que se sentem desconfortáveis com a possibilidade de espionagem, uma solução simples: desativar o microfone.
É fácil, vá até as configurações do seu smartphone, encontre o Facebook e desligue o acesso ao microfone. Pronto, sem mais preocupações com ouvintes indesejados.
No entanto, o grande problema é a previsibilidade. Ao fornecermos continuamente nossos dados às plataformas, não devemos nos surpreender quando elas os utilizam a seu favor.
Ao revelar nossos interesses e comportamentos, damos poder a esses algoritmos para fazer previsões cada vez mais precisas sobre nossos desejos futuros.
Portanto, da próxima vez que você se deparar com um anúncio estranhamente relacionado a uma conversa recente, lembre-se, não é o microfone que deve preocupá-lo.
São os numerosos pontos de dados que você deixou espalhados pela internet, formando um “você digital” que os profissionais de marketing anseiam por entender.
Em suma, a discussão sobre a personalização de anúncios nas plataformas digitais continua a levantar preocupações sobre privacidade e transparência.
Embora Mark Zuckerberg tenha negado a escuta de conversas para customização de anúncios, a presença de cookies e algoritmos sofisticados revela um cenário complexo