Você é do time dos que amam ou odeiam o coentro? Descubra o que está por trás de sua preferência!
Quando pensamos em ervas aromáticas que são usadas como tempero de alimentos, muitos nomes vêm em nossa mente, mas com certeza nenhum deles traz consigo tanta polêmica quanto o coentro.
O coentro é conhecido por ter um aroma e um gosto muito marcantes, sendo diferenciado de outros similares, como a salsinha, por conta de suas particularidades e pelo que provocam no nariz e na boca. Todo o sabor carregado pela erva faz com que ela seja amada por muitas pessoas, mas o mesmo motivo leva outras a simplesmente detestarem o tempero, e fugirem de qualquer receita que necessite do uso do coentro.
A rivalidade entre os dos grupos de pessoas é, inclusive, motivo de muitas brincadeiras e memes nas redes sociais. A erva, que tem seu maior público nas regiões Norte e Nordeste no Brasil, é realmente muito popular, embora nem sempre por uma razão positiva.
Por toda a “treta” que pode despertar, o coentro é, inclusive, em diversos momentos reconhecido como um tipo de “tempero da discórdia”. Para aqueles que amam, o coentro melhora qualquer receita em que é utilizado, já aqueles que odeiam chegam a comentar que ele tem cheiro e gosto de sabão, ou até mesmo de barata.
Essa diferença de opinião é tão comentada pelas pessoas que inclusive chegou a ser tornar tema para um estudo científico. Na pesquisa, foi descoberto que o ranço pela hortaliça não necessariamente é apenas uma questão de gosto, mas pode, inclusive, estar relacionada a fatores genéticos.
Um artigo publicado na revista “Nature” buscou entender o que motiva tantas pessoas a realmente sentirem asco da erva, enquanto que outras fazem questão de que elas estejam sempre presentes nas refeições. Os resultados encontrados foram muito interessantes, e podem ajudar a explicar o porquê o coentro é tão “injustiçado”.
O periódico falou sobre um estudo coordenado pelo pesquisador Nicholas Eriksson, da empresa 23andMe, que concluiu que o “gosto de sabão” que muita gente diz sentir quando come coentro pode ter uma razão genética.
De acordo com o estudo, a associação mais forte é com genes de receptores olfativos. Um deles genes, o OR6A2, está associado a sensibilidade aos aldeídos, compostos químicos que dão a erva o seu cheiro e gosto tão singulares.
A investigação feita pelos profissionais também mostrou que o coentro é abominado por pessoas do mundo inteiro. Entre as pessoas orientais, a rejeição ao tempero chega a 21% entre orientais, em que tem ascendência europeia, a porcentagem é 17% e entre afrodescendentes 14%.
No entanto, quando se trata de indianos, povos do Oriente Médio e latino-americanos, a paixão pelo coentro é bem grande, com a rejeição variando entre pequenos 3% e 7%.
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Uma possível associação do “ódio” ao coentro a fatores genéticos já havia sido prevista anteriormente. No início dos anos 2000, Charles Wysocki, neurocientista comportamental do Monell Chemical Senses Center, realizou pesquisas com centenas de gêmeos realizadas e chegou à conclusão de que são os genes que determinam como uma pessoa se sentirá sobre a erva.
De acordo com as descobertas do médico, aproximadamente 80% dos gêmeos idênticos tinham a mesma preferência pela erva, mas gêmeos fraternos, aqueles que dividem cerca de metade de seu genoma apenas concordavam de opinião sobre o coentro metade das vezes.
Embora existam evidências fortes de que a hereditariedade também pode determinar a relação das pessoas com o coentro, Erikson defende que o fator é bastante baixo. De acordo com ele e sua equipe, a genética corresponde a menos de 10% da preferência de uma pessoa pelo coentro.